Narrado pelo Júnior
Meu pai, quando foi me buscar na festa, quis saber com detalhes como era o apartamento dos Fontana. Como alguém apaixonado por arquitetura e bom observador, pude contar os pormenores do que vi, é claro que não contei que também conheci a lavanderia.
Depois do meu momento com Douglas, voltei à festa e encontrei Vini aos beijos com uma amiga de Dora, isso significava que se eu permanecesse na festa, teria que ficar com ela, e depois do que tinha acontecido no andar de baixo, estava mais do que satisfeito. Minha noite já tinha sido incrível o bastante.
Liguei para o meu pai vir me buscar e usei a mesma desculpa que dei para Vini quando me perguntou o porquê ir embora tão cedo: enxaqueca.
Infelizmente sempre tive minhas crises, herança de minha mãe e que ela herdou da minha avó, mas no momento é só uma desculpa para ir embora.
— Que foda, mano, a Dora só estava esperando por ti, mas vai lá, me liga amanhã, deixa que eu falo com ela.
— Valeu, Vini, aproveita por mim.
Abraço o meu amigo e saio do local indo até o elevador privativo para descer e esperar meu pai.
— Sua mãe te mandou um comprimido e tem uma garrafa de água aqui — é a primeira coisa que ele me diz quando entro no carro, e só depois conversamos sobre o apartamento.
— Como você está? Já tomou o comprimido que mandei pelo seu pai?
Minha mãe que já estava deitada, se levanta para ver como eu estava me sentindo.
— Estou melhor e já tomei sim, vou me deitar, estou com sono, acho que logo durmo — falo louco para fugir para o meu quarto.
— Se precisar de algo me chama, Júnior — ela diz preocupada.
— Relaxa, mãe, vim embora antes que a dor piorasse e já estou medicado, tenho certeza de que vou apagar assim que me deitar.
Não foi bem assim que aconteceu, fiquei rolando na cama pensando em minha noite. Fui ousado, me arrisquei, mas valeu muito a pena. Senti-me poderoso, dono das minhas ações e satisfeito. Mesmo que nós não tenhamos transado de verdade, foi prazeroso de todo modo.
— Como você está? Dormiu bem? Fui até o seu quarto de madrugada e agora de manhã cedo e você estava ferrado no sono — sou bombardeado pelas preocupações de minha mãe quando chego na cozinha.
— Dormi muito bem, acordei sem nenhuma dor — falo enquanto me sento a mesa e me sirvo com o café da manhã.
— Que bom, só eu sei o quanto são dolorosas essas enxaquecas — ela suspira.
Ouço a voz do meu pai conversando com alguém, ele está em seu quarto e posso ouvir as risadas da cozinha, e meu pai não é um homem de dar risadas, exceto quando está com meus avós e tios, eles são bem unidos.
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Um Bom Garoto
RomanceAtenção!!! O tema dessa história é um tabu, um relacionamento entre tio e sobrinho. Por favor, não leia se não estiver preparado ou não se sentir confortável. Júnior é um jovem de vinte e um anos que tem seus sonhos e suas metas, mas elas estão lon...