Por alguns segundos, Félix parado no mesmo lugar se sentindo um pouco nervoso, contudo, soube esconder suas emoções e se aproximou de ambos, que inclusive, estavam frente a frente, o que deixou Félix mais a flor da pele, embora emocionado.
- Ludvig, vim buscá-lo para continuar seus estudos antes do jantar. O rei está esperando por você. - Avisou Félix, na sua sempre doçura inconfundível. - E você, Valen... - Guando percebeu que cometeria um descuido, tratou de consertar. - E você, pequeno senhor? O que faz aqui?
- Eu estou aqui porque preciso pegar minha flecha, ela foi parar em uma das árvores. - Disse Valentim apontando a direção.
Félix levou seus olhos para a direção indicada e viu a flecha no pessegueiro.
- Como você entrou aqui?
- Perdão, mas tive que escalar as figueiras do muro.
- Mas isso foi muito perigoso.
- Não tive escolha.
Félix o observava, ele realmente continha coragem em seu espírito, sorriu docemente ao chegar a essa conclusão.
- Bem, não posso deixá-lo subir na árvore, corre o risco de você cair e se machucar.
- Sou habituado a subir em árvores, não vou me machucar.
- De qualquer forma posso resolver isso para você sem que se machuque.
- Mas você não pode subir até lá, além disso, está usando uma batina.
- Mas eu não vou subir até lá, vou apenas pedir para um dos cavalheiros apanhar sua fecha e logo mais a noite eu a levo para você. O que me diz?
- Bem... Se você manter sua palavra.
- Claro que vou manter.
- Eu não gosto de quem falta com a palavra! - Argumentou seriamente.
Ouvindo com atenção o que ele acabava de proferir, Ludvig direcionou seus olhos até a Valentim. Embora sem uma expressão precisa e exata, mantendo-se todavida equânime, pairou em seu espírito um lídimo prezar pelo comportamento tão justo e honesto manifestado nas palavras dele. Talvez a explicação viesse do laço da natureza em que na aura do príncipe Ludvig prevalecia a mesma essência, embora denotada de maneira mais sútil.
- Eu prometo que vou cumprir o que prometi. - Disse Félix.
- Está bem. O senhor sabe onde fica o castelo dos meus avós?
- Sim, eu sei. Vou deixá-la para você.
- Agradeço. Agora tenho que ir.
- Não escale o muro novamente, vou levá-lo até ao portão.
Valentim consentiu e Felix voltou-se para Ludvig.
- Meu príncipe, eu volto logo.
O silêncio era predominante sobre ele e Valentim estava intrigado com o príncipe. O observava com os olhos extremamente atentos e sem disfarçar sua curiosidade diante dele.
Félix, em silêncio, os observava. Valentim em dois passos se aproximou dele e lhe ofereceu a mão direita.
- Me chamo Valentim.
De forma branda, sem qualquer expressão, mas absolutamente educado, Ludvig aceitou o cumprimento, aceitando a mão de Valentim. O jovem conde sentiu os dedos gelados das mãos tão brancas.
- Desculpe por invadir seu jardim, príncipe... Perdão, como se chamas?
- Ludvig... - Respondeu Felix observando os dois.
- Oh, sim! Que bonito nome, alteza. - Proferiu Valentim, fitando os olhos genuínos.
Nesse instante, Ludvig soltou lentamente a destra do jovem conde, com as bochechas ligeiramente ruborizadas com o elogio tão honesto.
Félix, atento à situação, sorriu brando. Na sua natureza, Ludvig não costumava ser expressivo ou demonstrar suas emoções, exceto o fato de ser devoto, embora esse detalhe ele só expresse em gestos singelos e comportamentos costumeiros, mas nada que se veja através de emoções.
Valentim afastou-se dele em passos lentos e depois aproximou-se do monge de cabelos da cor de caramelos. Félix deu a mão a Valentim e o guiou na direção do portão que se localizava no final do jardim.
***
Já diante do portão, Félix olha para Valentim e sorrir amável, afinal, ele tinha todos os traços do seu amigo e quase irmão. O jovem conde levou seus lumes para o rapaz anjo, considerando peculiar o jeito tão fraterno com o qual ele lhe olhava.
- O senhor por acaso é um anjo? - Questionou Valentim, que desde que o viu aparecer no jardim, sentiu na presença e no semblante dele uma aura e uma imagem pura e celestial.
