HÉLICES.

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Wemilly Grayson
Presente...

As mãos de William me arrastavam com força, e eu não conseguia entender como alguém que deveria me proteger podia ser tão cruel. Cada vez que eu tentava resistir, o aperto dele só ficava mais forte, como se quisesse me mostrar que eu não tinha controle sobre nada. As hélices dos helicópteros rugiam acima de nós, e o vento frio batia no meu rosto, mas tudo parecia distante, como se eu estivesse presa em um pesadelo do qual não conseguia acordar.

De repente, meu olhar foi atraído para Erika Fane, subindo no primeiro helicóptero. Eu queria gritar com ela, perguntar o que estava acontecendo, mas ela nem olhou para trás. Ela recebia instruções diretas de William, e era ali que eu finalmente entendi uma única palavra do que ele estava dizendo a ela: "The Cove."

Eu sabia que não era coisa boa, mas tudo em mim gritava que eu não podia acabar lá. Senti meu estômago se revirar de medo. William sempre foi controlado, calculista, mas agora ele parecia... impiedoso.

— Entra logo, Wemilly! — Ele me empurrou para dentro do segundo helicóptero, sem dar explicações. A frieza na voz dele me fez estremecer.

— O que você tá fazendo?! — gritei, olhando para ele enquanto ele ajeitava o casaco, ignorando meu pânico. —The Cove? Por que tá me levando pra lá?

William se virou lentamente, me encarando com aquele olhar que eu odiava, como se eu fosse um incômodo, uma peça fora do lugar.

— Você vai entender em breve. — Foi tudo que ele disse antes de subir no helicóptero ao meu lado.

O helicóptero decolou, e meu coração parecia querer sair pela garganta. Eu me forcei a respirar fundo, mas o medo me consumia. Eu sabia que ele estava me levando para algo terrível, e minha mente só conseguia pensar em uma coisa: eu tinha que sair dali.

Enquanto sobrevoávamos a área, eu percebi que não estávamos indo direto para The Cove. O helicóptero desviou e começou a descer perto de um galpão abandonado. Tudo ali parecia sombrio, isolado, como se fosse o local perfeito para algo horrível acontecer.

Quando o helicóptero pousou, William saiu primeiro, trocando algumas palavras com Breno, o capanga dele, que me dava arrepios só de olhar. Eu sabia que algo estava muito errado. Cada fibra do meu corpo gritava para eu lutar, para eu fazer algo.

Eu olhei ao redor freneticamente, procurando uma saída. William estava distraído falando com Breno, e foi ali que eu vi minha chance. Com o coração martelando no peito, eu corri na direção de William, empurrando-o com toda a força que eu tinha. Ele cambaleou para o lado, surpreso.

— O que você pensa que está fazendo?! — William rosnou, mas antes que ele pudesse reagir, eu agarrei uma barra de ferro que estava jogada no chão e o acertei com tudo no ombro.

— Eu não sou sua propriedade! — gritei, a raiva e o medo se misturando em minha voz. William gritou de dor, caindo de joelhos, enquanto eu recuava, ofegante. O olhar de ódio no rosto dele me fez tremer, mas eu não podia parar agora.

— Sua ingrata... — ele sibilou, a mão no ombro ferido.

Antes que eu pudesse reagir, senti mãos fortes me puxando por trás. Era Breno. Ele me jogou contra a parede do galpão com tanta força que eu vi estrelas, o corpo inteiro latejando de dor.

— Agora é minha vez, princesinha, — Breno murmurou com um sorriso doentio, se aproximando de mim. O cheiro dele, a respiração pesada, me deram nojo. Eu tentei me debater, mas ele era muito mais forte. O pânico me sufocava.

Ele me empurrou para o chão, e eu sabia o que estava prestes a acontecer. O desespero tomou conta de mim, e minha mente corria em mil direções, tentando achar uma saída. E então eu vi a faca presa no cinto dele. Com um movimento rápido, eu puxei a faca e, sem hesitar, cravei a lâmina no lado dele.

MY LITTLE PEST || Damon Torrance.Onde histórias criam vida. Descubra agora