Um Bom Garoto

Férias

Narrado por Júnior

Se achei incrível passar um fim de semana no apartamento do tio Solano, nossa viagem a praia foi sensacional.

Acho que a única vez que viajei com amigos foi na formatura do terceirão, onde ficamos quase uma semana na cidade de Gramado, e embora tenhamos ficado em um hotel quatro estrelas, preferia mil vezes estar no saco de dormir nos braços dele.

Tio Solano pensou em tudo, a gente aproveitou cada segundo, seus toques escondidos, seu cuidado comigo e seus olhares atentos, aqueciam meu corpo e meu coração.

Engraçado que havia vários homens lá que faziam o meu tipo, inclusive o Jean, o dono da casa, mas eu só tinha olhos para o meu homem, inclusive, a Jadi, minha nova amiga, percebeu.

— Você gosta bastante dele, né?

Estávamos sentados em duas cadeiras de praia que ela e o Mika tinham levado, enquanto observávamos os nossos homens surfando. Tio Solano era um pedaço de mal caminho, mas dentro daquela roupa de borracha, ele ficava ainda mais gostoso, não tinha como não ficar babando.

Percebendo que fui pego em flagrante, tentei contornar:

— Meu pai é um homem muito controlador, tenho vinte e um anos e vivo entre a Universidade e a minha casa. Algumas vezes ele me deixa ir a festas com meus colegas da Universidade, mas não é sempre. Tio Solano chegou e me resgatou um pouco dessa vida, não tem como não o admirar, ele é a minha pessoa de confiança — confessei sem tirar os olhos do mar.

— Você é um garoto de sorte então, não o conheço bem, mas ele parece ser uma boa pessoa e sendo irmão do seu pai, dá para aproveitar algumas aventuras — ela estava me olhando quando falou.

— Espero que ele me convide mais vezes, vou adorar acompanhá-lo.

Ainda não tínhamos conversado pessoalmente depois que voltamos de Florianópolis, nós não tínhamos o costume de trocar mensagens, pelo menos nada que remetesse ao nosso relacionamento, mas não sei se contaria a ele sobre a minha conversa com a Jadi, tinha medo dele recuar comigo.

Na quinta-feira à noite, quando cheguei da aula, para a minha surpresa, ele estava na sala conversando com o meu pai.

— Júnior, seu tio estava me contando sobre o fim de semana de vocês — olho para o homem que faz o meu coração acelerar e sorrio.

— Eu adorei, não vejo a hora de ser convidado novamente — digo ao me sentar ao seu lado no sofá.

— No outro final de semana talvez eu vá para Itajaí, o Mika convidou, se der tudo certo, você pode ir comigo — as borboletas no meu estômago já ficaram alvoraçadas para fazerem a mala e ir com ele.

— Temos que ver se o Júnior não terá nenhuma prova ou trabalho importante — meu pai sabia ser um estraga prazeres quando queria.

Fiquei com eles os ouvindo conversar até tio Solano se despedir e ir para a sua casa. Minha vontade era de ir com ele. Era difícil estar tão perto e não receber um beijo ou um carinho, seu cheiro me deixava aceso, eu ficava imaginando meu nariz inalando o aroma de seu peito, lambendo suas axilas e descendo mais ao sul de seu corpo.