Sonserina não...

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Capítulo 22.





★Sala do diretor.







No alto da escada, eles desceram, a Prof.a McGonagall bateu a uma porta que se abriu silenciosamente, e eles entraram. A professora disse a Harry que esperasse e o deixou ali, sozinho.
Harry olhou à volta. A sala continuava a mesma, por mais que nas lembranças de Harry só restassem vislumbres, depois que Dumbledore morreu, McGonagall mudou o design da sala, e era essa a que ele mais estava acostumado a visitar sempre que o Severus aprontava alguma.
Era uma sala circular, cheia de ruídos. Havia vários instrumentos de prata curiosos sobre mesas de pernas finas, que giravam e soltavam pequenas baforadas de fumaça. As paredes estavam cobertas de retratos de antigos diretores e diretoras, todos eles cochilavam tranquilamente em suas molduras. Havia também uma enorme escrivaninha de pés de garra, e, pousado sobre uma prateleira atrás dela, um chapéu de bruxo surrado e roto — o Chapéu Seletor.
Sem fazer barulho, deu a volta à escrivaninha, tirou o chapéu da prateleira e colocou-o devagarinho na cabeça. Era largo demais e lhe cobriu os olhos, exatamente como acontecera da primeira vez em que o
experimentara. Harry ficou olhando a escuridão dentro do chapéu, à espera. Então uma vozinha disse em seu ouvido: “Caraminholas na cabeça, Harry Potter?”
— Ah, é — murmurou Harry. — Ah, desculpe incomodá-lo, eu queria pedir um favor…
— Hum… Isso é algo um pouco fora de moral, senhor Potter, — disse o chapéu sabiamente. — Sei… você foi particularmente difícil de classificar, assim como alguns outros, mas eu nunca errei nesses mil anos de serviço, — afirmou orgulhosamente.
— Eu não acho que alguém poderia me sabotar assim. Por favor… Pensou Harry.
— E o que exatamente você planeja fazer, não tem garantia alguma de que dará certo… Muito bem, então tentaremos, mas se não der certo, não haverá uma nova chance…
Harry agarrou a ponta do chapéu e o tirou. Ele pendeu inerte em sua mão, encardido e desbotado. Harry o devolveu à prateleira, com um turbilhão de ideias vagando pela sua mente.
Então, um ruído estranho e sufocado atrás dele o fez virar.
Afinal, não estava sozinho. Encarrapitado em um poleiro dourado, atrás da porta, achava-se um pássaro de aparência decrépita que lembrava um peru meio depenado. Harry o encarou e o pássaro sustentou funestamente o seu olhar, tornando a fazer o mesmo ruído sufocado. Harry nunca mais havia vindo o falso depois da morte do velho Dumbledore. Seus olhos estavam opacos e, mesmo enquanto Harry o observava, caíram mais algumas penas de sua cauda e de repente o pássaro pegou fogo. o pássaro, entrementes, transformara-se numa bola de fogo; o pássaro deu um grito alto e no segundo seguinte não restava nada dele, exceto um monte de cinzas fumegantes no chão.
A porta da sala se abriu. Dumbledore entrou com o ar muito grave.
Olhando para o pássaro, Dumbledore sorriu.
— Já não era sem tempo. Ele tem andado com uma aparência medonha há dias; e venho dizendo a ele para se apressar.
Dumbledore olhou de firma avaliadora para Harry Potter alguns segundos.
— Fawkes é uma fênix, Harry. As Fênix pegam fogo quando chega a hora de morrer e tornar a renascer das cinzas. Olhe ele…
Harry olhou em tempo de ver um pássaro minúsculo, amarrotado, recém-nascido, botar a cabeça para fora das cinzas. Era tão feio quanto o anterior.
— É uma pena que você a tenha visto no dia em que queimou–disse Dumbledore, sentando-se à escrivaninha. — Na realidade, ela é muito bonita quase o tempo todo, tem uma plumagem vermelha e dourada. Criaturas fascinantes, as fênix, são capazes de sustentar cargas pesadíssimas, suas lágrimas têm poderes curativos e são animais de estimação muitíssimo fiéis. Dumbledore se acomodou no cadeirão à mesa e o encarou com aqueles seus olhos azul-claros e penetrantes. Harry desviou o olhar discretamente, sabia há muito que o velho usava legimes nele.
Mas antes que Dumbledore pudesse dizer outra palavra, a porta da sala se escancarou com estrondo, e Hagrid entrou, com um olhar selvagem nos olhos, o gorro encarrapitado no alto da cabeça desgrenhada e o galo morto ainda balançando em uma das mãos.
— Não foi Harry, prof. Dumbledore. Disse Hagrid pressuroso. — Eu estava falando com ele segundos antes daquele garoto ser encontrado, ele nunca teria tido tempo, meu senhor…
