𝟶𝟷𝟺 ─ o peso da esperança

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꒰ 🥀 ꒱ capítulo quatorze:
── o peso da esperança

꒰ঌ 🗡️ ໒꒱ hannah grimes:


QUANDO ME AFASTEI DA casa dos Greene, eu vi que meu pai olhava cabisbaixo para o celeiro, eu entendia seus sentimentos e também podia ler seus pensamentos apenas olhando para seu rosto. Me aproximei devagar dele e parei ao seu lado, observando o sangue dos zumbis que havíamos matado recentemente.

── Passamos dias procurando pela Sophia, você foi baleada, Daryl se machucou e também poderia ter morrido, e eu persisti, pra no fim descobrir que ela tava morta esse tempo todo, pra descobrir que ela tava nesse celeiro, bem debaixo dos nossos narizes. ── Papai exprimiu com uma voz carregada de frustração. ── Coloquei as pessoas em risco, e no fim, pra quê? Pra isso? O Shane tinha razão, eu sou um péssimo líder, coloquei todos em perigo por nada.

Olhei para o meu pai em silêncio por alguns segundos, sentindo o peso da culpa que ele carregava. Era difícil para todos, mas eu sabia que ele sofria ainda mais, sendo o líder.

── A gente fez o que podia, pai. Ninguém sabia que ela estava aqui. ── Minha voz saiu calma, mas firme. ── Você manteve a esperança viva quando ninguém mais tinha. Isso não foi em vão.

Meu pai ficou em silêncio, me observando de canto de olho. Eu via o quanto sua frustração estava presente. Dei apenas um suspiro longo e me aproximei, o abraçando e deixando um beijinho em sua bochecha.

── Escuta, ninguém tem culpa do que houve com a Sophia. Foda-se o que o Shane disse. Você fez o que pode. Você acreditou. ── Dei ênfase. ── Mas, infelizmente, nem sempre as coisas são do jeito que esperamos que fossem. Coisas acontecem. Acidentes acontecem. Sempre foi assim. ── Dei um mínimo sorriso, observando o rosto do meu pai. ── Eu sou orgulhosa de ter um pai que nem você. Eu te amo.

Tudo o que meu pai precisava era de um tempo para ele, para pensar. Eu o soltei do enlace e me afastei do celeiro, andei em direção ao trailer de Dale, e quando cheguei, subi os degraus e tive o vislumbre de Daryl e de Carol, que olhava para a janela com um semblante triste e perdido, seus olhos ainda estavam molhados pelas lágrimas que a mulher derrubou hoje mais cedo.

── Oi. ── Eu murmurei. ── Como ela tá? ── Toquei levemente o ombro de Daryl.

── Não saiu dali desde a hora que aconteceu. ── Daryl respondeu olhando para meu rosto.

Novamente fitei Carol. ── Estão prontos. Vamos lá. ── Lori apareceu nos chamando.

── Por quê? ── Carol nos questionou, sem mover seu olhar da janela.

── Porque ela é a sua filhinha. ── Daryl respondeu o óbvio.

A grisalha ergueu o olhar para o amigo. ── Aquela não é a minha filha. Aquilo é outra coisa. ── Falou pausadamente em um tom choroso. ── A minha Sophia ficou sozinha na floresta. ── Olhou para a janela novamente. ── Todo esse tempo eu pensei… Ela não chorou até dormir. Ela não ficou com fome. Não tentou achar o caminho de volta. Sophia morreu há muito tempo.

Ouvi em silêncio as palavras da grisalha, meu coração apertou por conta de sua tristeza. Daryl se levantou do local que estava sentado e passou por mim batendo os pés com força no chão. Ninguém estava bem hoje, Sophia era uma perda para todos nós, principalmente para Carol, e Daryl, que passou tanto tempo atrás da menininha.

Desci a escada do trailer e fui até as covas que estavam debaixo de uma grande sombra que vinha de uma árvore. Eu abracei fortemente o corpo do meu irmão que estava à minha frente, enquanto víamos as covas serem completadas com a terra que faltava.

𝐋𝐎𝐕𝐄'𝐒 𝐖𝐀𝐑, daryl dixonOnde histórias criam vida. Descubra agora