Anos se passaram desde que Mia decidiu largar tudo, deixando Billie e toda a dor do passado para trás. Tornando-se uma mulher fria e calculista, Mia passou a comandar o submundo do crime em Toronto, erguendo uma das maiores máfias do Canadá ao lado...
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(Vou deixar aqui a minha ideia do Eric, porque eu acho ele um gostoso.)
Mia.
Encarei as inúmeras transações à minha frente e bufei, jogando o corpo para trás na cadeira.
Eu estava péssima, mas tentando ao máximo ignorar todas as merdas que estava sentindo.
Meu dia estava sendo uma grande bosta, assim como a minha vida. Encarei a loira sentada na minha mesa enquanto ela balançava os pezinhos com um salto de quase vinte centímetros.
- Ele não vai subir? — Sabrina perguntou intrigada, enrolando o cabelo com o dedo.
Sabrina, ou Carpenter, como a chamamos aqui, é uma das minhas melhores strippers e atual melhor amiga. Loira, baixinha, de olhos azuis, ela é o padrãozinho perfeito que os velhos daqui adoram.
- Não sei... ele tá lá embaixo desde de manhã, não quis subir para o escritório. — Resmunguei, me levantando e indo até o vidro observar Eric, que permanecia no saguão da boate desde de manhã.
- Mas ele ficou bravo? — Madison, minha outra stripper e amiga, perguntou estourando uma bolinha de chiclete enquanto lixava as unhas, ou melhor, o alongamento.
Olhei para a morena de cabelos longos e dei de ombros, sem ter a menor ideia de como Eric estava comigo.
- Não... quer dizer, não sei. — Gaguejei. — Ele simplesmente saiu e não tocou no assunto ontem quando eu cheguei no meu apartamento... só desmontou os equipamentos e foi embora. — Comentei, e ela deu de ombros.
- Acho que ele tá chateado, né, porra. — Sabrina disse. — E com razão... eu não esperava que você fosse ser tão idiota assim na primeira tentativa dela.
- Você não entende, Sabrina... — Comecei, mas a loira me cortou.
- Não, Mia, você que não entende... você sofreu por anos. Essa Billie aí, pelo que você nos contou, desgraçou a sua vida. Desde que vocês abriram a boate eu estou aqui, e em todo esse tempo eu vi você sofrer... não por ela, mas pelas feridas que ela te deixou... — Sabrina suspirou.
- Eu acho que você vacilou demais, mana. — Madison completou. — Abriu as pernas muito fácil.
Senti uma mistura de vergonha e raiva crescendo dentro de mim. Elas tinham razão, mas ouvir isso era torturante.
- Vocês acham que eu não sei, merda? Eu sei que errei. Mas é difícil... parece que ela ainda me tem, eu não consigo me afastar... — Engoli o choro que insistia em sair. Eu não vou chorar por isso. — Quer saber... — continuei. — Eu não vou ficar me lamentando pelo leite derramado. Foda-se. Aconteceu, aconteceu e eu não posso fazer nada pra mudar isso, não vou ficar me martirizando por essa merda. — Abri a gaveta procurando meu ziplock com pó. — Não sou aquela Mia chorona faz tempo, não vou ficar assim.
