capítulo 14.

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Toni Topaz pov.

– Está nervosa? – Pergunto para a ruiva. Sua tensão está deixando isso transparecer.

– NÃO!! – Ela grita e eu quase me assusto, mas não mais que ela mesma. – Quer dizer, não... Estou bem, Toni.

– Não querendo ser indiscreta, mas já sendo... Por que fica tão nervosa quando está falando comigo?

– Nervosa? Eu? Toni... Não estou... Nervosa.

– Acredito. – Minto, diminuindo os olhos e olhando fixo para ela.

– Talvez... Eu fique um pouco inquieta. Mas só um pouco.

– Eu percebi.

– Eu posso te fazer uma pergunta?

Até que me interesso em saber o que é. Ela nunca me questiona nada.

– Claro.

– Você já ficou com mulheres? – Pergunta inibida. Como sempre. – Meu Deus, me desculpe! Eu não deveria ter feito uma pergunta tão pessoal assim. Me perdoe, Toni... Não precisa me responder. Agora você vai ficar me achando muito invasiva... Eu...

– Cher, está tudo bem! – Tento tranquilizar ela. Ela sempre parece tão nervosa e atormentada com o que vai dizer. – Respondendo a sua pergunta, sim. Já fiquei.

– Sério?

– Por que a surpresa? Não sabia que eu tinha tanta cara de hétero assim, poxa! – Finjo uma feição de insultada, arrancando uma de preocupação dela. – Calma... Antes que fique nervosa, foi só uma brincadeira.

– A garota é da escola? Conhecemos ela?

– Foi só um lance casual, nada sério. E ela nem é daqui de Riverdale.

Ela assente.

– Mas... Se me permite perguntar. Por que ficou tão curiosa?

Seu olhar cai em mim outra vez. As bochechas coradas. A mão indo diretamente aos seus óculos, onde eu sei bem o que ela vai fazer.

– Foi só... Curiosidade mesmo.

– Entendi. Mas e você, Cher? Nenhuma pretendente aí na aérea?

– Ah... Meio que... Até tem. Mas... Assim... É que tipo, eu meio que... Não sei explicar. – E ela prefere concluir assim, já que a sua inquietação não a impede de parar de gaguejar.

– Tudo bem. – Falo entre risos. – Eu vou indo, preciso resolver algumas coisas.

– Mas já? – Ela também se levanta, os braços se cruzando e o olhar de quem me pedia para continuar ali. – Quer dizer... Achei que esperaria as meninas voltarem.

E embora eu até quisesse...

– Eu preciso mesmo. Mas podemos marcar alguma outra coisa depois. Você topa?

– É sério? – De tensa, sua feição relaxa e muda para entusiasmada.

– Claro. Olha, vamos fazer assim... Podemos sair para tomar um sorvete, o que você acha?

– Acho legal a sua ideia. – Cheryl responde ainda animada com o convite, mas há algo que ela ainda quer dizer... – Mas não querendo ser inconveniente, eu pensei que você pudesse vir aqui de novo. Queria te mostrar uma coisa.

– Eu venho.

Me aproximo um pouco mais dela e só com a aproximação, consigo até ouvir os seus batimentos cardíacos. Fortes e acelerados.

Levo a minha mão até a sua nuca e puxo ela sem pressa. Dou um beijo na sua bochecha, um beijo extenso o suficiente para que ela entenda o que eu quero dizer com isso.

Que ela me beije.

It should be me - Choni. Onde histórias criam vida. Descubra agora