Onde tudo começa

234 47 7
                                    

Narrado pelo Júnior


— Ela é muito gata, mano, você tirou a sorte grande.

— Eu sei, agora deixa eu pegar nossa bebida e voltar para lá, não posso deixar a mina sozinha, né?

— Vai lá, Júnior, aproveita!

A mina com quem estou ficando se chama Dora, ela é do primeiro ano da faculdade, está cursando Design, enquanto estou no sétimo semestre de Arquitetura e Urbanismo, ou seja, falta pouco mais de um ano para a minha formatura. O cara com quem estava conversando é o Vini, um dos meus melhores amigos desde o tempo do colégio e sei que ele ou qualquer um dessa festa adoraria ficar com a garota nova, mas ela me quis e eu amo um desafio, além de gostar de ser o melhor em tudo.

A festa estava rolando no salão de festas de um dos prédios mais bonitos de Balneário Camboriú, cidade onde ainda moro. Sou natural de São Paulo, vivi lá até meus quatorze anos, quando meu pai conseguiu um emprego como engenheiro civil em uma das maiores construtoras do Brasil, com sede aqui.

Minha mãe é cabelereira, trabalha em um salão de beleza perto de casa e meu irmão mais novo, o Lorenzo, só tem dez anos.

Meu irmão estuda em um colégio particular e eu em uma universidade privada, que tem sede em Itajaí, mas possui um campus aqui na cidade. Meu pai ganha relativamente bem, mas as despesas são muitas: aluguel, educação, plano de saúde, comida, lazer... Balneário Camboriú não é uma das cidades mais baratas para se viver.

Dora, que veio de Porto Alegre, é um pouco tímida e parece não ter tanta experiência com homens, provavelmente eu tenho muito mais, por isso ficamos somente nos beijos e nas conversas sobre nossas famílias. Seu pai veio buscá-la cedo e depois que ela foi embora, também pedi para o meu pai vir me buscar, a festa pra mim já havia terminado.

Meu domingo foi trancado em meu quarto estudando, quase não tenho amigos e pouco saio de casa, Seu Flaviano é um pai que marca em cima, extremamente controlador

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Meu domingo foi trancado em meu quarto estudando, quase não tenho amigos e pouco saio de casa, Seu Flaviano é um pai que marca em cima, extremamente controlador.

— E aí, Júnior? Como foi ficar com aquela gostosa? — Vini e Theo, um outro colega, me perguntam assim que chego na Universidade na segunda-feira.

— Além de linda ela é super gente boa, foi maneiro — respondo sem muito entusiasmo.

— Mas vocês combinaram alguma coisa? Vão ficar novamente? — Theo pergunta interessado.

— Não sei, vou deixar rolar, mas vocês sabem, não sou de correr atrás, então se ela quiser, ela que vai ter que se esforçar.

A verdade é que ficar com as meninas é só uma forma de ser reconhecido, de ser o centro das atenções, o cara popular, mas não estou nem aí para nenhuma delas, aliás, nem para nenhum dos garotos também. Não posso dizer a mesma coisa quando se trata de alguns professores e funcionários, já que tenho um grande fraco por homens mais velhos.

Um Bom GarotoOnde histórias criam vida. Descubra agora