Capítulo 16

16 4 5
                                    

JUNG WOOYOUNG

Meus olhos se encontram com o de Choi San assim que a porta se abre, com vergonha e um nó na garganta abaixo a cabeça desviando nossos olhares, fazia algumas semanas desde quando ele saiu de lá de casa, fazia algumas semanas de que eu me arrependo de ter falado aquilo para ele.

Preciso arrumar algum jeito de me desculpar por aquelas palavras não pensadas, sei que não é nenhuma justificativa mas quando ele chega muito perto de mim eu não penso direito.

Merda Wooyoung!

A noite já havia chegado e ninguém se atrevia a ir embora da casa do seu Judas, motivo? Quem gostaria de ir embora quando se tem truco, carne, dominó e cerveja a vontade? Na minha opinião, ninguém. Estou sentado na mesa jogando de dupla com o Mingi e sinceramente da próxima vez que ele disser que é bom em algo é melhor não acreditar.

- Truco! - seu Judas grita após dar uma tentativa de olhar cúmplice em Jongho.

Mingi me olha com um olhar de esperança e faz o que qualquer imbecil que está perdendo faz.

- Seis!

- Cai dentro! - Jongho diz após uma risada maléfica.

Seu Judas mostra um três, Mingi passa a mão no rosto decepcionado mostrando um dois. Perdemos de 10 a 6. A dupla adversária está comemorando alto, definitivamente nunca mais jogo com esse bobão.

Saio da mesa e vou para a varandinha onde tem cerveja, abro o coller e pego uma garrafinha de Skol. Quando me viro para frente dou de cara com Choi San tragando um baseado vendo o céu estrelado.

Ele parece tão incomodado, não consigo ver mas de alguma forma sinto que ele está com o semblante fechado, ombros tensos. Parece que nem a maconha está fazendo o tal efeito de relaxamento.

- Acho que se a maconha não está fazendo o efeito do relaxamento, é melhor parar. - digo me aproximando, ele solta uma risada anasalada mas não me olha e nem diz nada - Acho que te devo um pedido de desculpas, eu disse aquilo sem pensar, não foi culpa sua.

Choi San da uma tragada no baseado mais uma vez, começo a observa-ló, o jeito que a fumaça sai da sua boca me hipnotiza, chego até esquecer o porque que estou falando com ele, Choi San joga o resto do baseado pra fora da varanda e vira para frente cruzando os braços acima do peito, acompanho seu olhar, Jongho entra em nosso campo de visão e meu coração aperta.

- Você acha que foi má ideia eu ter dado um carro pra ele? - pergunta olhando para mim. Desvio os olhos do jovem adulto olhando para ele, sinto algo se contorcendo dentro de mim, quase como borboletas no estômago, seu semblante não está sério mas ainda sim seus ombros estão tensos, pouso meus olhos em Jongho novamente, ele está gargalhando de algo que Changbin provavelmente disse e meu coração fica completamente aquecido.

- Ah, se tirar todas as pessoas e animais da rua nós podemos começar a conversar - digo depois de tomar um gole da cerveja, Choi San ri me fazendo rir em seguida.

- Acho que foi uma péssima ideia então. - seus olhos me olham mais uma vez.

- Não acho que tenha sido uma péssima ideia - olho nos olhos dele. - ele tem você para ensinar a andar de carro.

- Achei que isso fosse função do instrutor. - diz sorrindo ladino me fazendo rir também.

- Você me entendeu - ri concordando com a cabeça. - então, tu me desculpa?

Choi San arruma a postura para dar um curto passo e parar na minha frente suas mãos em cada lado do meu corpo seu, rosto muito perto do meu me encarando como se eu fosse um pedaço de carne, me fazendo prender a respiração. Sinto que deveria sair daqui e não me importar se estou desculpado ou não, mas não consigo entender esse efeito que ele supostamente tem sobre mim, desde que comecei a ter sonhos com ele eu sinto que não me reconheço mais. Eu não gosto dele, nunca gostei. O que caralhos está acontecendo comigo?

Seu rosto começa a ir para meu ouvido, instantaneamente fecho meus olhos por causa do seu cheiro de perfume barato com maconha no meio, nunca vou deixar ninguém saber que esse cheiro acabou de tornar o meu favorito.

- Com uma condição - sussurra em meu ouvido fazendo meu coração errar a batida.

- Q-qual? - gaguejo o fazendo voltar a olhar para mim.

- Me deixa te comer ! - sua expressão é seria - Apenas uma vez. Sei que não gosta de mim, mas desde o momento que tu pisou na minha casa não consigo parar de imaginar como seria se tivesse minha mão marcada em você, ou você implorando pelo meu pau, ou como você deve ficar após gozar comigo dentro. Estou necessitado Wooyoung e você é o único que pode fazer isso ir embora.

Puta que pariu.

Essa é a hora que eu corro não é mesmo?

Essa é a hora em que eu finjo que não me imaginei fazendo as coisas que ele acabou de vomitar em mim.

É a hora que eu não deveria olhar nos olhos dele e querer que ele acabe comigo na cama.

- Uma vez? - pergunto e ele responde que sim com a cabeça. 

Claro que eu não vou aceitar eu não sou maluco !

- E nunca mais precisamos nos ver.

Eu não posso estar considerando isso né? É errado !

- Tudo bem. - digo sério, não tá nada bem.

- Então vamos sair daqui, eu vou primeiro, te espero lá em baixo. - sinto meu pau dar uma leve acordada com o tom de voz que ele usou.

- Ok!

Eu tô ficando maluco!

Choi San se afasta e entra na sala começado a se despedir, antes de fechar a porta, me olha e sorri do jeito mais cafajeste e sexy que eu já vi e desaparece através da madeira.

Ainda bem que o chapeleiro maluco disse uma vez que as pessoas malucas são as melhores.
Saio da varanda pouco tempo depois e também começo a me despedir das pessoas na sala.

ArmadilhaOnde histórias criam vida. Descubra agora