Reminiscências

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Chegou a 2ª temporada do padre. Agradeço imensamente a todos que leram a primeira e cederam seu carinho a ela. Peço desculpas por prováveis erros gramáticas que podem surgir. Para os leitores que por ventura se interessem em lê-la, estejam a vontade.

Conteúdo +18 e romântico.

Obs: Os sobrenomes adicionados ao fim dos nomes dos personagens dos membros do BTS, ou de qualquer outro membro, são meramente parte da ficção para ceder mais aspectos à genealogia dos personagens.

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Idade média, Reino de Ribe, Dinamarca

Ano da graça, capela do condado.

Uma, duas, trés badaladas que anunciavam os sinos do mosteiro ao longe. Apesar da distância, era possível ouvir o som como um vento entre os pinheiros. O sol já se reclinava aos poucos entre as colinas verdes, e de joelhos diante do altar repleto de flores, com a imagem de são Cristóvão com ramalhetes a seus pés, estava a jovem Eva, que trajada em um véu rendado. Se colocou de joelhos ali na capela silenciosa em meio aos mognos altos. A brisa leve arrastava as folhas do solo, fazendo com que as mesmas invadissem o assoalho da capela extremamente silenciosa, tão silenciosa, que só se ouvia o som das folhagens veredando entre as árvores e o som singelo dos pássaros do nascente. De olhos cerrados, a jovem de cabelos castanhos orava sua prece mais amada. Permanecia ali, deixando que seus lábios se movessem levemente enquanto proferia as palavras sagradas, até que a oração se encerra e levemente suas pálpebras se erguem, deixando a visão alcançar o altar, e permitindo que seus olhos encontrassem a imagem de são Cristóvão, e ainda de joelhos, com o terço dentre suas mãos cruzadas, permite ela que as reminiscências despertem em sua mente, com uma intensidade feroz, duas noites ressurgem na memória da moça, que em pleno silêncio recorda:

Dez anos atrás...

Adormecida em seu leito, a jovem não conseguia se agarrar ao sossego do sono, pois, em sua mente, o sonho insistia. Sentia o coração bater mais forte, quando conseguia enxergar com mais clareza o que sua mente tentava deixar. Deu-se que, se via correndo em meio a rosas puras e brancas, que por algum motivo desconhecido por si e pela natureza, aos poucos se manchavam de vermelho, como se gotas de sangue se recaíssem sobre a pureza do branco das pétalas. Cessou seus passos, e passou a observar o que se sucedia com as belas rosas. Mirou o cristo erguido no coração do jardim, e percebeu que seus pés sangravam. Sentiu aquele aperto tomar vida em seu peito, quando ouviu, para seu desespero, uma oração familiar e perfeitamente dita em um latim absolutamente inquestionável. Correu mais depressa dentre as rosas, até alcançar a porta, que com muito esforço conseguiu abrir. Assim que entrou no salão vasto, conseguiu ver, ali, diante da imagem dos anjos, o ser que ajoelhado orava o latim perfeito, e assim que o ser ergueu-se e virou-se, o sonho se dissipou, trazendo a jovem novamente a realidade, despertando do sono agonizante, e com o coração extremamente acelerado e angustiado. Muito depressa, a moça ergueu-se de seu leito, vestindo-se rapidamente, apanhando sua capa, e saindo com urgência do castelo. Não perdeu tempo, foi ao estábulo e pegou o cavalo mais veloz, montou e passou a cavalgar dentre as árvores e pelos verdes e vastos campos. Com uma nova angústia em sua alma, o sonho não lhe deixava a mente, e corria mais depressa ainda com seu cavalo. Por sorte, a lua prateada iluminava os prados generosamente, dando à jovem a melhor visão para seguir e encontrar a vereda. Não tardou muito, conseguiu enxergar o caminho, e de lá seguiu. Passou um tempo a cavalgar com rapidez, até que por fim, para diante de uma capela abandonada, pouco frequentada e cedendo em ruínas. Percebeu, ainda montada no cavalo, que o lado inferior estava ligeiramente iluminado, Eva desceu do cavalo e aproximou-se dos vitrais que estavam ainda intactos, e conseguiu ver que havia poucas velas acesas, e mais especificamente no altar. Não compreendia porque, mas assim que passou pela igrejinha, sentiu que devia parar ali, afinal, ela nunca estava iluminada por ser pouco cuidada, a jovem só atendeu ao pedido de seu coração, e por isso parou ali.

O padre II : A coroa do rei - Jikook - 2ª tempOnde histórias criam vida. Descubra agora