CHOI SAN
Wooyoung tava no meu colo enquanto assistimos uma partida da libertadores, os meninos tão cuidando da carne.
- Porque ele ganhou cartão amarelo? - o biquinho confuso sempre me derrete.
- Pô, ele foi na canela do cara e ele nem tava com a bola. - ele soltou um "aahhhh" enquanto balançava a cabeça mostrando que entendeu.
Wooyoung começou a se remexer pra mudar de posição, mas ele ainda tava no meu colo, sabe como é, mesmo tentando controlar as vezes não dá, então agarrei sua cintura o mantendo parado.
- Não faz isso não, se sabe como a gente funciona - o olhar antes confuso ganhou um ar malicioso - os meninos tão aqui, vão ficar putos se a gente se trancar no quarto.
Parece ter sido uma motivação maior pra ele já que se sentou de frente pra mim e começou a se aproximar.
- Não vai ser a primeira vez, bem - se aproximou mais deixando a boca quase colada com a minha.
- É BOM VOCÊ ACORDAR LOGO E DESCER PRA AJUDAR A GENTE A LIMPAR ESSA PORRA!!
Acordei no pulo com o berro do Seongwha enquanto ele batia, ou melhor esmurrava a porta do meu quarto.
Que porra de sonho foi esse?
- CHOI SAN!
- JÁ ACORDEI PORRA! Tá querendo quebrar a porta do meu quarto é? Eu faço vc pag- me levantei na intenção de abrir a porta e xingar Seongwha cara a cara mas travei no meio do quarto.
Eu tô duro.
É normal acontecer de manhã mas minha consciência sabe que não é só por isso. Aquele sonho. Nunca sonhei com ele antes, porque logo agora?
Tive que tomar um banho gelado antes de descer pra ajudar os caras a limpar.
O som estalando enquanto catávamos os copos e garrafas espalhadas pela casa deixou a tarefa menos chata.
...
Todo mundo sabe que viver no Rio não é mil maravilhas, pelo menos não no morro, aqui tem dificuldade a cada passo dado, seja a falta de dinheiro, educação, saúde ou emprego.
O tráfico rola solto por aqui, não posso dizer que isso é ruim pra mim, trouxe um pouco de conforto e alguns luxos pra minha vida, saca? Mas tem cara que meche com os bagulhos mais pesado.
Minha família vive aqui, eles formaram essa família e me acolheram, é meu dever proteger isso, proteger eles. Na minha vida o fim justifica os meios.
- Tentaram invadir a casa do I.n hoje, a sorte é que o muleque tá na escola e não em casa. - Mingi tá puto.
E com razão, mecheram justo com um dos mais novos membros dessa família/irmandade. Descobrimos que tavam oferecendo para ele ser aviãozinho de drogas na sala dele. Ele não tem a melhor condição financeira e agora que sua mãe tá doente sobrou pra ele cuidar dela já que seu pai é um merda que preferiu drogas que a família.
- Mantém o olho nos muleques e manda o Rafael tentar descobrir quem fez essa merda. Vamos mandar um recadinho pra eles.
A medida que ele sai da sala já pega o celular pra fazer o que eu disse. Passei mais um tempo vendo umas transações que tão pra acontecer e rastreando o novo carregamento que tá pra chegar.
Quando a fome bateu aproveitei pra sair um pouco pelo morro, seu Judas tem a melhor coxinha daqui, e é pra lá que eu vou pra tirar a barriga da miséria.
A Fanta geladinha e o jogo do brasileirão que rola na tv me distraem bastante, ao ponto de me assustar quando Jongho põe a mão no meu ombro.
- Tá querendo me matar cara? Eu não sou velho mas eu infarto tá? - dramatizei um pouquinho pra brincar com ele
- Se infartar não é pelo susto, é pela maconha - tento ficar sério mas sua risada me faz rir também
- Como tá indo a faculdade e o trabalho?- sei que é seu sonho fazer faculdade.
- Quase tranquei o curso em um leve surto - arregalei os olhos e ele sorriu pequeno - mas já passou, tô gostando muito do curso e agora vou ter a experiência universitária completa porque quinta vou num bar com uns amigos - arregalei os olhos de novo e me engasguei com o pedaço de coxinha.
- Bar? Qual bar? Que amigos? São confiáveis? - depois de recuperar o ar bombardiei o menino com perguntas
- Pera, uma de cada vez, não sei qual bar, ainda não combinamos, e vou com o Wooyoung e seus amigos.
- Você conversa com o Wooyoung na faculdade? Quantos amigos? Como chamam?
- A gente não conversava não, hoje foi a primeira vez que eu vi ele no ponto, relaxa os amigos dele são legais, parecem cuidar bem dele.
- Não acha perigoso sair com eles assim sem saber pra onde vão?
- Não se preocupe, é o Wooyoung, sabe que ele é confiável.
Tá ele tem razão, mas não posso deixar de me preocupar, Jongho é praticamente meu irmão mais novo. Depois que tudo aconteceu me sinto ainda mais responsável pelo garoto e saber que agora que ele esta crescido, trabalha e estuda e tá encaminhando sua vida pro lugar certo é difícil não me preocupar.
Não vou poder tá vendo sempre todos os seus passos, e nem falar que ele não pode ir por tal lugar ser perigoso, ele já é um adulto e tem que ser tratado como tal.
A conversa se estendeu bastante, saímos da lanchonete do seu Judas de noite, aproveitei pra dar uma carona pro Jongho antes de ir pra casa tomar um banho e descansar.
...
Jongho postou uma foto no story, não dava pra saber qual o bar.
Essa merda não sai da minha cabeça desde o nossa última conversa, prometi pra mim mesmo não fazer nada, apenas ficar com o celular próximo e no toque ativado caso aconteça algo e ele precise me ligar.
Por algum motivo os sonhos que venho tendo com Wooyoung não saem da minha cabeça também, estão cada vez mias frequentes e algum mais quentes que o normal, não tô entendendo essa fixação que meu subconsciente tá tendo com ele, porra conheço ele desde mais novo e isso nunca aconteceu, porque justo agora?
Mais um story, dessa vez vídeo, um showzinho ao vivo na All In Lounge, puta merda. Peguei a chave da moto e o capacete e desci pra garagem.
Mingi ainda tá aqui mechendo naquele carro que ele é apaixonado, e assim que me vê perto da moto vem falar comigo.
- Tá indo pra onde?
- Buscar os meninos. - eu praticamente vi o ponto de interrogação parando na cara dele enquanto virava a cabeça pro lado - Jongho saiu com Wooyoung e uns amigos.
- Pô cara deixa o menino aproveitar, sabe que ele não é mais criança, ele tá bem acompanhado, qualquer coisa ele li-
- Eles tão na All In Lounge, e não estão sozinhos. - Mingi fechou a cara também
- Vai na frente e acha eles, tô indo logo atrás. -apenas concordei e abri a garagem, sai cantando pneu.
Tenho certeza que tomei algumas multas pelo caminho. Mas em menos de 10 minutos eu cheguei na porta da balada.
Fui direito pra perto do palco, já que nos storys eles tavam ali, não foi difícil localizar os dois.
Jongho conversava com um cara bombado e Wooyoung dançando animado com um copo na mão e o corpo colado em um cara.
Ele tava dançando com o Lee.
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Armadilha
Fanfiction- Você não percebe o quão ruim somos um para o outro? - Não vê que também somos felizes juntos? - Qual é o custo dessa felicidade ? Você baleado em meus braços? - Nos estamos no Rio de Janeiro, não em uma história de livro, acorda garoto - História...
