Narrado por Júnior
A cada novo dia é uma tortura diferente. Por que o proibido é mais gostoso? A tentação de ter o homem dos meus sonhos morando debaixo do mesmo teto, é demais para um jovem com os hormônios em ebulição como eu.
Tio Solano tem tudo o que gosto fisicamente em um macho e parece ter conhecimento do meu interesse, e pensando dessa forma, a cada dia vou ficando menos cuidadoso, exceto alguns momentos que o juízo volta à minha cabeça.
Não sonho romanticamente com o homem, meu desejo é puramente carnal. Fico imaginando ser possuído por ele, lhe dar prazer e logo me arrependo dos meus pensamentos, é o tesão gritando no meu ouvido. O diabinho no meu ombro, que duela com o anjinho do outro lado, que aos poucos vejo perdendo essa batalha.
Além de ser proibido, também é considerado errado por vários motivos, podendo citar a grande diferença de idade e, como a cereja do bolo, ele ser meu tio e estar morando debaixo do teto do Sr. Flaviano, um homem conservador, daqueles pais de família que prezam pela moral e os bons costumes, mesmo sendo um homem jovem.
Nós somos cristãos, fui batizado, fiz primeira comunhão e crisma, tio Ju é o meu padrinho, mas continuo o chamado de tio. Não frequentamos a igreja, mas a religião afeta vários fatores de nossa vida no cotidiano, coisa comum ainda em grande parte dos lares brasileiros.
Acredito que o homem para qual rezamos, só quer que sejamos felizes e livres de preconceitos, enquanto parecemos caminhar para o lado oposto aos seus ensinamentos.
Tio Solano não é nenhum celibatário, prova disso é que ele saiu com Josias, que é outro que eu pegaria, e voltou somente no dia seguinte. Ouvi uma conversa dele com o meu pai e soube que ele passou a noite com uma colega de trabalho, não posso negar que fiquei com inveja da sortuda.
Não tinha muito a ser feito, era eu e meu desejo contra todas as probabilidades, mas quando uma chance apareceu, eu não tinha um plano, mas sabia que de alguma forma iria o provocar, nem que fosse para receber sua rejeição e um sermão. De alguma forma eu contava que ele não falaria nada para o meu pai, tio Solano era muito diferente de seu irmão, disso eu tinha certeza.
Quando meu pai saiu com Lorenzo para buscar minha mãe para o churrasco na casa da Suzana, dona do salão em que minha mãe trabalha, neguei o convite dando aquelas desculpas de ter que estudar, que o meu pai logo comprou. Acho que ele preferia que a nossa visita não ficasse sozinha.
Planejei a pipoca compartilhada e deixaria o resto rolar. Percebi que no início, ele estava um pouco reticente com a minha presença, mas fiz a linha do bom garoto, me comportei como um ótimo sobrinho e quando a oportunidade pintou, já sabia o que fazer.
A escolha do filme não foi aleatória, eu já tinha assistido e sabia das cenas de pegação entre os três personagens, sendo uma mulher e dois homens. Seria como um teste, que meu tio passou com louvor. Sua ereção mal contida em seu calção de futebol, era a prova que ele não era um preconceituoso. Meu pai jamais iria assistir e muito menos se excitar com dois homens se pegando, mesmo com uma mulher no meio.
Minhas mãos coçaram para o tocar, minha boca salivava e meus olhos não conseguiam desviar do seu volume. Eu só tinha uma chance e poucos segundos para pensar no que fazer, e derrubar refrigerante em seu colo, me pareceu ser a melhor ideia para realizar os meus desejos.
— Que merda! Desculpa tio, deixa eu tentar limpar.
Minha expressão não tinha um traço de culpa ou arrependimento, ele se assustou, porém, sua ereção não diminuiu nem um pouco, ao contrário, o senti mais rígido, pareceu crescer com meus toques.
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Um Bom Garoto
RomanceAtenção!!! O tema dessa história é um tabu, um relacionamento entre tio e sobrinho. Por favor, não leia se não estiver preparado ou não se sentir confortável. Júnior é um jovem de vinte e um anos que tem seus sonhos e suas metas, mas elas estão lon...