THE COVE.

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Damon Torrance
Presente...

O sangue fervia nas minhas veias, e minha paciência havia acabado. Sem mais palavras, acertei um soco com toda a força no capanga. Senti os ossos da minha mão protestarem contra o impacto, mas a satisfação de vê-lo desmaiar fez tudo valer a pena.

— Vamos! — gritei para Kai e Michael, enquanto me levantava de cima do corpo inconsciente do capanga.

Eles já estavam prontos, mal esperando por mim. Corremos pelos corredores estreitos do túnel, nossos passos ecoando nas paredes de pedra. O ar estava pesado, como se o tempo estivesse contra nós. Cada segundo perdido parecia nos afastar mais de Wemilly e Will.

Quando finalmente chegamos à saída, o ar fresco da noite nos envolveu, e eu olhei para cima. O som rotativo e abafado de um helicóptero sobrevoando nos atingiu, fazendo meu estômago revirar. Lá estava ele, as luzes piscando no céu noturno, se afastando cada vez mais.

— Merda! — Michael gritou, já correndo para o carro.

Kai entrou logo atrás dele, mas eu fiquei parado por um segundo, olhando para o maldito helicóptero como se pudesse, de alguma forma, trazê-lo de volta com a força da minha vontade.

Ela está lá.

Wemilly está lá.

Entrei no carro e acelerei como um maluco, o motor rugindo sob nossos pés enquanto saíamos em disparada. A perseguição começou. Era como se estivéssemos em um racha, correndo não apenas contra o helicóptero, mas contra o tempo.

O helicóptero se movia mais rápido do que eu esperava, e eu sabia que a distância entre nós e Wemilly estava aumentando. As ruas se tornaram borrões de luzes e sombras enquanto eu acelerava, as rodas cantando no asfalto. Meu coração batia tão forte que eu podia sentir a pulsação nas minhas têmporas.

— Kai! — gritei, meus olhos fixos no helicóptero à frente. — Pega a arma do banco de trás!

Kai olhou para mim, surpreso, mas não hesitou. Ele se virou, puxando o rifle que mantínhamos para emergências. Eu nunca pensei que realmente precisaríamos usá-lo dessa forma.

— O que você quer que eu faça? — Kai perguntou, os olhos alternando entre mim e o helicóptero.

— Atira, porra! — eu rugi, acelerando ainda mais o carro. — Wemilly está lá! A gente não vai perder eles!

Kai respirou fundo, abriu a janela do carro e se posicionou, o rifle agora seguro em suas mãos. O som do vento cortando entrava no carro enquanto ele mirava no helicóptero que se afastava cada vez mais.

Eu mantinha o carro no limite, desviando de outros veículos enquanto corríamos como se nossas vidas dependessem disso — e, de certa forma, dependiam. A adrenalina corroía cada célula do meu corpo. Se não fizéssemos algo rápido, eu sabia que nunca mais veríamos Wemilly.

— Atira, Kai! — gritei de novo, os nós dos meus dedos ficando brancos enquanto eu apertava o volante.

Kai ajustou a mira, sua expressão séria, focada. E então, ele disparou.

Kai disparou, e o som do tiro ecoou no ar, misturando-se com o barulho do helicóptero e o rugido do motor. O projétil rasgou o céu, mas o helicóptero se manteve firme, avançando. Meu coração acelerava, a frustração e o medo aumentando a cada segundo.

— Porra! — Kai xingou entre os dentes, ajustando a mira novamente.

— Continua atirando! — gritei, sentindo a urgência tomar conta de mim.

Enquanto Kai preparava outro disparo, a realidade de nossa situação me golpeou com força. Havíamos deixado Winter e Banks no túnel, como uma medida de segurança, caso os capangas acordassem e tentassem alguma coisa. A ideia era termos cobertura caso algo desse errado. Não podíamos correr o risco de ser pegos desprevenidos.

MY LITTLE PEST || Damon Torrance.Onde histórias criam vida. Descubra agora