Anos se passaram desde que Mia decidiu largar tudo, deixando Billie e toda a dor do passado para trás. Tornando-se uma mulher fria e calculista, Mia passou a comandar o submundo do crime em Toronto, erguendo uma das maiores máfias do Canadá ao lado...
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Billie.
Abri os olhos vendo Mia deitada de costas para mim. Me aproximei, colando nossos corpos, e a abracei por trás, sentindo seu contato quente.
Faziam três dias desde que ela havia pego a Reneé e a torturado, e desde então, eu ainda não consegui ir vê-la.
Mia, mesmo tendo aceitado me deixar matá-la, ainda estava muito resistente para me deixar ver Reneé e finalmente dar um fim em tudo.
E há três dias também que eu não vejo a Casey e, para falar a verdade, estou meio receosa de ver ela. Não sei ainda o que vou falar para ela e nem como contar que a mãe dela sumiu do nada sem deixar rastros.
- Bom dia, meu amor... - Murmurei, depositando alguns beijos sobre as costas de Mia.
Ela riu de leve e levou a mão até a minha.
- Bom dia, minha vida. - Respondeu ainda de costas. - Como você tá?
Me colei ainda mais nela e continuei beijando suas costas. Seu cheiro suave fazia com que eu me sentisse em casa.
- Tô bem... mas ficaria melhor se você me deixasse dar um tiro na cabeça da Reneé de uma vez. - Beijei suas costas mais uma vez e percebi que ela bufou.
- Você vai dar um tiro nela, amor... só que isso vai acontecer quando eu quiser. - Disse de forma suave. - E no momento eu ainda não quero... - ela suspirou mais uma vez, acariciando meu braço que estava em sua cintura. - Você já sabe o que vai dizer pra Casey? Vai falar o quê? Que a mãe dela foi comprar cigarro?
Suspirei sentindo um aperto no peito.
Só de imaginar como Casey vai sentir a falta da Reneé me parte o coração. Pensar que vou ter que mentir para ela até o fim da vida me faz sentir mal, mal pra cacete.
Mas não tem o que fazer. Se eu quiser seguir a porra da minha vida tranquilamente do lado da mulher que eu amo, vou ter que acabar com a filha da puta da Reneé de uma vez por todas.
- Eu não sei... - Respondi um pouco hesitante, apertando-a mais contra mim e acariciando sua barriga de leve. - Eu fico pensando nisso o tempo todo... só de pensar nela chorando, sentindo a falta da Reneé, meu peito já dói. Como vou olhar nos olhos dela e explicar que a mãe dela sumiu sem deixar rastros? Que eu... que nós... estamos lidando com algo que ela jamais deveria entender?
Ela se virou de frente para mim, seus olhos capturando os meus com uma serenidade que me fez sentir mais leve. Sua mão subiu até meu rosto e acariciou minha bochecha com ternura.
- Meu amor, você não precisa contar nada agora... - Ela disse, sua voz suave e firme ao mesmo tempo. - Casey é só uma criança. Ela não precisa saber de toda essa merda que a gente tá passando. Você pode manter as coisas simples, dizer que a Reneé teve que viajar ou algo assim. O importante é que você esteja lá pra ela, que ela sinta que você tá presente e cuidando dela.
