Cheiro de homem

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Narrado por Júnior


Eu estava sendo testado e tentado desde o dia que o meu tio Solano veio morar conosco e isso só fazia dois dias.

Foram três encontros totalmente constrangedores sendo que em um deles eu vi seu pau, aquela coisa grande que não consegui apagar da mente mesmo dormindo, pois sonhei com ele.

Juro que depois de nosso encontro no banheiro, quando o peguei segurando a sua jiboia, fiz de tudo para evitar olhar em sua direção, mas o destino era mais safado do que eu, pois dar de cara com o meu tio, enrolado em uma toalha, ainda molhado pelo banho e com várias gotinhas escorrendo pelo seu peito, descendo até sumir no tecido pendurado em sua cintura, era demais para a minha sanidade. Não consegui fazer com que meus olhos não percorressem o seu corpo másculo e viril.

— Achei que estivesse sozinho, quando cheguei a casa estava totalmente silenciosa — ele diz fazendo com que me volte para o seu rosto.

Engulo em seco antes de responder:

— Não tinha compromisso à tarde, estava estudando e acabei cochilando — inclusive estava com as minhas roupas nas mãos para tomar um banho.

— Vou trocar de roupa e ir até a padaria, quer ir comigo? — Ele convida e deveria dizer que não, mas me pego concordando.

— Vou só tomar um banho rápido — falo baixinho e ele assente indo para o quarto de Lorenzo que temporariamente é seu.

Durante o banho tentei não pensar em nosso recente encontro, porém foi em vão, com as lembranças ainda frescas na memória, rapidamente sucumbi ao prazer usando a minha mão.

Tio Solano parecia estar familiarizado com os arredores, me contou que mais cedo havia caminhado pela cidade para conhecer melhor. Ainda me sentia constrangido com meus pensamentos, mas consegui manter uma conversa decente, porém só fazia pensar que se esse homem não fosse meu tio, eu já teria avançado todos os sinais.

Quando voltamos para casa, ele me pediu ajuda para colocar a mesa e fazer o café, foi algo bobo e corriqueiro, entretanto a forma como me tratou, me fez sentir especial, como um adulto funcional e, pela primeira vez, tive um vislumbre do como seria se eu me relacionasse com alguém, como um casal.

Logo o meu pai e Lorenzo chegaram e depois que tomaram banho, nos sentamos todos à mesa para o lanche da tarde.

— Essa mesa está muito bonita e o seu café é uma delícia — Seu Flaviano elogia o irmão.

— Não posso receber os créditos sozinhos, Júnior me ajudou em tudo, desde ir comigo à padaria e escolher o que comprar, até arrumar a mesa e fazer o café — ele sorri e pisca para mim e me sinto o cara.

— Júnior é um bom garoto, nosso orgulho — meu pai consegue ser um babaca mesmo quando só tenta ser legal.

É claro que eu gostava de seus elogios, mas junto a eles, vinha uma comparação com o meu irmão que sempre o fazia parecer menos do que eu. Sei que meu avô não tratou seus filhos dessa forma, uma vez perguntei ao tio Ju, então talvez fosse somente algo do meu progenitor.

— Solano, hoje aqui em casa é a noite do delivery, como a Iara trabalha o dia inteiro, nós costumamos pedir. Você é a visita, tem direito de escolher.

— Ah, pai, mas hoje era o meu dia — Lo fala chateado.

— Você é só uma criança, Lorenzo, outro dia você escolhe — ele diz irritado.

O garoto murcha e minhas memórias de infância me levam a várias cenas onde era eu o alvo de sua irritação.

— Acho que já sei o que quero, mas fala para o tio, se você pudesse escolher, o que pediria, Lo? — Todos nós respondemos com ele.

Um Bom GarotoOnde histórias criam vida. Descubra agora