SETH - LIVRO I
Por um momento eu não soube o que fazer. Ashley permanecia encostada em mim, enquanto todo meu corpo estava tenso e meu cérebro parecia não mandar comandos para que eu me mexesse. Ela respirou fundo, e se encolheu mais contra meu peito, foi então que meus braços pareceram ganhar vida e envolveram sua fina cintura.
Ashley relaxou o corpo contra o meu, e soluçou uma vez baixinho fazendo meu peito se apertar só de saber que ela estava tão abalada quanto todos nós, entretanto, quando suas mãos tocaram meio peito eu me lembrei que havia algo errado, que ela não deveria estar em Forks enquanto seus irmãos a procuravam com Demitri nos arredores da cidade.
— O que está fazendo ? — eu perguntei, e a afastei um pouco para encontrar seus olhos. Eles estavam negros de sede, e imaginei que ao abaixar a cabeça estivesse constrangida demais para admitir que queria meu sangue, como da última vez em que isso havia acontecido.
— Eu queria confirmar que todos estão bem, me desculpe — ela se afastou lentamente de mim, e quase caiu no chão quando Jacob surgiu dos arbustos. Eu estava concentrado demais em suas palavras, tentando decifrar o que ela acabara de dizer com: "queria confirmar que todos estão bem ". Ela estava usando seu dom sem minha permissão! Ashley, a que Ashley que eu conhecia, minha esposa, mãe de Alyssa e filha adotiva dos Cullen não faria isso jamais. Ela havia mudado muito em apenas TRÊS DIAS!
Os gritos de Jacob me fizeram voltar para a realidade.
— Então, Ashley Cullen — Jacob rosnou — Acho que não devo mais chamá-la assim, não é mesmo ? — ele riu ao erguer as sobrancelhas.
Ashley deixou os rosnados ecoarem pelo peito, me fazendo lembrar os trovões altos naqueles dias chuvosos em que pensávamos ser o fim do mundo.
Seu corpo inteiro estava tenso, de um jeito que eu nunca vira antes, nem mesmo quando os Volturi haviam ameaçado os Cullen pela segunda vez, ou quando Brad a havia atacado. Seus olhos estavam perdidos no nada, como se não estivesse sequer vendo Jacob na sua frente. Eu já a vira com sede antes, mas agora duvidava que fosse somente a garganta ardendo que a incomodava.
Jacob não pareceu se sentir ameaçado. Ele cruzou os braços no peito e sorriu de um jeito provocativo, como quem dizia "continue".
— Já chega! — grunhi enraivecido, não só com Jacob mas com Ashley também. Eu peguei os braços finos de minha esposa — ou ex mulher, aquela altura eu já não sabia o que éramos mais — , tentando fazê-la se mover, mas fora em vão. Ela tentava resistir a entrar na mansão Cullen, e eu imaginava que o motivo fosse o medo de machucar Alyssa. Passei a mão pelos cabelos nervosamente sem saber ao certo o que fazer. Foi Jacob quem a agarrou por trás e começou a arrastá-la para a varanda.— Seu pulguento asqueroso, me solte! — praguejou. Ela tentou se desvencilhar dos braços fortes de Jacob, mas ele lutava para mantê-la ali. Ashley relaxou o corpo e pensei realmente que estivesse se dando por vencida quando vi sua estratégia. Sua boca estava a poucos centímetros dos braços de Jacob e ela pretendia mordê-lo.
— Jacob, solte-a ! — interferi, fazendo ele se virar para mim e rir de mal humor.
— De jeito nenhum! — disse de um jeito autoritário. Sua pose de alfa não iria me intimidar agora.
— Ela não vai fugir, posso ouvir os rosnados de Leah aqui, solte-a — cruzei os braços no peito e esperei que Jacob a soltasse. Ashley olhou surpresa para ele quando sua cintura enfim ficou livre.
— Sam e Leah estão por perto— alertou — Não pense que pode escapar tão facilmente.
Ashley bufou mas pareceu concordar do jeito dela: sem dizer nada. Jacob passou por ela esbarrando em seus ombros pequeninos propositalmente, ainda assim, ela o ignorou. Subi os degraus da varanda e peguei sua mão com cautela, novamente tentando convencê-la a entrar. Ashley deu dois passos, e paramos em frente a porta.
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My imprinting
FanfictionAshley se vê perdida, sem rumo algum após a morte de sua mãe e Carlisle, tendo tamanha compaixão e apego pela garota, lhe faz a proposta para que a própria faça parte de sua família. Mesmo querendo recusar, Ashley se dá por vencida e sente que não p...