- Não, eu sou monge. - Respondeu sorrindo gentil.
- Não parece um monge, parece um anjo. - Proferiu, analisando quão diferentes eram os trajes dele para ser um monge, porém, eram vestes que definitivamente eram para um anjo.
Valentim era honesto, ele não estava formulando um elogio, apenas expressou sua opinião de maneira natural, e Félix que sabia sobre a personalidade sincera e sem pretensão do jovem conde, sorriu cativado.
- Eu tenho que ir.
- Você vai sozinho por esse bosque?
- Elias está me esperando. Não esqueça da minha flecha.
- Não vou esquecer.
Valentim virou-se e deixou o jardim atravessando o portão. Félix o seguiu com os olhos até ele sumir no bosque, em seguida, afastou-se do portão.
Refletia que pelas circunstâncias complicadas que rodeavam a situação, não foi prudente Valentim aparecer tão perto do castelo.
***
Após deixar Valentim no portão, Félix voltou para perto de Ludvig.
- Vamos, alteza.
Ludvig continuava a observar aquela direção e Félix, que o conhecia perfeitamente bem desde que era um bebê, compreendeu o que não estava expressado em seu rostinho.
- Não se preocupe, ele vai chegar em segurança.
O príncipe não disse uma palavra se quer, apenas seguiu com os passos e Félix o acompanhava.
Assim que deixaram o jardim, já estavam prestes a entrar no castelo, quando Alessandro surgiu na escada.
- Alteza. - Disse ao reverenciar Ludvig. - Félix, o rei pediu-me para procurar por você, acho que ele quer falar com você.
- Onde sua majestade está?
- Nos aposentos reais.
Félix agradece pelo recado dado, em seguida entrou no castelo seguindo pelas escadas até alcançar os aposentos do rei.
Assim que diante da porta, abre e entra. Jimin, que estava sentado encostado em uma poltrona diante da janela observando o sol de por ao som dos sinos ao longe, ouve a porta e assim que leva seus para a direção oposta, deixa um sorriso absolutamente encantador surgir em seus lábios. Ergueu-se e se aproximo do filho que acabava de chegar com Félix.
- Pedacinho do céu. - Proferiu ao beijar as faces do príncipe. - Você está bem?
Ludvig fez um gesto positivo com a cabeça.
Park sempre sentia o coração jubiloso quando olhava para seu filho. A cada dia que passava Ludvig se parecia com ele, nos traços, nos modos, no silêncio e na devoção. Era incrível como se pareciam, e embora esses detalhes deixassem sua majestade feliz, ainda assim, por outro lado, a peso da tristeza também pairava sobre seu coração e os motivos estavam no fato de que ele não sabia que existia uma segunda parte parte dele tão semelhante a ele. E segundo que não conseguia parar de pensar que não contou a ele, contudo, embora tendo seus motivos, ainda assim, era pesaroso. Por vezes pensava que deveria ter revelado, por outro lado, pensava que era melhor não, principalmente considerando suas razões para ter se calado. Sem mencionar que não eram só esses os motivos para a tristeza e o aborrecimento tomar posse da alma do rei, que a anos tenta ignorar e superar o passado.
- Papai?
Ouvindo o sussurrar tão melodioso da voz que raramente ouvia, Jimin olhou para o filho, era tão raro ouvi-lo falar, mas notou que Ludvig o chamou por provavelmente ter considerado peculiar seu abrupto silêncio e olhar vago. Park então tentou disfarçar sua ligeira melancolia e sorria para o filho.
- Perdão, querido. - Disse ao tocar nos nas mechas longas do príncipe. - Vovó quer ver você, vá até aos aposentos dela, sim?!
O príncipe ficou alguns segundos olhando para o pai, por vezes já notou nele uma vaga tristeza, mas sabia que em sua frente ele sempre disfarçava. Sua alteza era silencioso e discreto, nada dizia ou perguntava, porém, sentia que havia algo em seu pai que nunca compreendeu.
Não disse nada, apenas virou-se e deixou os aposentos.
- Você estava procurando por mim, Majestade?
Jimin que estava a alguns segundos olhando para a porta de onde o filho saiu, agora voltou sua atenção para o amigo. Voltou a sentar-se na poltrona perto da janela e disse;
- Sobre a mesinha, Félix, leia.
