O jovem conde

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Condado de Ribe

À noite murmurava entre os bosques, a brisa das florestas se misturavam com a maresia que vinha dos mares do horizonte, a época em que as ondas se agitavam já estava a caminho, um bom tempo para os pescadores do reino. Sentindo essa mistura das brisas, a condessa optou por concentrar sua atenção a seu precioso bordado, um hábito que carrega desde criança, seus dedos tem a habilidade de um tecelã. Encontrava-se sentada em uma poltrona próxima a uma porta que levava até ao jardim repleto por vagalumes e tochas acesas. Sua caixinha de linhas estava ao seu lado e bordava as flores no jarro como uma inspiração para sua arte. Sentiu uma brisa intensa, adentrar a sala e agitar seu cabelos, distraiu-se com a intensidade do vento lá fora e furou o mindinho com a agulha.
- Aí. - Murmurou, largando o bordado e observando o pequeno furo na pele.
- Vovó, deixe-me ver. - Disse Valentim ao entrar na sala e precisar quando a condessa se machucou.
- Oh querido, não é nada. - Respondeu sorrindo amável.
Valentim aproximou-se e envolveu o dedo da avó com uma pequena fita que encontrou dentro da caixa de linhas.
- Tenha mais cuidado.
A Condessa sorriu doce, era extremamente adorável o olhar honesto e gentil do neto, embora a maioria das vezes Valentim tivesse um espírito menos preocupado e mais aventureiro. Se permitissem, ele sairia por toda a Dinamarca montado em seu amado corcel.
- Já é hora de você dormir, meu querido. Eu estou bem.
- Boa noite, vovó.
- Não esqueça suas orações.
Para isso Valentin não tinha nenhuma resposta adequada a menos que quisesse ser mal criado pela milésima vez e deixar claro que não gostava de orar, porém, não gostava de desapontada, por tanto, não disse nada, apenas subiu as escadas rumando para seus aposentados.
A Condessa voltou a bordar, porém a brisa lá fora estava bastante intensa, os mares só ficavam a algumas estradas do condado, não era difícil sentir que aqueles ventos ousados vinham do Atlântico.
- Minha senhora, não é prudente ficar perto dessa brisa. - Disse Eva fechando a porta e colocando o candelabro sobre a mesa.
- Que vento forte está vindo do mar.
- Deve está chovendo no sul da Dinamarca, minha senhora. - Articulava enquanto fechava as cortinas da sala.
A Condessa voltou atenção para seu bordado e Eva ascendia mais algumas velas, quando a batida insistente na porta principal atrai a atenção de ambas.
- Conde Sehun, minha senhora, abram a porta!
A voz do outro lado era desesperada. Eva olhou para a sua senhora e a condessa ergueu-se preocupada com o escândalo que quem quer que fosse o visitante estava fazendo.
- Mas quem será a essa hora e fazendo esse escândalo?
- Fique aqui, senhora, eu vou até lá.
Eva deixou a sala e atravessou o corredor que levava até a entrada principal. Aproximou-se da porta, abriu e o vento forte invadiu o castelo, apagando quase todas as velas dos candelabros postos.
- Edgar, o que há?
- Eva, eu preciso falar com o conde e a condessa agora é urgente! - Dizia o homem que estava pálido e claramente nervoso.
- Que se passa? Quem está fazendo essa balbúrdia? - Indagou o conde, surgindo no corredor, ajeitando seu penhoar de veludo.
- Meu senhor, uma tragédia!
- Edgar, é você que está fazendo esse escândalo?! Vai acordar meu neto!
- Perdão, meu senhor, mas é uma catástrofe!
- Diga logo há que está se referindo. - Ordenou o conde.
- Vosso filho, meu senhor, o conde Kim...
Nesse momento Eva olha rapidamente para Edgar, aflita. Sehu já sentindo os nervos a flor da pele senti o coração quase deixar seu peito com a abrupta aflição.
- O que aconteceu com meu filho? Diga logo Edgar!
- O navio em que o conde Kim sofreu um náufrago.
- Santo Deus! - Disse Eva, aflita e com o coração em alerta.
- E meu Filho? Onde está? - Perguntou o conde, desesperado, imaginando o pior.
- O navio do meu filho sofreu um náufrago?! Foi isso que ouvi? - Disse a condessa que surgia.
Eva correu para perto da sua senhora.
- Milady, por favor, fique calma.
- Como posso ficar calma? E meu filho? Onde está? Está morto? Taehyung está morto? - Perguntou aos gritos e aflita.
- Cristina, por favor, você vai acordar Valentim e vai deixá-lo nervoso. - Disse o conde. - Deixe Edgar nos explicar melhor a situação. - Falava o conde, absolutamente aflito, mas tentando ao máximo ser o maior forte que conseguia para mão afetar a esposa mais ainda.
Eva ajudou a condessa a sentar-se e ficou a seu lado tentando não cair em prantos. Sehun voltou sua atenção para o homem que de tão nervoso não conseguiu explicar tudo de uma só vez.
- Edgar, diga logo.
- Vosso filho não está morto meu senhor, mas está machucado. Nós o encontramos na beira do mar. Ele está na casa de um dos pescadores do caes.
- Espere por mim, Edgar, você vai me levar até lá.
- Está bem, meu senhor.
Sehun apressou-se, entrou em seus aposentos e trocou seus trajes rapidamente, vestindo sua capa, depois de alguns segundos, descia as escadas as pressas, e Hoseok que acompanharia o pai, se apresava.
Sehun aproximou-se de Eva e pediu para que ela ficasse com a condessa e tentasse acalma-la, em seguida, o conde, Hoseok e Edgar montaram em seus cavalos e seguiram rumo a praia.
A Condessa não conseguia pronunciar muitas palavras, simplesmente apertava as mãos de Eva e chorava em silêncio. Temia pela vida do filho e Eva coninha em seu espírito o mesmo temor, contudo, precisava se manter forte e crente diante de sua senhora.

O padre II : A coroa do rei - Jikook - 2ª tempOnde histórias criam vida. Descubra agora