- Porra, o que foi que eu fiz? - Jungkook murmurava para si mesmo. Depois de pegar um copo de bebida, o Jeon resolveu não voltar para o banco onde estava Taehyung. Precisava pensar, colocar a cabeça no lugar. Aquilo não podia acontecer, tinha acabado de sair de um relacionamento muito frustrante e não queria entrar em outro. Principalmente com um amigo, ainda mais um amigo tão legal quanto Taehyung.
- Porra, porra, porra… - Os resmungos continuavam baixinho enquanto ele finalmente chegou ao outro cais, não muito longe do primeiro. Havia poucas pessoas ali, mas mesmo querendo ficar sozinho, Jeon sentou no sofá que tinha ali e jogou a cabeça para trás. Abriu os olhos e ficou observando as estrelas, mas tudo que conseguia ver nelas eram as pintinhas que Taehyung tinha no rosto. Ou a que tinha no braço, que, se apertasse um pouquinho, ficava parecendo um elefantinho.
Eles eram brilhantes como o sorriso dele. Mesmo sendo discreto, qualquer um que passasse por Taehyung sorrindo iria olhar. Um sorriso tão singular. Não existiam muitos assim. Os olhos dele brilhavam quando estava desenhando ou escrevendo. Jungkook sabia que os poemas eram as coisas mais lindas, mesmo que ele não o deixasse ler. Sabia que os desenhos eram tão únicos quanto ele, mesmo podendo ver só alguns.
Pensar nisso assustava o Jeon. Estava reparando demais, vendo demais, questionando demais, sorrindo demais e sentindo demais. Aquilo tinha que parar, mesmo que tivesse que se distanciar. Ele não podia se apaixonar e se machucar mais uma vez por uma pessoa que com certeza não ia saber lhe amar.
Taehyung não iria querer isso, estava tão machucado quanto o mais velho; era algo que não deveria ser levado adiante. Então Jungkook se sentiu na obrigação de conversar com Taehyung e dizer para esquecer o que aconteceu, ou o que quase aconteceu. Mas depois, ele ia continuar assistindo as pintinhas de Taehyung brilharem mais um pouco.
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- Que porra foi essa? - Taehyung perguntou para si mesmo quando chegou no chalé. Depois que Jeon não voltou, Taehyung liberou Hoseok para curtir a festa dele. O melhor amigo insistiu para ele ficar, mas já não estava no clima antes, então naquele momento estava menos ainda.
Assim que entrou no chalé, verificou se Jeongguk não estava e foi para o banheiro tomar banho. Tinha que pensar sobre o que tinha acontecido. Quando entrou no banheiro, trancou a porta e começou a tirar as roupas devagar e com calma. Eram por volta das duas da manhã, e tudo estava confuso.
Quando entrou no box, Kim reparou no coração ainda disparado e por isso mordeu o lábio inferior. Enfiou a cabeça debaixo da água e fechou os olhos, apenas deixando a água cair.
“Tá, a gente quase se beijou” - Kim pensou, apertou mais os olhos e mordeu mais o lábio.
- Merda! - xingou baixinho. - Porra, isso não pode acontecer - falou para si mesmo.
Se apaixonar não estava nos planos de verão, não estava mesmo. Não era algo que ele queria e não era algo que Jungkook queria. Eles estavam fazendo aquilo só para incomodar os ex-namorados. Não era nada de mais.
Não dava para pensar em algo mais, não dava para se curar através de outra pessoa. Eles eram amigos e deveriam continuar assim.
Um sentimento estranho passou pelo peito de Taehyung, algo que ele não tinha sentido antes. Era como angústia misturada com ansiedade, o tipo de sentimento que dá um frio esquisito na boca do estômago. Não era um bom sinal, ele não queria que aquilo acontecesse. Fingiria que nada aconteceu? Conversariam sobre isso e deixariam para lá? Não era o tipo de coisa que dava para simplesmente ignorar.
A respiração quente de Jungkook lhe veio à mente, o bom hálito e os narizes quase se encostando. A forma como ele se entregou ao possível beijo primeiro e lhe arrastou para segui-lo naquele abismo que não teria volta. Seria estranho pensar que por um segundo desejou pular e levar o Jeon junto consigo.
Em outro momento, JK seria o cara perfeito para ele, mas agora eles eram amigos e amizades nunca acabavam bem quando sentimentos relacionados ao amor entravam no meio. Sempre acabava mal, e não estava disposto a perder a amizade de Jungkook. Sendo assim, pegou um dos cadernos de poesia e se deitou na cama.