Félix foi até ao móvel e pegou a carta passando a ler cada linha. Após a leitura, olhou para o amigo.
- Novamente, Jimin?
- É exaustivo.
- Você já o desiludiu.
- Mas ele é insistente.
- E o que pensa em fazer?
- O que tenho feito sempre que ele manda uma carta.
- Joga-la na lareira e ignorar?!
- Exatamente.
Félix colocou a carta de volta no lugar e aproximou-se, sentando-se de frente ao amigo. Já estava habituado com aquela história, o rei da Inglaterra era insistente, e a três anos pede o rei da Dinamarca em casamento, mesmo sabendo que ele já o desiludiu incontáveis vezes. Porém, o soberano era insistente, desejava conquistar o coração de sua majestade, coração esse que Félix sabia que estava selado.
Félix observava o sol ceder atrás das montanhas, e pensou em um velho amigo que amava o por do sol, tal qual amou sua majestade. Félix sentia-se angustiado às vezes, sabendo que tudo deveria te sido diferente, contudo, o mundo as vezes confunde e engana.
O rapaz levou seus olhos até ao rosto do rei e notou que como sempre os olhos de sua majestade ficavam a cada vez mais límpidos quando observava ao crepúsculo. Na verdade, todas as tarde o rei Park assistia ao pôr do sol, a menos quando aconteciam imprevistos. Sabia que Jimin amava o crepúsculo, e que aquela imagem do sol partindo entre as montanhas e pinheiros sobre os prados remetiam a ele a sensação de alívio e nostalgia, embora por vezes a sensação fosse de saudade, melancolia ou um profundo sonho em seu peito que jamais foi realizado e sabia também que tudo isso estava ligado a uma única pessoa... Olhar para o pôr do sol era olhar para ele... Durante todos esses dez anos, Jimin, sendo olhando o por do sol ou não, sempre conteve suas lágrimas quando o choro despertava em seu peito, mas jamais derramou uma lágrima, permitindo apenas que elas ficassem presas em suas pupilas, o que doava um brilho transparente unido a imagem do crepúsculo dentro dos cernes azulados.
- Se eu pudesse transformar o passado, eu os ajudaria a ser como sonhado... - Refletia Félix ao observar o rei. - Mas a única coisa que posso fazer é continuar cumprindo a promessa que fiz a ele. - Pensou em seguida, e dessa vez voltando sua atenção para o pôr do sol.
***
Condado de Ribe.
A noite já alcançava os campos do condado, a penumbra estrelada recaia por sobre o céu. Sehun, em Pânico, andava de um lado para o outro, com os olhos fixados no portal do castelo, em forma de arco repleto por roseiras. Estava a ponto de pegar seu cavalo e ir procurá-lo, porém, antes de tomar essa atitude sentiu um alívio quando viu o cavalo branco atravessar o portal de rosas. O conde, mais tranquilo, porém, ligeiramente aborrecido, aproximou-se imediatamente.
- Ora, Valentim! Onde esteve? - Indagou com a voz repressiva.
O jovem conde desceu do cavalo e se aproximou do avô.
- Desculpe a demora.
- Valentim, eu já disse que... - Iria repreender o neto, quando suas palavras foram interrompidas ao ver o segundo cavalo passar sem nenhum controle pelo portal, enquanto ouvia os gritos de Elias que mal sabia dominar o animal.
- Minha nossa senhora! Socorro!
Gritava o rapaz, desesperado.
- Acudam-me!
- Oh céus! - Gritou o conde.
O cavalo, descontrolado, corria por todo o jardim e dando voltas rápidas ao redor da fonte. Com todo o alvoroço, todos sairam do castelo e surgiam no jardim. A condessa e Eva viram a cena estrambolica e logo tornaram-se preocupadas. Hoseok correu pela segunda porta junto a Joaquina que ficou perplexa, e Taehyung e Chanyeol correram para a sacada da janela acima da entrada.
- Meu jesus! - Balbuciva a condessa, preocupada.
O pobre Elias já estava sem os parafusos de tantas voltas que o cavalo dava ao redor.
- Socorro!
- Elias, puxe a rédea de Hipnos. - Dizia Valentim.
Contudo, o rapaz não conseguia parar o cavalo e o conde preocupado não conseguia fazer nada.
