XXI

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Pov Sky

Enquanto eu subia a bordo da nave, ainda podia sentir o peso do olhar de Bloom. Meu coração estava dividido. Por um lado, tinha um dever a cumprir, mas por outro, sabia que havia deixado Bloom em um momento delicado. Diaspro estava ao meu lado, sua presença tão familiar quanto desconcertante.

— Não se preocupe, Sky. Vamos resolver isso rapidamente e você poderá voltar para os braços de sua... amiga. – Diaspro disse com um sorriso irônico.

Enquanto estávamos a bordo da nave rumo a Solaria, notei que Stella estava estranhamente quieta, olhando fixamente pela janela. Ela parecia estar perdida em seus pensamentos, algo raro para a sempre vibrante e falante Stella.

Aproximando-me, decidi puxar conversa.

— Tella, você está bem? – perguntei, tentando sondar o que estava passando por sua cabeça.

Ela demorou alguns segundos para responder, como se estivesse emergindo de um sonho distante.

— Ah, Sky, desculpe... só estava pensando em tudo isso. Essa guerra, os amigos que deixamos para trás, a Bloom... – respondeu com um suspiro.

— Eu sei – disse suavemente. — É difícil ver tudo isso acontecendo. E deixar Bloom, especialmente nesse momento, foi mais duro do que eu imaginava.

Ela me olhou, seus olhos refletindo uma mistura de tristeza e preocupação.

— Estar longe dela agora é como se estivéssemos traindo nossa amizade. E, além disso, a guerra entre Solaria e Dominó... Papai e Oritel... tudo parece tão fútil. – Stella balançou a cabeça, frustrada.

— Concordo, Stella. Às vezes parece que essa luta não tem sentido, é mais sobre o orgulho deles do que sobre o bem-estar dos povos. – Apertei meu punho, sentindo a raiva crescer.

Stella colocou a mão no meu braço, em um gesto de conforto e logo depois me abraçou.

Quando chegamos a Solaria, a situação estava tensa. As forças de Dominó e Solaria estavam em uma frágil trégua, com tropas em alerta máximo. Fomos recebidos pelo rei Radius, que nos atualizou sobre os últimos desdobramentos do conflito. O clima era de desconfiança mútua, e minha mente voltava constantemente para Bloom e sua luta por paz.

— Sky, preciso de você na linha de frente – Radius disse. — Precisamos mostrar força para garantir que Dominó não avance.

Enquanto nos preparávamos para a batalha iminente, não conseguia parar de pensar em Bloom. Sua coragem e determinação eram inspiradoras, e eu sabia que ela estava lutando tanto quanto eu para acabar com esse conflito. A guerra parecia absurda e sem sentido, uma batalha de egos entre reinos que só causava sofrimento.

Diaspro observava tudo com um olhar calculista. Ela se aproximou de mim enquanto nos preparávamos.

— Sky, você sabe que isso é necessário. Eles não podem nos subestimar.

Eu a encarei, sentindo uma raiva crescente. — Mas a que custo, Diaspro? Quantas vidas mais precisam ser destruídas para provar um ponto?

Ela ficou em silêncio, talvez surpresa com minha resposta.

No campo de batalha, vi o caos e a destruição de perto. Soldados lutando, civis correndo para se proteger. A visão da destruição me fez perceber que Bloom estava certa. Essa guerra precisava acabar.

De repente, uma mensagem urgente chegou. Dominó estava propondo um cessar-fogo e um tratado de paz. Radius olhou para mim, cético, mas interessado.

— Será que podemos confiar neles? – ele perguntou.

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