Cortar laços
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Quando já se aproximava das 4h da madrugada, Jisung não estava mais em condições de estar naquela festa. Ele estava completamente bêbado, enquanto Felix ainda estava um pouco sóbrio, mas não podia deixar Jisung voltar para casa naquele estado; Jiwoo o mataria.
Então, a única escolha óbvia foi pedir ajuda a Matteo e Lucas. Como estavam de carro, seria mais fácil levá-los.
Matteo trazia Jisung, ajudando-o a andar, já que ele estava quase caindo, enquanto Lucas dava uns amassos em Felix. Com a demora de Matteo, não tinham muito o que fazer.
- Olha aqui, pombinhos, o Han não tá muito legal. Vamos logo! - chamou a atenção dos dois.
- Pra onde vai levá-lo? Pra casa dele? - Lucas passou o braço ao redor do ombro de Felix.
- Tá chapando? Jisung não pode voltar pra casa - falou meio arrastado por conta da bebida.
- Quer ir pra minha casa então, gatinho? - sorriu de lado, encarando o Han que parecia estar em outro planeta.
- Não! - Felix gritou, se afastando de Lucas. Não iria deixar Jisung sair com Matteo; sabia muito bem o que ele podia fazer. - Ele vai comigo.
- Tu também não tá muito sóbrio, Felix.
- Eles vão com a gente - uma voz soou, chamando a atenção de todos. Logo viram que se tratavam de Minho e Hyunjin.
Minho lançou um olhar de raiva para Matteo, que rapidamente soltou Jisung e o deixou com Minho; ele cuidaria muito melhor.
- Não vai levar ele pra lugar nenhum, Matteo - disse Hyunjin. - E você também não vai levar o Felix.
- Qual é, cara? Me deixa em paz! - bufou alto.
- Felix, é bom você ir com a gente - Minho encarou o sardento com seriedade.
Nenhuma palavra a mais foi dita, mas os dois entenderam bem o recado; apenas deram as costas e entraram no carro, saindo dali. Agora era hora de cuidar de dois bêbados.
Minho e Hyunjin não ficaram a noite toda na casa de Felix; apenas se certificarão de que os dois estavam bem. Também precisavam ir para casa, pois encontrariam os meninos no estúdio de tatuagens para resolver algumas coisas.
Quando Felix acordou no dia seguinte, já passava das 11h da manhã. Ele estava puto; Hyunjin tinha conseguido estragar sua foda com Lucas. Já tinha dado tantos foras no pobre garoto, mas se permitiu dar uma chance.
O Lee levou a xícara até os lábios, tomando um gole do delicioso café, até que Jisung chamou sua atenção ao entrar na cozinha. Ele estava completamente derrotado, com a cara amassada e os cabelos espetados para todos os lados; os olhos mal ficavam abertos.
- Meu Deus, que ressaca infeliz - se sentou à mesa de frente para o Lee.
- Tomou o remédio que deixei pra você?
- Tomei sim - passou a mão pelo rosto, ainda se acostumando com a claridade.
- Toma um banho que você fica renovado. Além do mais, preciso que vá ao estúdio do Changbin comigo - levantou-se para deixar a xícara na pia.
- Por quê? - encarou o sardento.
- Preciso colocar um ponto final nessa história com o Hwang - cruzou os braços.
- Vai acabar com tudo? - parecia que as coisas estavam piorando e nenhum dos dois colaborava.
- Não, apenas quero resolver as coisas. Iria ser péssimo ficar longe dele - bufou alto, sentindo-se inútil por não conseguir cortar de vez todos os laços com o garoto.
- Apoio você, independente de tudo - deu de ombros. - Bem, vou me arrumar.
- Espera aí - o chamou quando fez menção de se levantar. - Vou ser direto: ficou com o Lee, não foi?
- O quê? - tentou não parecer nervoso. Como Felix sabia disso?
- Não adianta mentir.
- Como você descobriu isso, cara? - franziu o cenho.
- Conheço aquela praga do Minho. Eu não estava tão bêbado e me lembro bem que ele estava com um comportamento estranho - voltou a se sentar à mesa. - Não está gostando dele, né?
- Não! Foi apenas um beijo - bem, ele esperava que realmente não estivesse gostando. - Você mesmo falou: são todos iguais.
- Só queria mandar o Hyunjin pra puta que pariu, mas eu não consigo - franziu o cenho, sentindo-se frustrado.
Ah, como os homens são complicados!
Jeongin estava deitado de barriga para baixo na mesa estofada enquanto Changbin terminava mais uma tatuagem em suas costas. Todas as tatuagens que o Yang tinha foram feitas por Changbin.
Jeongin nunca ligou muito para estudar; quando conheceu o Seo, largou tudo de vez e, às vezes, ajuda no estúdio de tatuagens. Ele sabe o básico que foi ensinado por Changbin.
Com o tempo, Jeongin se acostumou com o jeito de Changbin. Ele era um cara legal e acabou se permitindo apaixonar por ele, chegando até mesmo a dizer sim ao pedido de namoro.
Na cabine ao lado, Hyunjin trabalhava na tatuagem de um cliente. Bang Chan estava no balcão, tendo a ajuda de seu namorado Seungmin, enquanto Minho havia dado uma saída para comprar comida.
- Caralho, tu fica um puto gostoso quando tá concentrado - abriu um grande sorriso, a peça metálica no canto direito da boca brilhando pelo reflexo da luz. Changbin amava tudo em Jeongin, além de seus piercings e das tatuagens feitas.
- E você tá um gostoso nessa mesa - desferiu um tapa na bunda do Yang, que soltou uma risada.
A música "Ilhabela" preenchia a pequena sala. Changbin gostava de trabalhar ouvindo música; isso o ajudava a se concentrar.
- Vencido pela emoção, dominado pelo desejo, recordo com emoção o nosso primeiro beijo - Jeongin cantou baixinho, sem tirar os olhos de Changbin, prestando atenção em cada passo do namorado no trabalho.
- O limão é tão azedo que ninguém pode chupar; sua boca é tão doce que só eu posso beijar - Changbin complementou a letra da música.
O Seo se afastou um pouco para guardar o material usado, indicando que já havia terminado a tattoo. Jeongin se sentou na mesa e Changbin se voltou novamente até estar no meio das pernas do mais novo.
- Tô com mó fome, vamos ver se o Minho já voltou - disse o Seo, logo depois deixando um beijo nos lábios do namorado.
Ambos saíram de dentro da cabine e encontraram os demais. Hyunjin já havia acabado com o cliente da vez e agora estava sentado no banco, mexendo em seu celular.
O sininho da porta chamou a atenção de todos. Changbin olhou na esperança de ser Minho com sua comida, mas, ao invés disso, eram Jisung e Felix.
O que eles estavam fazendo ali?
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𝑪𝒂𝒔𝒂𝒍 𝑩𝒆𝒎 𝑳𝒐𝒖𝒄𝒐-𝑴𝒊𝒏𝒔𝒖𝒏𝒈
FanfictionMinho era aquele tipo de garoto que era livre, seu único amor era sua moto, sua companhia em todas as horas. Quando estava nas estradas, ele se sentia bem. Já Han Jisung era totalmente o oposto, praticamente um boneco de porcelana, filho único e sua...