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Ariana

Após o empate no clássico e o gol decisivo de Hector, havia um clima de comemoração no ar, mesmo que o resultado final não fosse uma vitória completa para o Barça. Todos estavam satisfeitos com a atuação do time, e eu estava especialmente orgulhosa de Hector, que havia se destacado em campo.

— Vamos comemorar — ele sugeriu, ainda no vestiário, depois de tomar um banho e trocar de roupa. — Estão organizando um jantar para os jogadores e algumas pessoas mais próximas. Você vem comigo?

— Claro! — respondi sem pensar duas vezes. Eu adorava esses eventos pós-jogo, e sabia que seria uma noite divertida.

O jantar seria em um restaurante elegante na cidade, reservado exclusivamente para o time e convidados. Assim que chegamos, o ambiente já estava cheio de jogadores, membros da equipe técnica e suas famílias, todos em clima de festa.

O restaurante era chique, com luzes baixas e uma decoração moderna, mas aconchegante. No centro, uma enorme mesa estava repleta de aperitivos e garrafas de vinho, champanhe e outras bebidas. Eu estava me sentindo bem, animada com o resultado do jogo e o ambiente descontraído.

Logo nos sentamos com alguns outros jogadores e seus acompanhantes, e o vinho começou a circular. Era impossível resistir ao clima de comemoração.

— Ameixa, vai devagar aí com o vinho — brincou Hector, enquanto eu enchia minha taça pela segunda vez. Ele estava claramente preocupado com o que vinha a seguir.

— Relaxa, hoje é dia de festa! — respondi, rindo e tomando mais um gole. — E depois de tanto te apoiar, eu mereço aproveitar também!

Ele riu, mas eu podia ver que ele estava me observando com aquele olhar cuidadoso de sempre. No fundo, Hector era um pouco protetor quando se tratava de mim, e eu adorava isso.

Enquanto a noite avançava, os brindes foram ficando mais frequentes, e as conversas mais soltas. Em algum momento, perdi a conta de quantas taças de vinho tinha tomado, e o calor do álcool começou a subir à minha cabeça. As risadas se tornaram mais fáceis, os movimentos um pouco mais desajeitados, mas eu estava me divertindo como há muito tempo não acontecia.

— Ei, Hector! — chamei, em uma das minhas muitas idas à mesa de bebidas. — Aposto que você não consegue me carregar por toda essa sala até o outro lado. Se conseguir, eu te pago um jantar!

Ele me olhou, rindo, mas claramente preocupado com meu estado.

— Ari, você já passou do ponto, né? Acho que já está mais pra você me dever um jantar amanhã, porque hoje eu vou ter que te levar pra casa.

— Ah, fala sério! Eu tô super bem! — repliquei, tropeçando um pouco ao tentar voltar para a mesa. — Tá vendo? Tudo sob controle!

Hector só balançou a cabeça, rindo.

Conforme a festa continuava, eu já estava quase apoiada na mesa para não perder o equilíbrio. Hector finalmente se levantou e veio até mim, com aquele olhar de quem já estava pronto para intervir.

— Ok, ameixa, acho que a festa acabou pra você — disse ele, com um sorriso carinhoso. — Vamos te levar pra casa antes que você apronte alguma coisa por aqui.

Eu ri, sem nem tentar resistir. Sabia que ele estava certo, mas o vinho me deixou mais desinibida.

— Ah, você que manda, Sr. Jogador. Mas só porque você fez aquele gol lindo hoje, hein! — brinquei, tentando me levantar da cadeira, mas sem muito sucesso.

Foi aí que, sem aviso, Hector me pegou no colo, colocando-me sobre seu ombro como se eu fosse uma sacola de compras. Eu ri alto, sem acreditar na cena.

— O que você tá fazendo?! — perguntei, entre risadas e batendo levemente nas costas dele. — Me coloca no chão, Hector!

— Não até você chegar em casa em segurança — respondeu ele, com um tom decidido, mas divertido.

Os jogadores ao redor riram da cena, enquanto Hector me carregava com uma facilidade impressionante até a saída. Eu, pendurada no ombro dele, ainda ria descontroladamente, talvez mais do vinho do que da situação.

Quando chegamos ao carro, Hector finalmente me colocou no chão e abriu a porta para mim, ajudando-me a entrar no banco do passageiro. Eu ainda estava rindo, embora agora um pouco mais controlada.

— Você não tinha que fazer isso, eu tava super bem — protestei, tentando parecer séria, mas falhando miseravelmente.

— Claro que estava, ameixa. Mas amanhã você vai me agradecer por isso, quando acordar sem ter que se preocupar com o que poderia ter aprontado — disse ele, colocando o cinto de segurança em mim.

A viagem de volta foi uma mistura de risadas e tentativas minhas de cantar músicas aleatórias que vinham à mente, enquanto Hector apenas ria e balançava a cabeça, pacientemente me levando de volta para casa.

Quando chegamos, Hector me ajudou a sair do carro, e eu estava um pouco mais equilibrada agora, mas ainda zonza.

— Você é um ótimo amigo, sabia? — falei, enquanto ele destrancava a porta da minha casa.

— Sei sim, e é por isso que vou te deixar na cama antes que você desmaie no sofá — respondeu ele, me guiando pela sala.

Minha mãe estava fora naquela noite, então não havia ninguém para ver o estado em que eu estava. Hector me ajudou a subir as escadas até o meu quarto e me colocou na cama com uma delicadeza surpreendente, considerando o quanto ele era forte e ágil em campo.

— Boa noite, ameixa — disse ele, me cobrindo com o edredom e sorrindo.

— Boa noite, meu gato do sofá — respondi, já começando a cair no sono.

Antes de sair, Hector apagou a luz e fechou a porta com cuidado. Enquanto eu adormecia, a última coisa que me passou pela cabeça foi o quão sortuda eu era por ter alguém como ele na minha vida.

No dia seguinte, acordei com uma leve dor de cabeça, mas lembrando de cada momento da noite anterior. Embora estivesse um pouco envergonhada por ter exagerado no vinho, eu sabia que com Hector ao meu lado, sempre haveria mais risadas do que arrependimentos.

Water-Hector fortOnde histórias criam vida. Descubra agora