Resistir ao amor platônico.

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Castelo real.

A carruagem acabava de parar diante do palácio. Alekssandro, que deixava a boleia, se aproximou da porta direita e avisou pela janela:

- Majestade, santidade, chegamos.

- Obrigado, Alek. - Agradeceu o rei.

Park que estava no assento ao lado do padre, ficou por alguns segundos em silêncio, depois, quebrou essa quietude.

- Padre, eu agradeço por sua companhia.

Jeon ficou em silêncio, evitando olhar para o semblante dele, uma tarefa deveras dificultosa. Haviam muitas vontades consumindo seu peito nesse momento, e estar ao lado dele, sentindo seu perfume cítrico expelido, deixando seu corpo sensível e dominado pela lascívia, era definitivamente complicado e principalmente quando estava lutando para se manter resistente aos encantos dele. O rei, que também tentava manter a disciplina, procurava não olha-lo, embora sua vontade fosse jogar-se em seus braços e suplicar por um beijo, e pensar que ele passou a noite de ano novo tentando protegê-lo de seus traidores, deixava sua majestade de modo mais rendido ainda, mas era necessário se manter firme em suas emoções, embora a cada dia não saiba por quanto tempo ainda seria capaz de resistir... Sim, ambos estavam lutando para manter seus sentimentos a sete chaves e tentando resistir à súplica de seus corações e corpos para saciar a paixão que a cada segundo dominava suas peles. Se as mentes pudessem ser lidas, de certo que não haveria nenhum empecilho que os impedisse de se entregar nesse exato momento. Contudo, como poderia o padre saber que o rei o amava e o desejava mais que tudo ? E além do mais, ele estava proibido para seus lábios e mãos. E sua majestade? Como poderia saber que o padre o tinha em seu santo coração e desejava derramar seu néctar em vosso corpo rosado? E, na sua percepção, o padre não lhe tinha sentimentos.

Eram tantas emoções e sentimentos acumulados em dois corações e dois corpos, e só bastava uma palavra ou até mesmo um único olhar para que todas as flores fossem molhadas pelos líquidos da paixão. Contudo, a resistência para ambos estava sendo um muro de cristal, e honestamente, a cada dia mais frágil, pois se os olhares trocados e ardentes ainda não foi capaz de quebrar esse muro de cristal ainda, provavelmente não é por falta de vontade e sim pela crença de que um já não amava o outro, e vice-versa.

O silêncio pendurava e se continuasse assim, a situação podeira ficar mais tensa e por tanto sua majestade tomou a atitude, levou sua mão para o trinco da carruagem e apertou.

- Boa noite, padre. - Foi o que Proferiu antes de sair, porém, foi impedido imediatamente quando viu a destra alva e bem desenhada apertar sua mão e impedi-lo de abrir a carruagem.

Park, um tanto tenso e surpreso, virou seu rosto e finalmente o fitou, tentando entender a que se dava aquele ato.

- O padre deseja dizer algo a mim?

Se o rei soubesse que havia muito a ser dito por sua santidade, não faria tamanha pergunta.

Jeon ficou alguns segundos em silêncio, com os olhos ainda fitando a frente, e com a destra sobre a dele, depois, virou seu rosto e o encarou com seus lumes onde a poesia de prados desconhecidas jaziam, com o ar sempre sério, porém, suave e sempre por um triz de ser mais revelador do que já era.

O coração do rei colidia contra seu peito, os olhos dele pareciam sempre haver aquela magia que somente ele tinha, e particularmente um olhar como em outrora, quando ele o fitava com uma paixão que hoje em dia o rei parece desacreditar que um dia existiu, e sinceramente era confuso para sua majestade. Dantes ele parecida ama-lo, porém, escolheu o sacerdócio, e hoje, em seus olhos ainda parece haver aquela ardua essência, mas como poderia? Era imaginação do rei? Park se sentia confuso, por vezes parecia ser amor, mas andava tão crédulo que ele não lhe tinha esses sentimentos, que ficava confuso com a ardência daquele olhar. Aquelas janelas órbitas ainda lhe faziam sentir como um rei amado por um padre que deveria ter sido seu rei.

O padre II : A coroa do rei - Jikook - 2ª tempOnde histórias criam vida. Descubra agora