Um verdadeiro rei.

23 2 2
                                    

Castelo real.

Naquela manhã, o sol reinava entre as nuvens do céu, tocando os picos sublimes das montanhas e permitindo que seus raios dourados atravessassem as janelas dos aposentos do rei. Sua Majestade se encontrava acomodado entre o veludo da sua cama dourada, encostado nas almofadas bordadas da cabeceira. O rei estava profundamente pensativo e um pouco desnorteado, já faz uns minutos que despertará, porém, seu estado pensativo se dava ao fato de que minutos depois que despertou, uma lembrança inesperada lhe veio a mente, e além de agora não conseguir parar de pensar no que recordou abruptamente, se encontrava confuso e sem compreender como foi que esqueceu.

Estava um pouco confuso, não esperava por essa situação e não foi um sonho, foi sim uma lembrança, mas veio tão repentinamente, como se tivesse voltando uma memória que foi apagada. Seus olhos estavam vagos e sua mente a todo momento voltada a essa reminiscência que lhe veio com todos os detalhes, como se tivesse vivido aquele momento ontem, pois sim, o rei lembrou que há dez anos, quando ainda era um príncipe, entrou em seus aposentos, bebeu a água que uma das empregadas havia trocado e de repente, depois de poucos segundos foi tomado por uma chama que invadiu todo seu corpo, entrando em uma espécie de êxtase e uma necessidade de um toque, mas não um toque qualquer, e sim o toque de um santo... Sim, a água que bebeu lhe fez clamar pelo toque do padre, seu corpo se viu tão sensível e desesperado, que o chamava em gemidos, entre o estado lascivo de seu corpo e a razão de sua mente. O rei lembrou-se finalmente, depois de dez anos, que houve uma tarde em que passou por uma situação em que somente um antídoto expert para socorrê-lo, ou uma noite de amor.

Lembrou-se que ficou sob o efeito de algum tônico que estava misturado com a água, simplesmente porque seu corpo já estava sedento e chamou justamente e unicamente quem mais desejava, e o único que poderia lhe livrar daquela dor que consumia seu corpo implorando por um momento de prazer e paixão, e foi então que sua majestade lembrou-se finalmente de quem chamou com todo o ardor. Naquela época, seu corpo esteve em um estado de transe e alta sensibilidade, mas, sua mente estava em plena consciência, sabia exatamente do que precisava e quem desejava. E todas essas lembranças que lhe vieram essa manhã de uma vez só, surpreenderam sua majestade pois, não compreendia como foi que esqueceu aquela tarde poética que teve com padre Jeon, e o que mais lhe surpreendeu, deixando seu coração quase saltando para fora de seu peito, foi que diante de toda a sua súplica e deixando bem claro que desejava se entregar a ele, Jeon, ainda sendo padre, deu-lhe a tarde mais linda de amor. Entregou-se ao rei, ouvindo seu nome ser chamado em uma súplica e Jimin se via agora submetido a inúmeras emoções.

- Ele fez amor comigo naquela tarde há dez anos, atendendo meu chamado e minhas súplicas por ele, mas como foi que só lembrei agora ? E porque ele cedeu seus toques a mim ? Essa lembrança veio nessa amanhã subitamente como se eu tivesse passado por uma perda de memória apenas com esse momento.

Jimin estava transtornado por ter se lembrado desse momento só depois de anos, para ele era imperdoável ter esquecido daquela tarde, mas não compreendia como foi que esqueceu, afinal, guardava todos os momentos que teve com o padre, desde a primeira vez que se encontraram a dez anos, até a última vez que estiveram juntos antes de ele tornar-se padre novamente. Jamais esqueceria um detalhe se quer, contudo, não aceitava e muito menos compreendia porque esqueceu dessa tarde. Poderia pensar facilmente que foi um sonho, mas não foi. Já estava desperto quando repentinamente a lembrança lhe veio, o surpreendendo por completo. Se encontrava um pouco baratinado e não conseguia parar de pensar na tarde de dez anos, as imagens estavam em sua mente com vivacidade, em todos os detalhes, ouvindo no eco de seus pensamentos a memória dos sussurros que saltava de seus lábios quando o sentia sobre seu corpo, e principalmente os murmúrios dele, que eram tão melodiosos. Como foi que se lembrou só agora? Não conseguia aceitar.

O padre II : A coroa do rei - Jikook - 2ª tempOnde histórias criam vida. Descubra agora