Chanyeol que estava ao lado de Taehyung na sacada, observava a situação e fixou bem seus olhos nos movimentos abruptos do cavalo. Subiu no parapeito da sacada e pulou com um salto só, alcançando o lombo do animal e tomando as rédeas nas mãos, ajeitando Elias em sua frente e em seguida controlando Hipnos.
Todos observavam tensos, quando Chanyeol conseguiu, com louvor, domar o corcel até que finalmente o fez parar. O conde respirou aliviado assim como todos. Elias saiu do cavalo com a ajuda de Chanyeol e Eva e a condessa se aproximaram rapidamente para ajudar o rapaz que estava um tanto que tonto.
- Tio Chany! - Gritou Valentim, sorrindo e feliz ao correr parar o tio.
Chanyeol virou-se e sorriu, pegando o sobrinho no colo e beijando suas faces.
- Raio de sol! - Proferiu Chanyeol ao sobrinho adorado.
- Eu não sabia que o senhor tinha chegado.
- Pois estou aqui e lhe trouxe muitos presentes.
Valentim não se importava com presentes e Chanyeol sabia disso, mas gostava de mimar o sobrinho.
- Eli, você está bem? - Perguntou ao seu querido pajem.
- Eu estou bem, meu amo, não se preocupe. - Respondeu Elias ainda um pouquinho tonto. - Obrigado, mi lord. - Agradeceu ele a Chanyeol.
- Não precisa agradecer, Elias. Mas o que aconteceu?
- Hipnos se assustou com os alces do outro lado, quando dei por mim, não consegui mais controla-lo.
- Elias, vá descansar, a tarde foi agitada para você. - Disse Sehun.
O rapaz entrou no castelo com a ajuda de Eva e a condessa.
- E você, mocinho, vamos ter uma conversa. - Proferiu Sehun ao encarar o neto.
Valentim torceu o nariz e Chanyeol sorriu da situação. Coloco o sobrinho no chão e o acompanhou para dentro do castelo junto ao conde.
Joaquina que continuava no mesmo lugar, não tirava os olhos do Sehun. Hoseok que notava que a atenção da prima estava constantemente sobre seu pai.
- Joaquina?
- Sim?
- Você está bem?
- Oh sim, estou. - Respondeu ligeiramente nervosa, mas não porque percebeu que o primo notou o olhar dela para o pai, mas sim por um pensamento particular.
Joaquina também entrou no castelo subindo para suas acomodações. A moça a cada dia se sentia mais atraída por seu tio e se sentia a cada segundo "rejeitada", já como Sehun não lhe tinha outros olhos a não os de tio, e já como sua predileção era para seu irmão, o que chateava a menina, mas sabia esconder muito bem... Contudo, o primo vinha achando bem peculiar que todas as vezes quando sua prima os visitava, ela tinha o mesmo olhar para seu pai.
Hoseok seguiu a prima com os olhos até ela sumir nas escadas. Estava profundamente intrigado e porque não dizer... Desconfiado?!
***
Após o jantar, todos se recolheram. Após colocar o neto para dormir, a condessa entrou na sala, onde seu esposo se encontrava.
- Eu gostaria de falar com o senhor meu marido. - Disse ela um tanto que ríspida.
Sehun que estava sentado em frente a ladeira, ergueu seus olhos e fitou a esposa.
- Diga.
- Sehun, será que não foi uma decisão precipitada?
- Do que você está falando?
A condessa se aproximou e sentou-se na outra poltrona em frente ao marido.
- Estou preocupada, sabe que nosso filho vai sofrer quando souber a verdade que somente ele não sabe. Eu não desejo isso.
- E prefere que ele nunca saiba? Você acha isso justo?
- Eu sei, mas como vamos dizer isso a ele? Que palavras devemos usar e além do mais, não podemos deixar Eva fazer isso sozinha.
- Eva não fará sozinha. - Disse convicto. - E nós vamos dizer a ele a verdade. Não quero mais meu filho longe e muito menos sem saber de nada. Sei que está preocupada com o sofrimento dele, mas não podemos mais esconder algo tão importante e você sabe disso.
O conde estava decidido e além do mais, ele jamais aceitou esconder algo tão importante do filho, e só a tolerou essa situação por mais tempo em consideração a Eva, porque sabia que ela tinha seus motivos, porém, não iria mais se calar.
***
Palácio real
Jimin acabava de deixar os aposentos do filho, depois se se certificar que Ludvig dormia bem, o rei seguiu para a biblioteca, aproximando-se da sacada e pegando a luneta para observar as estrelas.
