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Vir para cá com Armando foi um erro

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Vir para cá com Armando foi um erro. Eu deveria ter recusado, deveria ter dito não para ele. Eu teria levado alguns tapas e socos e depois teria sido trancada no meu quarto para esquecer o ocorrido no dia seguinte, mas eu estava com muito medo de desobedecê-lo.

O que aconteceu no elevador foi um erro, eu gostar de Armando é um erro, tudo é um erro.

No caminho para cá, eu notei uma praia local bem perto do grande local onde estávamos, e fui até lá.

Eu queria dar uma volta sozinha para clarear a cabeça, mas não consigo parar de pensar naquela garota que encontramos. Eu estava com ciúmes, tão ciúmes, porque ela teve o que eu nunca poderia ter.

Ela o tocou, provavelmente o beijou, sentiu-o. Meu sangue ferveu só de pensar nos lábios falsos dela nos dele.

Sentei na areia, observando as belas ondas batendo na costa. Não sei o que fazer; gostaria que a mamãe estivesse aqui para pedir um conselho.

Eu só tenho meu pai, mas ele nunca agiu como um pai. Ele é mais como um chefe para mim, um chefe que bate em seus funcionários, um chefe que adora controlar a vida dos seus empregados. Ele só se preocupa com ele mesmo.

Minha mãe morreu quando eu tinha três anos de câncer no sangue e desde então fui criada por babás. Meu pai nunca me amou. Eu sempre fui sozinha. Quando fiz dez anos, ele começou a me treinar para que pudesse me usar como arma secreta. Ele abusava de mim desde que eu tinha cinco anos.

Uma lágrima caiu e outra e antes que eu pudesse perceber comecei a soluçar forte, deixando tudo sair, o que Armando fez no elevador me fez perceber que eu sou apenas a filha de Dmitry, nada mais, apenas uma garota estúpida o seguindo desesperada para ter uma conexão amorosa.

— Ei, você está bem? — uma voz veio de trás de mim.

— Você é burro ou o quê? A garota está chorando aos prantos, claro que ela não está. — outra voz disse. Eu posso sentir duas figuras altas se aproximando de mim; dois homens se sentaram ao meu lado, um à minha direita e o outro à minha esquerda.

Não consegui ver os rostos deles por causa da minha visão embaçada. O que estava à esquerda colocou o braço ao redor do meu ombro, me abraçando.

— Está tudo bem, desabafe, querida, é melhor deixar sair do que guardar para si, confie em mim — ele disse, enquanto o outro começou a brincar com meu rabo de cavalo.

Eu deveria estar com medo deles, mas não estou; eles parecem gentis. Esfreguei os olhos para conseguir ver os rostos deles. O que estava à minha esquerda era loiro, com olhos castanhos claros, e usava o mesmo uniforme que a equipe do Armando, mas com as linhas nos cotovelos em azul. O que estava à minha direita tinha cabelo preto como carvão, olhos pretos e pele clara, e também usava o mesmo uniforme, mas com as linhas nos cotovelos em verde.

— Qual é o seu nome, linda? — perguntou o que estava à minha direita.

— Eu... eu sou Evangeline, e vocês quem são? — respondi.

— Eu sou Conner e este é o Dani. Você é nova aqui?

Inclinei-me mais perto de Dani e respondi:

— Sim, sou amiga do Armando.

Não conheço bem esses dois, então é melhor não contar exatamente quem eu sou ou o que estou fazendo aqui.

— Armando é sortudo por ter você como amiga — Dani piscou para mim e eu não pude evitar rir com suas palavras.

— Eu sei que vocês não me conhecem, mas estamos aqui para você se quiser conversar — Conner sorriu para mim. Eu sorri de volta e ele se juntou ao abraço. — Sabe, abraços também podem ajudar, certo?

Eu abracei os dois de volta. Fiz dois novos amigos; talvez vir para cá não tenha sido tão ruim depois de tudo.

Conner

Conner

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Dani

Dani

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