O padre II : A coroa do rei - Jikook - 2ª temp

Inicia-se a revolução contra o rei

Condado de Ribe

Padre Jeon encontrava-se na sala concentrado nas páginas de um livro, porém, por vezes seus olhos saltavam das linhas, se perdendo no vão, cativo em seus pensamentos, não conseguindo não lembrar ou não pensar nele. Deveras, durante todos esses anos sua mente era profundamente voltada para ele. Sempre foi doloroso ter que deixá-lo, e depois que descobriu sobre seu filho, era mais doloroso ainda pensar que o deixou, mas foi necessário, mas ainda assim ciente dessa realidade, era um martírio.

Tentou voltar sua atenção para o livro, afinal, não adiantava pensar no passado e no que deveria ter sido, o que passou, passou, porém, sua maior preocupação recente é o fato de que Jimin não sabia sobre a existência de Valentim.

- Jeon, meu filho. - Disse a condessa surgindo na sala e se aproximando do filho.

- Mamãe.

- Você está bem?

- Sim. Onde está Valentim?

- Está com Hoseok no jardim. Seus irmãos o amam muito. - Disse ela sorrindo.

Jeon sorriu simples, afinal percebeu o quanto o filho era a adoração dos tios.

- Meu filho, eu gostaria de falar com você.

- Diga.

A condessa sentou-se ao lado do filho.

- É importante.

Jeon fechou o livro, o deixou sobre a mesinha de lado e concentrou-se em sua mãe.

- Estou ouvindo.

- Meu filho, quero que me faça um favor. - Começou ela. - Preciso que você escreva ao papa.

Confuso Jeon observava sua mãe e o pedido que no mínimo era inesperado.

- Preciso que você escreva uma carta para o papa e faça um pedido a ele.

- Do que se trata, minha mãe?

- Bem... Primeiro quero que você compreenda algo sobre mim e seu pai.

- Diga.

- Jeon, seu pai não deveria ter se casado comigo. O conde Sehun, seu pai, amava o melhor amigo. Era, aliás, é perdidamente apaixonado por ele, e na época estava prestes a se declarar e pedi-lhe em casamento, contudo, aconteceu o seguinte...

Padre Jeon ouvia atentamente enquanto sua mãe narrava a história que jamais soube sobre seu pai e de como teve sua história de amor em pedaços por um sacrifício que seu tio, o marquês, teve que fazer. Jeon já tinha grande admiração por seu tio, mas depois de ouvir do que ele abriu mão para ajudar sua irmã, fez Jeon admirá-lo ainda mais. E quem melhor do quê Jeon para saber o que é abrir mão de um noivado e de um grande amor?! Compreendia seu tio como ninguém.

Ouvia com atenção tudo que sua mãe lhe dizia, observava o quanto ela se sentia culpada e desejava mudar essa situação. A condessa também explicava que Sehun não compreendeu e continuava sem saber das razões de Lu Han, o que o magoava profundamente, já que desde essa época passou a acreditar que seus sentimentos não eram recíprocos.

- Na verdade, meu filho, foi tudo uma lastimável confusão. Na época não tive forças para ir contra a decisão de seu tio e muito menos desafiar minha madrasta, por essa razão me sinto culpada e inútil, eu deveria ter tido voz, feito algo para impedir e não permitir que meu irmão colocasse a felicidade dele de lado para priorizar o que seria melhor para mim. Por essa razão, meu filho querido, preciso que você me ajude e escreva para o papa.

- Eu compreendo, mamãe, mas e você?

- Jeon, eu já cumpri a missão que foi dada a mim, já é hora de começar e tentar seguir o caminho que eu sempre desejei seguir. Meu casamento com seu pai aconteceu por uma circunstância profundamente infeliz para nós dois. Somos felizes porque temos vocês todos, nossos filhos, nossos netos e nossos amigos, mas não nos amamos de modo algum, somos apenas bons amigos e seu pai tem num coração de ouro por ter me ajudado naquela época e sempre. Jeon, quem está lhe fazendo esse pedido é a sua mãe, olhando em seus olhos e sendo sincera, por favor, tenho que realizar meu sonho e tentar desfazer esse erro.