- Jimin, lhe trouxe um chá.
Ao ouvir a voz do amigo, Jimin virou-se.
- Obrigado, Félix.
- Ludvig já está dormindo?
- Sim, como um anjo. - Respondeu sorrindo.
Félix não perguntou se o príncipe chegou a falar sobre um carro garotinho que conheceu em seu jardim, afinal, Ludvig não era de falar ou perguntar.
- Está olhando as estrelas novamente? - Perguntou se aproximando com a xícara e oferecendo a ele.
- Sim, eu estava. Logo esse céu estará repleto por chuvas de fogos. - Proferiu ao olhar para o céu.
- Todos os anos è algo lindo de se vê.
Félix olhava para o céu e imaginava quando o dia da chuva de fogos coloridos chegaria e na verdade estava próxima, daqui a uma semana seria realizada, afinal, seria o aniversário do príncipe.
- Nunca sei o que da a ele, e ele jamais deseja nada. - Proferiu Félix.
- Seu carinho para com ele já é um presente, Félix. - Disse Jimin, sorrindo para o amigo. - Você sabe que meu filho não é de expressar suas emoções, mas sabe o quanto é importante para ele.
- Eu sei, Jimin. - Respondeu brando, como costumava a ser sua natureza.
Lee Félix, um rapaz polones de beleza genuína e angelical, de modos tranquilos e serenos, um monge católico conhecido e intitulado por todos de o monge branco, e a razão para isso eram suas vestes diferentes de qualquer eclesiástico, já que Félix só trajava túnicas brancas com mantos azulados com sutis adereços dourados ou prateados. Lá pelas tantas, uma coroa singela de pérolas jazia entre seus cabelos, outras vezes, uma pequena ramagem de flores ou folhas de louro ao redor da testa. Era considerado e comparado com a imagem de um arcanjo, não só por sua imagem, como também por seu comportamento sempre tão manso e de coração puro. Diziam as linguas e Félix era um anjo descido na terra.
O rei Park tinha por Félix uma imensurável amizade e confiança. O conheceu a cerca de 8 anos, quando Lee se mudou para a Dinamarca e estava a procura de algo para fazer enquanto estivesse em missão na Dinamarca, já como foi mandado por seus superiores do clero para ajudar padre Júlio a fundar o novo mosteiro. Contudo, Félix não tinha somente essa missão a cumprir. Fez uma promessa importante, por essa razão teve que ir ao castelo usando a desculpa de que estava a procura de algo para fazer enquanto não terminasse as missões da sua ordem, e foi assim que conheceu o rei Park Jimin, de quem ao longo do tempo foi conquistando a confiança até tornar-se um grande amigo e confidente. Sem mencionar que Félix era tutor pessoal de Ludvig, e sempre que Jimin precisava de ausentar do reino, deixava o filho sob os cuidados dos avós, mas sobretudo aos cuidados de Félix, já que o rapaz tinha o coração de ouro e adorava o príncipe Ludvig.
Jimin voltou a ser concentrar nas estrelas e Félix observava o mapa sobre a mesa, contudo, quando vê as flores perto do jarro dos lírios que provavelmente foram trocados, aproximou da pequena pilastra.
- Porque essas flores estão aqui?
- Hoje a tarde Bella trocou as flores pelos lírios, deve tê-las esquecido. - Explicou Jimin.
- Entendo, então eu vou levá-las para a cozinha. Tome seu chá, Jimin.
- Está bem.
- Boa noite, Majestade. - Disse Félix colocando as flores em seus braços.
- Boa noite.
***
Em seus aposentos, Suho, em silêncio observava a janela. Em seus pensamentos uma tempestade parecia se formar e toda a situação presente lhe desassossegava... Era a coroa a culpada por esse abalado em seu peito. Tinha que tomar suas providências o quanto antes, se demorasse mais do que precisava, tudo estaria arruinado, e pior ainda, caso o rei finalmente aceitasse o pedido de casamento do rei da Inglaterra. Sua vantagem era saber que Jimin não tinha a menor intenção em aceitar e tão pouco estava interessado nele. Contudo, o rei inglês era um homem gentil, cavalheiro e persistente, sempre escrevia o quanto desejava que ele aceitasse se casar com sua pessoa, e sempre narrava que apesar de todas as respostas negativas, sempre estaria esperando por Jimin. Definitivamente, Suho temia que um dia o rei inglês vencesse, era por essa razão que ela necessário colocar o quanto antes seu plano em prática, casar Hyunjin com Jimin.
