Capítulo 5 - O Capuz Vermelho

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Jason franziu o cenho e cortou outro pedaço de presunto no fatiador industrial de frios. Sua tranquilidade foi destruída, o contentamento de um bom trabalho bem feito perdido para sempre.

Andy tentou e não conseguiu abafar as risadas. O rosto dela estava adoravelmente enrugado. Talvez ele não se importasse tanto se ela não fosse tão repugnantemente fofa sobre isso.

"Lá vai ele", ela disse, prendendo a respiração.

O telefone dela estava no banco ao lado dela, entre o recipiente de maionese de tamanho industrial e a caixa de pão. Um vídeo tocava no telefone: uma filmagem feita da sacada de alguém do Capuz Vermelho balançando dramaticamente durante a noite, depois prendendo o pé na beirada de um prédio e caindo de cara no telhado.

Ela caiu na gargalhada mais uma vez. Ela estava quase chorando.

Jason cortou outro pedaço de presunto e jogou-o sobre um sanduíche virado.

"Você está ficando para trás nos tomates", ele retrucou.

"Eu estava na sua frente de qualquer maneira", ela disse, fechando o sanduíche sem olhar e colocando os ingredientes para o próximo.

Eram seis da manhã e eles estavam ajudando em uma cozinha comunitária. Seu braço ainda estava em uma tipoia e ele estava ansioso o suficiente para precisar de distração. Andy sugeriu ser voluntário como uma brincadeira que não era realmente uma brincadeira. Os dois se incentivaram até que estavam escrevendo seus nomes e recebendo uma hora e um lugar. Nunca seria bom ter muitas mãos ajudando.

Agora eles estavam usando redes de cabelo e luvas de plástico, em uma cozinha velha, porém limpa, preparando trezentos sanduíches para uma iniciativa de alimentação aos moradores de rua.

Andy clicou no botão de replay. Eles estavam, infelizmente, bem adiantados em relação ao cronograma.

Jason pensou em roubar o telefone dela e jogá-lo na cuba de maionese. Não, ela o pescaria e assistiria mais trinta vezes só para esfregar na cara. A menos, é claro, que ele o jogasse pela janela. Infelizmente, a traição não a fez explodir, a fez desconfiar e começar a psicanalisar as pessoas. Ele nunca se safaria com isso.

Ele pensou em balançar quem quer que tenha enviado o vídeo para ela na beirada de um telhado. De cabeça para baixo. De cueca.

"Não vejo por que é tão engraçado", ele disse. "Pode ser um ferimento perigoso. Talvez ele tenha quebrado o tornozelo e esteja no hospital agora. Ou talvez os capangas do Duas Caras tenham atirado na cabeça dele e você esteja rindo de um homem morto."

"O vídeo é de um ano atrás."

Ele deu um loop novamente. Ele podia ouvir o barulho de suas próprias botas escorregando. O 'oomf' do impacto.

As risadinhas. Meu Deus, as risadinhas.

"Você não o conheceu uma vez?" ele perguntou, um tanto desesperado.

"É, ele salvou a vida do meu amigo." Ela enxugou uma lágrima. "O filho da puta mais assustador que eu já vi."

Ele olhou para ela. "Sério?"

"As fotos realmente não lhe fazem justiça."

"Você não parece muito assustado," ele disse calmamente. Ele cortou lentamente outro pedaço de presunto.

Um largo sorriso se espalhou por seu rosto. "Bem, se você prometer não contar a ele, espero que eu fique bem."

A tentação de fazer algo muito estúpido cresceu dentro dele. Ele olhou para as ferramentas de construção de sanduíche e apelou para suas grandes reservas de contenção.

Para o Inferno Disso - Jason Todd - Tradução - Completa ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora