Minho era aquele tipo de garoto que era livre, seu único amor era sua moto, sua companhia em todas as horas. Quando estava nas estradas, ele se sentia bem. Já Han Jisung era totalmente o oposto, praticamente um boneco de porcelana, filho único e sua...
Estacionei a moto em frente à minha casa, logo descendo da mesma com a bolsa azul cheia de dinheiro nas costas.
De longe já conseguia ver meu pai sentado em uma cadeira fazendo alguma coisa que eu não queria saber o que era na mesa.
Há alguns dias ele veio até minha casa, pedindo para se esconder de uns caras que estavam o cobrando, dívida de drogas, como sempre. Então ou eu tomava uma atitude logo, ou teria que aturá-lo aqui por não sei quanto tempo.
Então fui na escolha mais simples, roubei dinheiro.
Todos sabiam da nossa reputação ruim, meu pai deve dinheiro a Deus e o mundo, é um alcoólatra de merda. Já perdi a conta de quantas vezes ele acordou no meu sofá com as diversas garrafas de cerveja espalhadas e logo estava vomitando tudo no meu banheiro.
E o que mais odeio é que me pareço com ele em quase tudo.
Conforme o tempo ia passando, aprendi uma das suas melhores técnicas: roubar. Acabei ficando bom nisso, mesmo com meus amigos pegando no meu pé pedindo para eu parar. Não tenho muita escolha, virou um dom.
Entrei na varanda e parei em frente ao mais velho, que nem sequer me olhava. Joguei a bolsa aos seus pés e logo seu olhar se ergueu.
- Que merda é essa? - me encarou de cima abaixo.
- Consegui a droga do dinheiro - meu olhar estava fixo no chão. Era incrível como Carter, meu pai, era a única pessoa que conseguia fazer baixar a cabeça. Chega até a ser vergonhoso ter medo de um homem tão inútil como aquele.
- Tá falando sério? - abriu um sorriso enquanto pegava a bolsa e contava todo o dinheiro que havia dentro dela - Cê tá de parabéns, moleque, isso merece até uma comemoração - ficou de pé me encarando - Vou usar o dinheiro para a gente comprar umas bebidas.
- O que? Tá zoando com a minha cara? - franzi o cenho - Vai usar o dinheiro para pagar suas dívidas e sumir daqui.
- Porra de dívidas - eu não estava acreditando nisso. Não roubei o dinheiro à toa, se ele ficar nessa casa, minha vida vira um inferno.
- Eu peguei esse dinheiro para você pagar as merdas das suas dívidas e sumir da minha vida - aumentei o tom de voz.
- Pensei que gostasse de ter seu pai em casa - se aproximou mais de mim.
- Eu tô cansado de você na minha vida! Já que me odeia tanto, por que simplesmente não some? Não vou tá passando pano pra você toda vez que vem aqui - eu já sentia as lágrimas escorrendo pelo meu rosto.
Fechei meus olhos com força quando senti o soco sendo desferido com força em meu estômago, me fazendo cair de joelhos no chão.
- Você é um merda - desferiu um chute em minha barriga e depois outro, me fazendo cair no chão - Por que fala tanta merda pra cima de mim sendo que somos iguais? Pode não aceitar, mas sabe que somos. Você é um Lee, não temos sorte nessa droga de família - ficou por cima de mim enquanto segurava minha blusa com força e cuspiu as seguintes palavras rente ao meu rosto - Não fez mais do que sua obrigação roubando esse dinheiro. É isso que a gente faz pra sobreviver. Eu vou fazer o que eu bem quiser com essa droga de dinheiro e você não vai me impedir - soltou minha blusa e saiu da varanda, sumindo pelas ruas.
Me levantei sentindo uma dor enorme em meu abdômen. Já não bastava um braço quebrado, agora isso. Que vida de merda, hein?
Limpei as lágrimas que faziam menção de descer e logo entrei para dentro de casa, verificando de trancar a porta. Espero não ver esse homem nunca mais.
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Alguns longos minutos se passaram e eu já me sentia melhor. Estava agora sentado no chão ao lado da minha cama, com uma bolsa de gelo em cima do machucado que havia se formado no meu abdômen, que já tomava uma coloração roxa.
Ao meu lado, tinha uma garrafa quase seca de ice. A música "Pandora", de DJ Matt-D, tocava baixo pelo quarto. Em meu celular, abri o aplicativo de mensagens e dei de cara com o grupo que Felix havia criado há uns dias atrás. Logo resolvi mandar uma mensagem.
Nozes e os maconheiros • Online •
Me: Ei bando de sem futuros Vcs vão pra festa amanhã?
Felix: Claro q s
Me: Vc e o jisung vão querer carona?
Felix: Obg Minho Mas n precisa Eu e o Hannie já conseguimos carona
Hannie: Já? N tô sabendo disso n
Felix: Te fecha boca de bacia
Me: Iiiih Qual o b.o?
Hyunjin: O Felix tá de cu doce N tá falando cmg direito
Me: Briga de casal
Felix: Meu cu N precisamos de carona Já ta td resolvido
Hannie: Tenho até medo
Visualizei a última mensagem e joguei meu celular em cima da cama, pensando qual era o motivo da briga do casal dessa vez.
A verdade é que os dois eram orgulhosos demais. Ambos erram muito, mas não querem reconhecer o erro ou se sentar para conversar. Mas quem sou eu para falar isso, né?
Levantei-me pronto para ir tomar um banho e cair na cama, e amanhã só acordar depois das 12h. Minha cabeça doía, e meu pai só aparecia para trazer desgraças na minha vida. Preciso de paz.
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Eu literalmente amo esses capítulos com partes texting