Permanecia a olhar a janela, a expressão sempre seria e preocupada, embora nos olhos um reflexo genuíno de uma taciturnidade angustiada pairasse.
Ouviu por fim a porta abrir, virou-se e o viu chegar. Olhou ríspido para o filho e Hyunjin, vendo o pai em seus aposentos a sua espera, percebeu que seu precioso momento de paz havia terminado.
- Onde esteve? - Indagou Suho, severo.
- Eu estava cavalgando. - Respondeu frio e em olhar para o pai, enquanto deixava as luvas sobre a mesinha.
- A noite não foi feita para cavalgar, Hyunjin.
- Também quer ditar o que a noite deve ou não fazer? - Disse aborrecido.
- Não quero discutir, eu só quero conversar com você.
- Se for o mesmo assunto, esqueça.
- Você precisa tomar uma atitude! Estamos ficando sem tempo! - Disse com certo desespero nos olhos.
- Mas que tempo? Do que está falando papai? - Perguntou confuso e profundamente chateado.
Suho, percebendo que quase cometeu um erro, se recompôs.
- Eu só quero o que há de melhor para você.
- E suponho que casar com meu primo seria o melhor, não é mesmo?!
- Não seja sarcástico comigo!
- Já chega, papai! Eu não aguento mais essa sua ideia descabida! Eu não quero me casar com meu primo!
- Você não sabe o que está dizendo! Não sabe o que está fazendo!
- Você é que não sabe! Tem perdido a razão desde que veio para cá! Porque todo esse desespero?
- Eu já disse, quero o melhor para você.
- O melhor para mim é que você pare de me perturbar com esse assunto!
Aborrecido o suficiente, Hyunjin deixa o quarto batendo a porta.
- Hyunjin! Volte já aqui!
Só outro lado da porta ouvia os gritos furiosos de seu pai, mas ignorou.
Passou em passos apressados pelo corredor, estava completamente zangado e nervoso com essa situação. Descia as escadas com certa pressa e a raiva envenenando suas veias e mente, quando de repente, sem intenção e domado pela irá e sem prestar atenção, esbarra em alguém, vendo flores cair aos seus pés no degrau da escadaria. Bem depressa e rapidamente se abaixou para apanhar as flores.
- Mil desculpas, Bella.
- De novo, meu senhor?
Ouvindo a voz suave e sabendo perfeitamente bem a quem ela pertencia, Hyunjin parou suas mãos abruptamente, tendo algumas flores entre seus dedos. Lentamente ergueu seus cílios e fitou o rosto cândido em sua frente. O coração agiu imediatamente vacilando duas ou três batidas, e ergueu-se rapidamente, se recompondo.
- Me desculpe.
- Está tudo bem.
Félix abaixou-se e passou a apanhar as flores da escada. Hyunjin imediatamente se prontificou a ajudá-lo.
- Eu faço isso, Félix, afinal foi por minha culpa que as flores caíram.
Félix sorriu amável, não era a primeira vez que derrubava as flores por culpa do lord e também não foi aquela a primeira vez em que Hyunjin esbarrava nele.
Faltava apenas mais uma flor, quando os dedos de Hyunjin se direcionaram para pega-la, tocou os dedos de Félix. Os olhos ergueram-se e se encontraram inesperadamente e por alguns segundos o tempo parou para Hyunjin, que ficou ali imóvel, incapaz de parar de olha-lo. E Félix, que nunca compreendeu porque ele sempre lhe tratava com certa frieza, ficou estático no lugar, penetrando seu olhar no dele. Os segundos se arrastaram assim para ambos, os lumes se navegavam, contudo, percebendo sua indiscrição, Hyunjin rapidamente se ergue.
- Novamente peço desculpas, Félix.
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O padre II : A coroa do rei - Jikook - 2ª temp
Fanfiction"𝐂ativo a uma promessa, Jeon volta a ser o padre "santo", e seus motivos para ter tomado tal decisão, manteria em segredo, assim como os sentimentos que ainda queimavam dentro de seu peito por sua majestade Park Jimin Adeler. 𝐂ontudo, manter em si...