Um silêncio quase celeste se manifestou, e por alguns segundos o único som presente estava na brisa entre os galhos do jardim da igreja, ecoando na sacristia em uma melodia suave. Padre Jeon tinha seus pensamentos voltados profundamente a o que acabava de ouvir, haviam inúmeras emoções presente em seu espírito, a tensão, a felicidade e o desespero profundo em ouvir a voz dele e não poder olha-lo nos olhos enquanto apreciava as notas daquele timbre sinfônico, assim como fazia em outrora, quando ainda eram noivos, pois, sempre que ele lhe dizia qualquer frase, seu coração batia forte como as asas de um pássaro, tal qual agora.
Contudo, havia também dentro de si a felicidade doce em saber que aquele menino bendito, que pos o véu sobre o Cristo, era seu filho. Lágrimas floriam de seus olhos, no misto de tristeza e alegria. Agora compreendia porque o teve em seu coração assim que o viu entrando naquele sagrado, e quando lhe dirigiu a palavra no mosteiro. Compreende a emoção fraternal que sentiu por ele, compreendia agora a razão dos olhos daquele menino bedinto serem o reflexo dos seus. Contudo, a tristeza também lhe abalava, afinal, nunca poderia ter estado perto do filho de qualquer forma, e feria sua alma saber que não o segurou no colo, não esteve em seu nascimento, não presenciou seu primeiro aniversário, não esteve com ele em nenhum momento há dez anos, como deveria ter estado, porém, seus motivos o impediam de ficar de qualquer forma. Era doloroso. Mas, apesar de tudo, gostaria de ter recebido ao menos uma carta narrando a realidade. Provavelmente não poderia ter voltado na época, mas, embora a dor de não poder estar perto, ainda assim, preferia a verdade.
- Porque sua majestade não falou-me?
Jimin fechou os olhos profundamente abalado, não poderia cair em prantos ali, era necessário se manter forte, mas aquele voz tão bela, rouca e ao mesmo tempo ligeiramente grave, assim como a melodia do vento nas ondas do mar, lhe deixava sensível, encantado e desmantelo por ouvir aquela nota de desapontamento dele. Como poderia estar tão firme? Mas a verdade é que só estava tentando, pois haviam tantas emoções dentro de si, atingidas.
- Porque escondeu-me a verdade?
E a cada nota de desapontamento que o rei ouvia, mais as lágrimas cintilavam em seus olhos, com o pranto originado em um nó na garganta. Claro que já esperava, porém, não imaginou que iria doer tanto ouvi-lo tão desapontado, embora ele sempre fosse esse ser de emoções tão discretas até na voz que apesar de magoada, ainda era suave. Ah, ele tinha esse e mais inúmeros detalhes que mexiam com o rei. Estar do outro lado do látice, era conveniente, afinal, não suportaria fitar seu rosto, seus olhos, seus lábios,seus traços e a serenidade de seu olhar. O rei não conseguia formular as palavras corretas, estava abalado e nervoso, contudo, sabia que era necessário explicar a ele, e não poderia passar mais tempo.
- Era inverno quando descobri que estava à espera de um filho seu. - Iniciou ele, calmamente, porém, angustiado por dentro. - Sei que não deveria ter silenciado, mas não desejava fazer-lhe abrir mão da sua vocação.
Só o rei sabia o quanto lhe doeu ter tomado aquela decisão, mas, não poderia viver sabendo que ele abriria mão do sacerdócio para ficar a seu lado, pois, embora fosse doloroso não tê-lo, não iria tolerar que ele deixasse de viver sua felicidade, e tudo o que o rei desejava era que ele fosse feliz aonde quer que estivesse, mesmo não sendo a seu lado. E padre Jeon estava desesperado por dentro, afinal, ele colocou sua vocação acima de tudo, e era essa a prova que ele o tinha tanto respeito, que preferiu não dizer nada e arriscar que abrisse mão da sua vocação. Por outro lado, padre Jeon estava arrasado, afinal, diferente do que o rei pensava, não poderia ter voltado para ficar, e ao contrário dele, o padre não colocou seu sacerdócio acima de absolutamente nada, mas sim o contrário, colocou sua majestade acima de tudo, da sua suposta vocação e sacerdócio porque o amava acima de tudo, e era desesperador não poder dizer a ele. Jeon sentia o coração batendo depressa de mais, e um nó estava martirizando sua garganta. Quão conveniente era aquele látice separando os rostos, pois, Jeon não teria forças o suficiente para olha-lo nos olhos nesse momento sem ser capaz de silenciar seus sentimentos que precisavam se manter a sete chaves.
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O padre II : A coroa do rei - Jikook - 2ª temp
Fanfiction"𝐂ativo a uma promessa, Jeon volta a ser o padre "santo", e seus motivos para ter tomado tal decisão, manteria em segredo, assim como os sentimentos que ainda queimavam dentro de seu peito por sua majestade Park Jimin Adeler. 𝐂ontudo, manter em si...