Prólogo

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— Estou estudando bastante, vó, tenho certeza de que vou passar no vestibular da USP e venho morar com vocês — estava ajudando minha vó Inês a secar a louça. Vovô Tato havia saído com o restante da família.

— Seria maravilhoso, mas o seu pai não parece muito confortável com sua decisão, Juninho.

Suspirei pesado, eu tinha uma batalha pesada pela frente para convencer meu pai a me deixar fazer essa mudança. Gostava de Balneário Camboriú, onde morávamos há três anos, mas viver sob o teto do Sr. Flaviano, que além de me dar a vida, me deu também o seu nome, estava longe do que queria para o meu futuro.

— Eu sei vó, mas até o fim do ano consigo convencê-lo, espero que sim — sussurrei a última sentença.

Logo a casa voltou a ficar barulhenta, meu pai, minha mãe e meu avô, tentavam consolar o Lorenzo, meu irmão de seis anos, fruto de um DIU mal posicionado.

Meu pai não queria mais filhos, parece que ter um filho aos vinte anos foi traumático demais, por isso minha mãe sempre tomou anticoncepcionais. Devido a alguns problemas hormonais, sua ginecologista indicou a colocação do método contraceptivo intrauterino, o DIU, que se mostrou ineficaz, devido ao mau posicionamento no procedimento de colocação. "Foi uma fatalidade", palavras da médica ao explicar aos meus pais.

Quando Lorenzo nasceu, eu tinha onze anos e curti bastante ter um irmãozinho. Hoje, aos dezessete anos, minha meta de vida é passar no vestibular da USP e vir morar com meus avós maternos em São Paulo, mas meu pai, influenciado pelo seu pai, não está digerindo bem essa ideia. Meu avô Fernando Sampaio, é um homem muito educado e culto, mas muito rígido e cabeça fechada quando se trata da educação de seus filhos e netos e, infelizmente, ele é o ídolo de seu filho mais velho, o meu pai.

— Por que o menino está chorando, Iara? — Minha vó perguntou a minha mãe.

— Ah, mãe, é birra, ele ganhou um sorvete de chocolate e queria mais um de morango.

— E por que não compraram? — Vovó fazia todas as nossas vontades, meu pai dizia que ela nos estragava.

— Flaviano havia perguntado antes se ele não queria uma bola de cada sabor e ele negou, já sabe, né? Flaviano não gosta de voltar atrás.

Revirei os olhos, meu pai às vezes era intransigente com coisas bobas.

No fim da tarde, fomos nos arrumar para visitar meus avós paternos. Eu preferia ficar ali, mas sempre gostei muito da vó Nete, suas comidas eram maravilhosas, além de que toda a família estaria reunida para o aniversário do patriarca da família, motivo que nos levou a São Paulo.

Assim que chegamos ao apartamento dos meus outros avós, corri para abraçar o tio Ju, o caçula dos irmãos Sampaio. Nossa diferença de idade é de seis anos e ele ainda morava com os pais e fazia faculdade de medicina. O via como um irmão mais velho, ele sempre foi legal comigo e me levava para passear por todos os cantos quando eu era um moleque.

Abracei meu avô desejando felicidades e paralisei quando avistei aquele homem: tio Solano, o irmão do meio.

O que ninguém sabe sobre mim, é que desde o início da puberdade, entendi que era diferente dos outros garotos quando se tratava de sexualidade. Entender-me gay foi o menor dos meus problemas, difícil foi saber lidar com o meu desejo por homens mais velhos, e não digo mais velhos tipo uns cinco anos, com quatorze anos eu só me interessava por homens com mais de vinte.

O tempo passou e nada mudou, aos dezessete, os homens que me atraem já estão na faixa dos trinta, exatamente como o tio Solano: perfeito, cara de macho safado e garanhão da mulherada. Fazia uns dois anos que nós não nos víamos, ele morava no Rio de Janeiro e não vinha muito a São Paulo. E ele estava ainda mais gostoso.

Tio Solano sempre foi o meu crush, primeiro eu achava que era admiração, mas nunca olhei para o tio Ju como olhava para ele, depois entendi que era puro tesão.

Desde que nos mudamos para Balneário, já tive várias experiências sexuais, sempre com homens mais velhos, meu sonho molhado sempre foi tio Solano, que por motivos óbvios, vai ficar no campo da imaginação, mas se eu tivesse só uma chance, ele não me escaparia.

Desde que nos mudamos para Balneário, já tive várias experiências sexuais, sempre com homens mais velhos, meu sonho molhado sempre foi tio Solano, que por motivos óbvios, vai ficar no campo da imaginação, mas se eu tivesse só uma chance, ele não m...

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Júnior

Um Bom GarotoOnde histórias criam vida. Descubra agora