Damon Torrance
Presente...Aquela frase ecoou em minha mente. "Ela ficou lá." Meu coração acelerou ainda mais. A ideia de Wemilly presa na prisão, com o alarme disparado e os guardas prestes a trocar de turno, me deixou em alerta total. Tudo o que havíamos planejado estava indo pelo ralo, e eu me sentia idiota por ter confiado em algo tão básico quanto um mapa. Meu pai nos enganou, e agora Wemilly estava pagando o preço.
— Droga! — vociferei, virando-me para Kai e Banks. — Vamos voltar lá pra buscá-la.
— Não vai ser tão simples, Damon — Kai retrucou, a voz calma, mas tensa. — Com o alarme disparado e a troca de turno, todo o lugar vai estar um caos.
— Não me importa — rebati, a raiva queimando no meu peito. — Eu vou buscá-la.
Eu sabia que o tempo estava contra nós. O som de passos e vozes se aproximava. A prisão estava se armando, e cada segundo que perdíamos aumentava o risco de não conseguirmos sair com vida.
— Espera, merda. — Michael me agarrou pelo braço, tentando me parar. — Olha a merda em que você meteu ela.
Aquelas palavras dispararam uma faísca dentro de mim. Eu me virei, o empurrando com força, minha raiva explodindo.
— Eu meti? — soltei, avançando sobre ele. — Vocês dois — apontei para Michael e Kai — que deram a maldita ideia de trazer ela pra cá!
Michael segurou seu equilíbrio, os olhos queimando de volta com a mesma intensidade. Ele abriu a boca para retrucar, mas Kai entrou no meio antes que pudéssemos começar algo que, honestamente, eu não estava nem um pouco interessado em evitar.
— Não temos tempo pra brigas, estamos na frente da prisão! — Kai nos separou, me puxando pelo braço. — A troca de turno já começou e temos minutos antes que tudo fique ainda pior.
Mas eu estava longe de ouvir qualquer coisa que ele dissesse. Meu olhar estava fixo na entrada da prisão. Minha mente corria em mil direções, mas todas levavam ao mesmo ponto: Wemilly estava lá dentro, sozinha.
— Eu não saio daqui sem ela — declarei, a voz mais baixa, mas ainda carregada de fúria. A ideia de deixá-la para trás nem passava pela minha cabeça. Eu faria o que fosse necessário.
— Ótimo, — Michael cuspiu, sarcástico. — Então você fica aqui e se fode junto com o Will.
Aquilo foi o suficiente para me fazer perder o controle por um segundo, minhas mãos apertaram os punhos e me lancei em sua direção. Kai segurou meu braço, firme, o olhar dele dizendo que não era o momento. Mas eu estava num ponto em que a paciência já não existia.
— Sai da minha frente, Kai, — grunhi, a raiva pulsando nas minhas veias. — Eu vou buscá-la.
Kai me olhou, sério, mas havia algo na expressão dele que mostrava que ele entendia. Não era apenas sobre o plano agora. Era sobre ela.
— Então vá. — Ele soltou meu braço, dando um passo atrás. — Mas saiba que, se não sair em cinco minutos, ninguém vai poder te ajudar.
Sem responder, eu virei e comecei a correr de volta para a prisão.
Eu corri de volta para a prisão com uma raiva que queimava por dentro, cada passo ecoando no corredor frio e úmido. Aquele alarme maldito ainda soava, e o lugar estava agora em completo caos. Guardas se moviam em todas as direções, e eu os driblava, evitando confronto direto, sempre me mantendo nas sombras. Meu corpo estava em alerta total, os instintos afiados. Eu tinha que encontrar Wemilly, mas cada corredor que dobrava parecia vazio.
Merda.
O tempo estava correndo, e as coisas só pioravam.
Cada vez que entrava em uma sala ou olhava por um corredor, tudo estava deserto. Ela tinha desaparecido, como se a prisão a tivesse engolido.
Droga, Wemilly, onde você tá?
A adrenalina corria forte, mas a frustração e o medo começaram a se misturar. Cada passo que eu dava sem encontrar ela só fazia meu peito apertar mais.
Tentei pensar em como ela poderia ter se movido, qual rota teria tomado. Olhei mais uma vez para o mapa mentalmente, tentando entender onde eu tinha errado, onde ela poderia estar. Mas cada minuto que passava sem encontrá-la me deixava ainda mais furioso. Não fazia sentido. Era como se tudo estivesse armado contra mim desde o começo. Meu pai sabia o que estava fazendo, e eu caí direitinho.
Me forcei a continuar, mesmo com cada segundo parecendo uma eternidade. Mas então ouvi algo que me fez parar de repente — o som de mais passos, pesados, cada vez mais próximos. Olhei para o relógio. A troca de turno. O tempo estava esgotado.
Eu estava no meio do corredor principal, e os guardas estavam voltando. Não dava mais para continuar procurando. Eu sabia que, se não saísse agora, estaria tão ferrado quanto Will. Xinguei baixinho, a frustração borbulhando por dentro, mas não havia outra escolha.
Dei meia-volta e corri de volta pelos corredores, o alarme ainda soando enquanto a prisão se fechava ao meu redor. Me movi o mais rápido que pude, sentindo o suor escorrer pela testa e as batidas do meu coração ecoando em meus ouvidos. Dobrei o último corredor, vendo a saída já começando a se fechar novamente.
Eu me joguei para frente, deslizando pelo chão, passando pela porta no último segundo antes que ela se fechasse completamente. Ao sair, meus olhos encontraram Kai, Michael, Winter e Banks, todos tensos, esperando.
Kai foi o primeiro a falar, o olhar grave.
— E então?
Eu respirei fundo, tentando acalmar o sangue fervendo em minhas veias.
— Não a encontrei.
Michael balançou a cabeça, claramente irritado, mas ficou calado. Kai deu um passo à frente.
— Precisamos ir agora. Não há mais tempo.
Olhei para a prisão, o peso da realidade caindo sobre mim. Wemilly estava lá dentro, e eu não fazia ideia do que havia acontecido com ela. Mas eu não podia ficar. Não agora. Se ficasse, todos morreríamos ali.
— Vamos. — Respondi, com os dentes cerrados.
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MY LITTLE PEST || Damon Torrance.
Hayran KurguWemilly Grayson, uma talentosa guitarrista de uma banda de rock, retorna à sua cidade natal, Thunder Bay, como parte de uma turnê. Durante essa jornada, ela reencontra seu irmão e antigos amigos, mas é surpreendida ao esbarrar em Damon Torrance, uma...