CAPÍTULO 9

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Anthony

O estúdio estava uma bagunça. Papéis de letras espalhados por todo o lado, caixas de pizza vazias empilhadas em um canto, e uma série de garrafas de refrigerante espalhadas em cima da mesa. Eu estava de pé, com a guitarra pendurada no pescoço, tentando encontrar o próximo grande sucesso enquanto Alec e Ethan estavam na mesa, meio que fazendo o papel de críticos e parcialmente de espectadores desinteressados.

— Pronto para mais uma obra-prima? — Alec perguntou, inclinando-se sobre a mesa com um sorriso sarcástico. Ele estava devorando uma pizza enquanto me observava, como se estivesse esperando um espetáculo.

— Eu só estou aqui para oferecer a vocês uma amostra do meu brilhantismo, — eu respondi, dando um tom dramático à minha voz. — mas antes, alguém poderia me trazer mais uma fatia de pizza? Eu não posso criar o próximo hit musical sem a minha dose de carboidratos.

Ethan, que estava de cabeça baixa e focado em algumas partituras, levantou os olhos e me lançou um olhar desaprovador.

— Anthony, precisamos de algo mais do que carboidratos para salvar a sua carreira. Estamos falando de uma nova direção aqui.

— Direção? Oh, claro. Eu pensei que estávamos aqui para fazer um dueto com uma pizza e talvez cerveja. — eu respondi, olhando para a caixa de pizza como se ela fosse a grande musa da noite.

Alec riu, uma risada cheia de sarcasmo.

— Anthony, eu realmente admiro como você consegue ser tão deslumbrantemente imbecil.

— Eu chamo isso de talento. — eu disse, com um tom de solenidade exagerada. — Alguns chamam de arrogância, eu prefiro chamar de 'autoestima elevada'."

Ethan sacudiu a cabeça e fez uma anotação na partitura.

— Se ao menos você canalizasse um pouco dessa 'autoestima' para a música. A última vez que eu ouvi uma melodia tão ruim, foi quando o meu gato derrubou uma guitarra.

— Ah, o seu gato tem um bom gosto musical, então, — eu respondi, piscando para Ethan. — Talvez eu devesse convidá-lo para ser meu co-autor. Ele certamente tem mais criatividade do que eu em dias de pizza.

Enquanto falava, comecei a tocar alguns acordes na guitarra, tentando encontrar algo que funcionasse. O som era tão caótico quanto a bagunça ao redor, mas era a nossa bagunça. Alec começou a cantar de forma exagerada, como se fosse um cantor de ópera desafinado.

— Oh, a grandeza! A majestade! O esplendor da pizza e do refrigerante! — Alec cantou, balançando uma fatia de pizza no ar como um bastão de maestro.

Eu não pude evitar a risada.

— Se isso não for um sucesso, não sei o que será. Sua carreira de cantor de ópera está a um passo de começar.

Ethan fez uma pausa e olhou para nós com um sorriso.

— Talvez vocês estejam indo para um novo gênero: 'pizza rock'.

— Finalmente, meu talento foi reconhecido, — eu disse, com um tom dramático. — Não só faço música, como também defino tendências de pizza.

Assim, enquanto o estúdio se enchia de acordes desajeitados e risadas, eu não pude deixar de me sentir otimista. Afinal, se a pizza e a ironia eram os ingredientes secretos para o sucesso, então estávamos no caminho certo.

Enquanto Alec e Ethan discutiam a transformação de uma música em uma ode à pizza, eu me afastei um pouco, tentando não deixar o caos da sessão atrapalhar meus pensamentos. Uma carta estava jogada sobre a mesa, com o logo da minha gravadora e uma assinatura que eu conhecia bem: Delilah Costa. Ou melhor, Lilah, como agora ela se chamava.

Acordes de Amor e Rock 'n' RollOnde histórias criam vida. Descubra agora