Acordes de Amor e Rock 'n' Roll

CAPÍTULO 22

Lilah

Depois que Anthony foi embora, decidi ligar para o Vik e a Jo para contar sobre o plano da lanchonete. Precisava ouvir o que eles tinham a dizer, especialmente sobre essa nova "amizade" que estava se formando. A chamada de vídeo começou com as duas telas aparecendo, e imediatamente fui recebida por um coro de provocações.

— Lilah, que história é essa de lanchonete com o Anthony? — Vik perguntou, arqueando uma sobrancelha, um sorriso malicioso brincando em seus lábios.

— É só um encontro casual entre amigos, nada demais. — respondi, me jogando no sofá, enquanto Larry se aninhou ao meu lado.

Jo, que estava mastigando algo, parou para me encarar com uma expressão cética.

— Amiga, encontro casual com o Anthony Stone? Tá achando que a gente nasceu ontem? — ela riu, balançando a cabeça. — Esse convite tem segundas intenções escritas em neon.

Eu revirei os olhos, mas não consegui segurar um sorriso.

— Vocês são impossíveis. Não tem nada a ver com isso. A Vanessa e a Megan que armaram tudo para melhorar a nossa imagem na mídia. Sabe como é... para mostrar que estamos mudando, que somos pessoas incríveis, etc.

Vik cruzou os braços, parecendo analisar a situação.

— Sei... E é claro que o Anthony está completamente de acordo só porque ele quer, né? — ele disse, sarcástico. — Ninguém aqui está dizendo que vai rolar um romance de filme, mas convenhamos que o cara pode estar pensando em algo mais.

— Só tô dizendo pra você ficar esperta. — Jo acrescentou. — Ele pode ser charmoso, engraçado, e todo aquele pacote de rockstar problemático, mas a gente conhece esse tipo de situação. Pode começar como "amizade midiática" e acabar com você nos tabloides de novo, só que dessa vez por algo que você não planejou.

Suspirei, tentando absorver o que eles estavam dizendo, mas sem me deixar levar completamente.

— Eu sei, eu sei... Vocês podem estar certos. Mas, sinceramente, eu preciso de uma distração. E se sair com o Anthony e aparecer na mídia como "amigos reformados" vai me tirar um pouco desse buraco, então acho que vale a pena tentar.

— Só se cuida, tá? — Jo disse, mais séria. — A gente confia em você, mas também quer ver você bem, sem se meter em confusão.

— Prometo, gente. Eu sei o que estou fazendo. — disse, embora uma pequena parte de mim questionasse se eu realmente sabia.

— Bem, se for só um lanche, aproveite. Mas se rolar algo mais... — Vik sorriu, piscando. — Aí você nos conta tudo depois.

Ri, sacudindo a cabeça.

— Vocês são um pé no saco, mas eu amo vocês.

— Sabemos que você tem tudo sob controle, Del. — Jo disse, com um sorriso encorajador. — Mas sério, aproveita. Se for só amizade ou algo mais, o importante é que você esteja feliz.

Desliguei a chamada sentindo uma mistura de ansiedade e curiosidade. Por mais que eu quisesse acreditar que essa noite seria apenas mais um passo na minha estratégia para sair do cancelamento, uma parte de mim não podia ignorar as palavras dos meus amigos. Talvez houvesse mais coisas em jogo do que eu queria admitir, mas, por ora, eu me concentraria apenas no plano da lanchonete.

Depois que desliguei a chamada, fiquei ali, no sofá, com o Larry ronronando ao meu lado. A conversa com o Vik e a Jo ecoava na minha mente, como uma música chiclete que você não consegue parar de cantarolar. "Esse convite tem segundas intenções escritas em neon," a Jo tinha dito. Não consegui evitar de rir um pouco, mas a verdade é que, no fundo, aquelas palavras me fizeram pensar.