𝟶𝟶𝟻 ─ amanhecer sangrento

237 27 11
                                    

꒰ 🥀 ꒱ capítulo cinco:
── amanhecer sangrento

꒰ঌ 🗡️ ໒꒱ hannah grimes:


AINDA EM CHOQUE COM tudo aquilo, eu me virei e levei meu irmão até a barraca do meu pai. Aconcheguei o mais novo no colchonete com uma fina manta por cima do seu corpinho. Carl estava tão assustado com tudo aquilo, então fiz questão de ficar ali com ele até que dormisse.

Meio sonolento, o garotinho abriu seus olhos e olhou para mim. ── Acha que vamos ficar bem depois de tudo isso?

Quando observei bem sua íris, eu pude notar um pouco de medo, ele ainda estava assustado, triste pelo o que aconteceu. Delicadamente eu acariciei seu rosto, arrastando seu cabelinho para trás.

── Vamos ficar bem, pirralho. ── Tentei forçar um sorriso. ── Mas por agora você precisa dormir, tá bom?

Carl maneou devagar com a cabeça e mais uma vez fechou seus olhinhos. Eu fiquei ali por mais alguns segundos, acariciava seus cabelos e cantava You Are My Sunshine.

Eu pude notar a respiração calma dele, o que me tirou um sorrisinho. Eu não sabia se ficaríamos realmente bem, mas eu esperava que sim. Carl me dava um pouquinho dessa esperança.

Antes que eu saísse, deixei um beijinho em sua testa e depois fechei a barraca com o zíper. No lado de fora estava meu pai, ele se aproximava com o chapéu de xerife em mãos e me observava.

── O Carl dormiu? ── Papai perguntou para mim, então concordei com a cabeça.

Em um gesto repentino, ele se aproximou de mim e me abraçou com força, me soltando segundos depois e olhando em meus olhos. Fiquei confusa com aquilo, mas não reclamei. Eu amava esses gestos que meu pai fazia do nada.

── Fiquei com medo de algo ter acontecido com vocês. Fiquei com medo de ter perdido vocês. Nunca me perdoaria se isso acontecesse. Você tá bem? Não levou nenhum arranhão ou se machucou? ── Ele percebeu a atadura em meu cotovelo e me olhou assustado. ── O que é isso?

── Ralei meu cotovelo na pedreira hoje. Presente do Ed quando me empurrou. ── Notei um olhar de raiva se formando no semblante do meu pai, então puxei meu braço de volta. ── Mas agora aquele estrume tá morto, então não importa. E eu tô bem. Não levei nenhum arranhão ou mordida de zumbis, então não se preocupe. ── Tentei tranquilizá-lo.

Ele puxou minha cabeça pela nuca e deixou um beijo longo no topo da minha cabeça, seguido de um cheiro. ── Eu te amo, minha menina. ── Quando me separei olhei para seus olhos azuis outra vez. ── Fiquei com tanto medo de nunca mais ver você, Carl e a Lori quando acordei naquele hospital.

── Me desculpa... ── Pedi, deixando meu pai confuso. ── Me culpei tanto quando tudo caiu e eu não insisti para o Shane ir te pegar... Ele disse que tinham te levado para Atlanta e que iríamos te ver quando chegássemos no centro de refugiados.

Papai limpou as lágrimas que escorriam pelo meu rosto. ── Ei, tá tudo bem, a culpa não é sua, filha. Não tinha o que fazer, eu entendo. Não precisa se sentir mal por isso. Eu tô aqui agora e nunca mais vou ficar longe de vocês três.

Devagar, concordei com a cabeça, sentindo que um peso havia ido embora de mim. Eu me culpei muito quando tudo começou, acreditava fielmente que a culpa do meu pai ter morrido era minha.

E quando papai disse que não, era como se o peso tivesse ido totalmente embora e me libertado daquela tortura constante.

Rick tirou o chapéu de xerife de sua cabeça e, com um gesto cuidadoso, colocou-o sobre a minha. Me deixou confusa por um instante. Toquei o chapéu com as pontas dos dedos, enquanto ele continuava a ajustá-lo, garantindo que ficasse bem colocado.

𝐋𝐎𝐕𝐄'𝐒 𝐖𝐀𝐑, daryl dixonOnde histórias criam vida. Descubra agora