"Estava tudo confuso, é que Jungkook é como poesia: Uma hora quente, outra hora fria; Uma hora ruim, outra boa; Uma hora feliz, outra hora triste. É que Jungkook é como poesia. Poesia bonita, mas que me confundia, e no fim eu sabia que, se continuasse… me apaixonaria.”
Quando terminou de escrever a poesia, ficou em choque. Não sabia o que estava escrevendo, ele escreveu o que estava sentindo. Leu e releu várias e várias vezes o que sua alma insistia em lhe forçar goela abaixo. Mesmo fazendo de tudo para cuspir, não conseguia. Então passou para mais uma folha e começou a escrever.
“É que eu também sou poesia: Poesia medrosa e desfalecida, Poesia doente e distorcida, Poesia cheia de erros e feridas, Mas ainda assim… poesia. É que as antigas cartas de amor ainda estão aqui, sabe? Cartas que foram jogadas debaixo da minha porta quando o antigo dono foi embora. É que eu também sou poesia, sabe? Poesia complicada e pensativa, mas ainda assim, poesia.”
Depois de ler e reler o que tinha escrito, começou a sentir cada uma daquelas palavras. Deitou a cabeça em cima do caderno e fechou os olhos, pensando.
- Isso não pode acontecer - falou para si mesmo. Ele não podia se apaixonar. - Não pode acontecer - repetiu para si mesmo várias vezes.
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Amanheceu e Jungkook ainda estava do mesmo jeito no cais. Não tinha conseguido dormir e não queria voltar para o quarto. Não queria ter que encarar Taehyung depois de quase tê-lo beijado. Ficou ali olhando as pintinhas de Taehyung brilharem até que os raios de sol as apagassem. Seu coração estava estranho. Sabia que eles não se beijarem era o certo, mas por que se sentia tão errado?
Se apaixonar não estava em sua lista do que fazer no verão, principalmente por Taehyung, que estava tão ferido e machucado quanto ele mesmo. Então, mesmo que relutante e sem ânimo, Jeon se levantou do sofá. Seu pescoço doía pela posição em que ficou a noite toda. Tirou o telefone do bolso da calça e olhou as horas. Eram cinco e cinco da manhã. Ainda havia alguns sobreviventes da noite sentados em uma roda em volta da fogueira, quase toda apagada.
Foi andando lentamente até o chalé, pedindo a Deus que Kim estivesse dormindo para poder entrar e tomar um banho bem longo. O copo cheio de bebida alcoólica ainda estava em sua mão, então, passando por uma lata de lixo, jogou-o fora e seguiu caminho. Quando chegou até a porta, colocou a chave e, com muito cuidado para não fazer barulho, abriu a porta. O que foi em vão, porque, quando entrou, os olhos amendoados já estavam colados em seu rosto.
Taehyung estava deitado na cama, já coberto e olhando para o teto com a luz acesa. A cortina com blackout estava fechada, o que denunciava que ele já tinha tentado dormir.
- Bom dia - Jeongguk murmurou. Se virou para fechar a porta, e Taehyung saiu do transe e murmurou de volta.
Jungkook se xingava internamente por não conseguir agir normalmente, e Kim se xingava por ter ficado tão envergonhado e vermelho. O Jeon foi até o armário, pegou uma toalha e seguiu para o banheiro. Quando entrou, respirou fundo e o outro adolescente, do lado de fora, mordeu o lábio inferior e fechou os olhos, respirando fundo.
Os pensamentos de Taehyung foram diretamente para o caderno de poemas que guardou às pressas debaixo do travesseiro quando ouviu o amigo na porta. Jungkook fazia a mesma coisa dentro do banheiro. Queria muito sair e resolver as coisas como pessoas normais, mas estava tão cansado de pensar que decidiu que lidaria com isso mais tarde.
E mais uma vez, o Jeon ignorou a necessidade daquela conversa e resolveu tê-la mais tarde.
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lá meus amores, espero que vocês tenham gostado!!
Comentem aí o que vocês acharam, estou curiosa!!
Beijos de eletricidade 💋 💡
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KISS BOY ( Taekook - Vkook)
FanfictionDois adolescentes de coração partido, presos dentro do armário do zelador na escola. Todos sabiam quem eles eram, mas não sabiam nada sobre eles. Jungkook, que no auge da adolescência teve que aprender a lidar com seu irmão namorando sua ex namorad...