FELIZ ANIVERSÁRIO, WEM.

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Wemilly Grayson
5 anos atrás

Era meu aniversário, o dia mais empolgante da minha vida, e o momento em que eu poderia ver Damon novamente. Afinal, também era Devils Night, a noite em que tudo poderia acontecer, e eu sabia que Damon poderia me tirar daqui sem que os meninos nem se importassem. Finalmente, faria 14 anos, o que significava que eu estava mais próxima dos 16, que é quase 18, e então, talvez, Will finalmente me deixaria em paz.

— QUEM É MINHA ANIVERSARIANTE FAVORITA? — A voz animada de Will ecoou pelo quarto enquanto ele entrava de repente, pulando e me puxando para pular com ele. — WEM, WEM, WEM!

— Ora, pare de ser bobo. — Lhe dei um leve empurrão, rindo da energia dele.

— O quê? Não está animada? — Ele perguntou com um sorriso largo, mas seus olhos buscavam os meus por qualquer sinal de felicidade.

— Acabei de acordar. Estou com sono. — Murmurei, ainda me sentindo um pouco grogue. Mas antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, ele me puxou para um abraço apertado, cheio de carinho.

— Feliz aniversário, maninha. Eu te amo. — Ele sussurrou, beijando minha testa. — Prometo que amanhã vamos sair e passar o dia juntos, ok?

— Onde você vai? — Perguntei, mesmo sabendo a resposta.

— Devils Night, Wem. — Ele piscou para mim, com aquele sorriso travesso que eu conhecia tão bem, antes de sair do quarto. — Você sabe como funciona.

Fiquei ali por um momento, sozinha no quarto, ouvindo o som dos passos de Will se afastando pelo corredor.

Devils Night sempre me trouxe sentimentos mistos — uma parte de mim queria fazer parte disso, participar da adrenalina e da loucura, mas a outra parte sabia que, para mim, significava mais uma noite sozinha, à espera de um mundo que eu ainda não podia acessar completamente.

Depois que Will saiu, fiquei sentada na cama por um tempo, tentando processar tudo. Era meu aniversário, mas o que isso realmente significava? Na verdade, significava que eu estava mais velha, mas ainda me sentia como aquela garotinha que sempre foi deixada de lado, à margem das coisas que realmente importavam.

Levantei-me e fui até a janela. A cidade parecia tranquila, mas eu sabia que, em breve, ela seria tomada pelo caos que a Devils Night trazia todos os anos. O ar carregava uma tensão quase palpável, e meu coração batia um pouco mais rápido ao pensar nas possibilidades da noite.

Decidi tomar um banho para clarear a mente e me preparar para o dia. Enquanto a água quente corria pelo meu corpo, tentei afastar os pensamentos ansiosos. Hoje era para ser um dia feliz, certo? Um novo ano de vida, uma nova chance de recomeçar, de talvez encontrar algo mais.

Quando saí do banho, envolvi-me numa toalha e fui até a pia. O vapor quente do banheiro criou uma névoa que se espalhou pelo quarto, aumentando a sensação de mistério no ar. Passei a mão pelo espelho, limpando um pouco do vidro para me ver. Foi quando ouvi um barulho suave vindo da direção da sacada.

Parei, meu coração pulando uma batida. Virei-me devagar, a toalha ainda presa ao meu corpo, e observei a cortina da sacada balançando levemente. O instinto me disse que algo estava errado. Meus olhos procuraram por alguma coisa para me defender, e foi quando vi a tesoura em cima da cômoda. Peguei-a com firmeza, sentindo o peso frio do metal na minha mão, e me aproximei lentamente da janela.

A cada passo, o som do meu coração batendo parecia mais alto. Com a mão livre, empurrei a cortina e abri a porta da sacada, quase que em câmera lenta.

E lá estava ele.

Um homem de 1,90 m, vestido com um moletom preto e calças de moletom igualmente escuras. Uma máscara preta cobria seu rosto, escondendo qualquer expressão, deixando apenas os olhos visíveis, que pareciam brilhar na escuridão. Meu primeiro impulso foi atacar, e eu o fiz, tentando cravar a tesoura em sua direção.

MY LITTLE PEST || Damon Torrance.Onde histórias criam vida. Descubra agora