Corações Sob a Lua - Paul Lahote

cap. 33

Os gritos de Emily ecoavam pela casa, cada som atravessando o coração de Sam como uma faca. Ele segurava a mão de sua esposa, seus olhos fixos nos dela, tentando transmitir uma calma que ele próprio não sentia.

— Vai ficar tudo bem, Emily. Estou aqui com você — sussurrava, sua voz trêmula, tentando encobrir o medo e a preocupação que o consumiam.

Dentro do quarto, Allison e Esme estavam concentradas, suas mãos trabalhando diligentemente para trazer os gêmeos ao mundo. Cada contração era acompanhada por uma onda de energia que Ellie podia sentir do lado de fora da casa. A intensidade daquele poder era assustadora, e ela sentiu um calafrio percorrer sua espinha.

Ellie tentou manter o foco na tarefa de proteger a casa, mas seus pensamentos estavam a mil. E foi nesse momento de vulnerabilidade que Paul se aproximou, seus olhos cheios de preocupação e culpa.

— Ellie, eu juro, não aconteceu nada com Mandy... ou Briana... seja lá quem ela for — Paul disse, sua voz firme, mas com um toque de desespero. Ele precisava que ela acreditasse nele.

Ellie olhou para Paul, seu olhar suave, mas sério. — Paul, eu sei. Eu sei que você nunca faria nada. Não estou preocupada com isso.

Ela deu um suspiro profundo, tentando organizar os pensamentos enquanto as lembranças do passado e do presente se misturavam em sua mente. — O que me preocupa é o que Briana pode fazer agora que sabemos quem ela realmente é. Quando você contou sobre aquela noite, eu fiquei desesperada porque agora eu sei quem está por trás de tudo.

Ellie então começou a contar para Paul sobre Taku e Aiyana, a vida passada que parecia tão estranhamente conectada a eles. Ela explicou como Taku e Aiyana eram exatamente como eles, dois amantes destinados um ao outro, mas que enfrentaram uma terrível traição. Ela falou sobre os gêmeos, Kian e Lyra, e como aquele era o início de tudo, a origem dos poderes que Ellie carregava.

— Taku teve um imprint em Aiyana, assim como você e eu estamos ligados. Mas Briana... ela amava Taku. E agora, Briana, ou Mandy, seja qual for o nome que ela usa, só se aproximou de você porque você é a cópia exata de Taku. Ela está tentando recriar algo que nunca foi destinado a ser dela.

Paul a ouviu em silêncio, absorvendo cada palavra. Quando Ellie terminou, ele a puxou para um abraço apertado, sussurrando com todo o amor que sentia por ela.

— Ellie, eu te amo mais do que tudo. E eu vou fazer qualquer coisa para proteger você, para garantir que nada e ninguém possa nos separar.

O coração de Ellie estava em tumulto. O abraço de Paul a confortava, mas a lembrança de Taku sendo atacado por Briana ainda assombrava sua mente. Ela sabia que, se algo acontecesse com Paul, ela nunca se perdoaria.

— Eu não vou deixar nada acontecer com você, Paul — Ellie sussurrou, com uma determinação feroz. — Eu não vou perder você. Não de novo.

A tensão era palpável. Ellie sentia o poder pulsando dos gêmeos, como se suas energias estivessem se conectando com as dela. Ao seu redor, a matilha e os Cullen se posicionavam, todos determinados a proteger Emily e as crianças. Cada membro da matilha estava em sua forma lupina, enquanto os Cullen, com seus olhos dourados brilhando, estavam prontos para lutar ao lado deles.

O silêncio foi rompido por um som vindo das árvores, um movimento quase imperceptível, mas suficiente para colocar todos em alerta. Ellie, com uma voz firme, comandou:

— Quem está aí, apareça agora!

Uma risada ecoou entre as árvores, maliciosa e cruel. O coração de Ellie apertou ao reconhecer o som, mas ela não queria acreditar. A silhueta de uma vampira de cabelos ruivos emergiu das sombras, e Ellie sentiu o sangue gelar em suas veias.