BOCA DO LEÃO.

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Damon Torrance.
Presente.

— O que faz aqui? Eu te deixei dormindo. — Perguntei, tentando esconder minha surpresa, mas o tom de minha voz traiu a intenção.

Banks me lançou um olhar de canto, e eu quase podia ouvir os pensamentos dela.

Merda, isso soou errado.

Wemilly cruzou os braços, claramente irritada.

— Acordei assim que você saiu. Não vou ficar parada enquanto vocês fazem algo.

Antes que eu pudesse responder, Kai se adiantou, sua voz calma, mas autoritária:

— Ótimo. Sente-se. — Ele apontou para uma cadeira, e, surpreendentemente, Wemilly obedeceu sem questionar.

Porra, isso está me dando nos nervos.

Ela não deveria estar no meio disso.

Wemilly, no entanto, estava focada em outra coisa.

— Quando vamos tirá-lo de lá? — perguntou, sua voz firme, mas com uma nota de desespero que ela tentava esconder.

Michael deu uma risada seca, balançando a cabeça.

— Daqui a alguns meses.

— O quê? — Ela se inclinou para frente, incrédula. — Vocês vão deixar meu irmão apodrecer lá dentro?

Eu vi a raiva crescendo nos olhos dela, mas Michael permaneceu impassível.

— Ele já aguentou três anos, alguns meses não são nada.

Wemilly bufou, claramente descontente com a resposta, mas antes que pudesse protestar, Kai entrou na conversa.

— E além disso, não vamos simplesmente dormir, acordar e invadir uma prisão daquele tamanho. Vamos precisar de tempo, preparação.

— Preparação? — Ela repetiu, os olhos brilhando de frustração. — Vocês estão falando como se isso fosse um jogo!

— Não é um jogo, Wemilly. — Banks falou, a voz baixa, mas firme. — É uma questão de vida ou morte. Se formos despreparados, não só Will continua lá, como nós também podemos acabar mortos.

Ela ficou em silêncio por um momento, absorvendo o que foi dito, mas a dor em seus olhos era inegável. Eu sabia o quanto isso a estava destruindo, e o quanto eu estava contribuindo para isso.

— Se formos agora, sem planejamento, estamos fodidos. — Continuei, tentando explicar. — E você sabe que Will não ia querer isso.

Ela olhou para mim, os olhos cheios de angústia, mas também de compreensão. Eu não merecia essa confiança. Não depois de tudo que fiz. Mas ela ainda estava ali, querendo acreditar que de alguma forma, eu faria tudo ficar bem.

— Eu só... — Ela suspirou, passando as mãos pelo rosto. — Não posso perder ele. Não de novo.

— Não vai. — Eu disse, com mais certeza do que sentia. — Vamos tirá-lo de lá. Eu prometo.

Wemilly me olhou por um longo tempo, seus olhos avaliando cada palavra que eu dizia. Finalmente, ela assentiu, embora o medo ainda estivesse presente em cada linha de seu rosto.

Kai, sempre prático, interrompeu a tensão do momento.

— Precisamos de um plano, então. E rápido.

 E rápido

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MY LITTLE PEST || Damon Torrance.Onde histórias criam vida. Descubra agora