Dumbledore tentou dizer alguma coisa, mas Hagrid continuou falando, sacudindo o galo, agitado, fazendo voar penas para todo o lado.
— … Não pode ter sido ele, eu juro até na frente do Ministro da Magia se precisar…
— Hagrid, eu…
— … O senhor pegou o garoto errado, meu senhor, eu sei que Harry jamais…
— Hagrid! — disse Dumbledore em voz alta. — Eu não acho que Harry tenha atacado essas pessoas.
— Ah — acalmou-se Hagrid, o galo pendurado imóvel a um lado. — Certo. Então, vou esperar lá fora, diretor.
E saiu num repelão, parecendo constrangido.
— Sim, não fui eu, mas todos acham que foi — falou Harry enquanto Dumbledore espanava as penas de galo de cima de sua escrivaninha.
— Sim, Harry, lastimável — seu rosto novamente grave. – Mas ainda assim quero falar com você.
Harry esperou enquanto Dumbledore o estudava, as pontas dos seus longos dedos juntas.
— Preciso lhe perguntar, Harry, se tem alguma coisa que você gostaria de me perguntar — disse gentilmente. — Qualquer coisa.
— Tenho, — afirmou. 
— Então fale, _ afirmou o diretor empolgado.
— O que o senhor acha da casa sonserina? — perguntei, fitando os seus olhos por uns segundos, dado apenas vislumbres dos meus pensamentos.
— Perdão? — perguntou Dumbledore, mas logo pigarreou. — Não entendi o contexto da sua pergunta, filho, os sonserinos são como qualquer um dos outros alunos das outras casas — afirmou.
— Eu só… Quer dizer… o que o senhor pensaria se eu estivesse na sonserina? — perguntou, abaixando a cabeça e mexendo nos dedos como se estivesse com medo ou vergonha da pergunta.
— Oh! Harry meu menino, você está na grifinoria e mesmo se estivesse na sonserina nada mudaria, vocês são selecionados em casas porque foi uma forma que os fundadores encontraram de promover o melhor desempenho dos alunos e para facilitar o desenvolvimento social entre pessoas com pensamentos semelhantes, — falou em tom sábio — Harry, não compreendendo o motivo dessa sua preocupação.
— É que… Como o senhor deve estar sabendo, eu sou ofidiogrota, e no dia da seleção… O chapéu considerou a sonserina então eu… — surrou a última parte de forma tímida, ao ponto de suas orelhas ficarem avermelhadas.
— Hum… Entendo, mas não precisa se preocupar Harry, isso acontece com vários alunos, somos feitos de várias personalidades e ideias, às vezes estamos apitos a duas casas, alguns, chama a casa em que foi posto de primeira casa e a casa em que não foram como segunda casa, mas o chapéu seletor já faz isso a anos e ele nunca erra, se ele o colocou na grifinoria é por que você é um grifinorio, não tem com que se preocupar — falou com um sorriso que deveria ser tranquilizador.
— Então, o senhor não acha que eu possa ser do mal? — perguntou, ainda mexendo nos dedos.
— Harry, meu menino, por que eu pensaria algo assim? — perguntou erguendo as sobrancelhas.
— É que ouvi os meninos dizendo que todos os ofidiogrota eram do mal, até Voldemort era um ofidiogrota, então eu… Eu não quero ser do mau senhor — falou, encarando o diretor com olhos úmidos como se fosse chorar a qualquer momento.
— Meu menino, não tem motivo para se preocupar, as duas ações é o que importam, você não escolheu saber a ofiografia, é uma coisa que já nasceu em você, isso não determinada sua moral, as suas ações, sim, mas se você está tão incomodado com isso, seria melhor que você não falasse mais com essa língua, talvez assim você fique em paz o que acha? — perguntou encarando Harry por baixo dos óculos de meia-lua,
— Acho que irá funcionar, obrigado, direitor— falou, esboçando um sorrisinho tímido.
— Então, meu garoto, você não tem mais nada para me contar — perguntou.
 — Não, senhor, era só isso… Eu acho, _ afirmou.
— Muito bem, então, se tiver mais alguma dúvida ou algo que queira falar, é só vir até mim, eu ficarei alegre a sanar suas dúvidas e ouvir você, —falou sorrindo.
— Obrigado, então, diretor — falou com um sorriso um pouco maior.
— Então, eu posso ir agora??
— Sim, e claro! É o suficiente por hoje, até mais Harry.
Rapidamente Harry saiu saltitante da sala do diretor, até agora os planos dele estavam dando certo, só falta ele se encontrar com o Dobby.





Obrigado pela atenção ☺️
Beijos 😘

Harry Potter: E Se a Morte Fosse Apenas o Começo?Onde histórias criam vida. Descubra agora