CATACUMBAS.

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Wemilly Grayson
Presente

Eu fiquei paralisada, tentando absorver tudo o que havia acabado de acontecer. O que Damon estava fazendo aqui, ameaçando Winter? E por que ele sempre tinha que ir tão longe? Balancei a cabeça, tentando afastar os pensamentos e a sensação sufocante de confusão que me dominava. Respirei fundo, recompondo-me antes de me virar e caminhar até Winter, que ainda estava no chão, trêmula, com os olhos cheios de alívio e pavor.

— Você tá bem? — perguntei, minha voz mais firme do que me sentia. — Ele chegou a encostar em você?

Winter me olhou, ainda tentando recuperar o fôlego. Seus lábios tremeram antes de responder.

— Se você não tivesse chegado a tempo, talvez ele teria feito mais do que só me ameaçar. — Sua voz saiu trêmula, mas havia uma força oculta ali. Estendi a mão para ajudá-la a se levantar. Ela hesitou por um segundo antes de aceitar meu apoio, se erguendo lentamente.

Lembranças das nossas brigas antigas vieram à tona. Winter tinha me telefonado mais cedo, pedindo para nos encontrarmos, sugerindo que resolvêssemos as coisas de uma vez por todas. Afinal, não éramos mais crianças, e havia muito a ser dito.

— Me desculpe — murmurei, desviando o olhar enquanto tentava controlar o sentimento de culpa. — Eu não deveria ter te deixado sozinha.

Winter ajeitou a toalha ao redor do corpo e respirou fundo, como se estivesse se preparando para sacudir o pavor que ainda a cercava.

— Quem ia imaginar que um maluco invadiria minha casa e me ameaçaria? — Ela forçou um sorriso, como se quisesse minimizar o que acabara de acontecer. — Isso não é culpa sua.

Eu queria acreditar nisso, mas o peso do que Damon tinha feito me puxava para baixo.

— Eu sei, mas é Devils Night — suspirei, olhando para os lados como se o perigo ainda estivesse ali, em algum canto. — Eu deveria ter sido mais cuidadosa.

Winter se esticou, tentando aliviar a tensão no corpo. Ela parecia mais tranquila agora, embora a dureza em sua expressão ainda fosse evidente.

— Preciso informar ao meu pai que seus seguranças são comprados com dinheiro e drogas. — A voz dela carregava uma pitada de sarcasmo, mas também uma raiva silenciosa.

Eu não pude evitar sorrir, mesmo que a situação não tivesse graça alguma. Winter tinha uma maneira única de lidar com a tensão, e eu respeitava isso, mesmo que não estivéssemos sempre do mesmo lado.

— Quer ajuda para voltar ao quarto? — perguntei, vendo-a se endireitar.

— Não precisa. Damon já foi. — Ela balançou a cabeça, colocando o pé no primeiro degrau da escada e, em seguida, subindo lentamente.

Eu suspirei, aliviada, mas ainda desconfiada.

— Espero que ele tenha ido mesmo — murmurei, mais para mim mesma do que para ela. Mas algo dentro de mim ainda não se acalmava. Meu coração estava acelerado, e o suor frio na minha nuca não parecia que iria embora tão cedo.

Então, senti meu celular vibrar no bolso. Puxei o aparelho e vi uma mensagem de Will piscando na tela. Desbloqueei o celular e, ao ver o conteúdo, meu estômago se revirou. Arregalei os olhos, incapaz de acreditar no que estava vendo.

Era um vídeo de Will. Ele estava em um estacionamento vazio, espancando Zyan, o diretor da minha banda. O sangue escorria pelo rosto de Zyan enquanto Will socava implacavelmente, o som dos golpes ecoando de maneira brutal. Meu coração batia tão forte que senti como se fosse explodir.

MY LITTLE PEST || Damon Torrance.Onde histórias criam vida. Descubra agora