Visita inesperada

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Narrado por Júnior


Quando fui ao apartamento do tio Solano, já imaginava que viria algum sermão. Embora ele seja muito diferente do meu pai, ainda é um adulto que acha que um garoto jovem como eu, não tem juízo ou não sabe o que quer.

Não nego que às vezes me arrisco demais, mas sei muito bem aonde quero chegar e o que tenho que fazer, mas se posso me divertir no caminho, eu vou. Não quero ser uma dessas pessoas que deixa a vida passar em busca de um objetivo, para quando alcançar, olhar para trás e ver que perdeu muito tempo e oportunidades. Minha geração é conhecida por ser imediatista, queremos viver o agora.

— Você não tem me procurado mais, o que foi, arrumou outro macho? — Levo um susto quando Vando me aborda enquanto estou lanchando sozinho em um canto próximo à biblioteca.

Eu tinha ido até uma parte mais afastada do pátio, fugindo de Dora, que há alguns dias não saía do meu pé, por isso ele teve coragem de se aproximar.

— Na verdade, sim, mas não se preocupe, se tiver com saudade, posso resolver isso — pisco para ele que nega sorrindo.

— Você é um garoto insaciável, né? Um pervertidinho e provocador.

Sua expressão transparece o quanto ele está com tesão, se fosse possível, ele me faria ajoelhar ali.

— Ainda sou muito novo, a culpa é dos hormônios — respondo tentando parecer inocente.

— Sei, estou com saudade dessa tua boquinha, qualquer hora te pego de jeito — ele diz saindo quando vê meu amigo Vini se aproximar.

— O que o Vando queria? — Vini pergunta se sentando ao meu lado.

— Saber o motivo de eu estar isolado aqui — respondo sem me afetar.

— Hum, e daí? — Pergunta me olhando.

— Daí o que?

— Qual o motivo de vir pra cá sozinho? — Vini é curioso e fofoqueiro.

— Estou fugindo da Dora, não me leva a mal, mas a garota não sai do meu pé. Ela é gente boa, beija bem, mas não quero uma namorada, quero poder curtir.

— Ah, qual é, Júnior, vocês ainda nem transaram. Experimenta primeiro, nem parece o garanhão que conheço.

A vontade de revirar os olhos é grande. Nunca transei com uma mulher, mas ele não sabe, eu contava várias histórias das minhas aventuras, mas é claro que escondia que eram com homens.

— É, talvez você tenha razão, mas hoje não estou com saco pra ela, vou ficar aqui até terminar o intervalo.

— Tudo bem, te faço companhia.

Vini me fez prometer que iria com ele ao shopping, à noite, comprar um presente para a sua irmã

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Vini me fez prometer que iria com ele ao shopping, à noite, comprar um presente para a sua irmã. Ela era mais velha e faria aniversário no fim de semana e ele tinha um péssimo gosto para presentes.

Um Bom GarotoOnde histórias criam vida. Descubra agora