Para o Inferno Disso - Jason Todd - Tradução - Completa ✔️

Capítulo 8 - Fumaça

Houve uma batida na porta de Andy.

Ela levantou os olhos da planilha e da pilha de contas e recibos em que estava trabalhando. Na cozinha, os ruídos de Jason limpando seu forno continuavam inabaláveis.

Ele estava meio mal-humorado a semana toda. Eles deveriam ir ao brechó hoje, mas depois de chegar na casa dela com café e croissants, ele ficou inexplicavelmente nervoso com o estado do forno e decidiu que faria algo a respeito.

Ela deixou que ele a expulsasse da cozinha sem protestar. Ele poderia expurgar seus demônios limpando seus velhos eletrodomésticos desgastados o dia todo se quisesse. Ele devia estar realmente se metendo nisso para nem mesmo parar diante da ameaça de um intruso.

Ela se levantou e caminhou lentamente até a porta. Pelo olho mágico, ela espiou um adolescente em uniforme escolar. Ele parecia familiar.

Ela abriu a porta.

"Oi", ele disse com um pequeno aceno.

Ah, não, ela não o conhecia, afinal.

"Posso ajudar?" ela perguntou.

Ele parecia ter quase um ano de adolescência, pele morena, cachos curtos e um corte de navalha desbotado. Seu uniforme parecia chique demais para a área, completo com gravata e uma tentativa estranha de shorts formais. Ele era alto para seu uniforme, mas ainda tinha uma redondeza juvenil em suas bochechas. Ele sorriu com um constrangimento desarmante. "Desculpe interromper seu dia. Estou procurando meu irmão."

"Ele não está aqui."

"Nós não somos parecidos", ele disse, "ele é um cara alto e branco, cabelo preto ondulado, cicatriz na bochecha, parece que está sempre bravo?"

"Eu conheço umas trinta pessoas que correspondem a essa descrição. Nenhuma delas está aqui. Obrigado por passar por aqui."

"Espere-"

"Oh. Espera aí." Ela levantou o telefone e tirou uma foto. Ele congelou, boca aberta para reclamar. "Adeus." Ela fechou a porta.

Jason estava parado na porta da cozinha, com as mangas ainda arregaçadas, mas sem as grossas luvas de plástico. Ele olhou para a porta da frente com desconfiança. Agora ali estava o Jason que ela conhecia.

"Quem era?"

Ela mostrou a foto para ele. "Ele disse que estava procurando pelo irmão."

"O que você disse a ele?"

"Que eu não tinha ideia de quem ele estava falando e fechei a porta."

Ele sorriu. "Depois de tirar uma foto."

"Lembra daquela vez que meu colega de quarto foi sequestrado na sala de estar? Esse não é meu primeiro rodeio."

Ele voltou para a cozinha. A torneira abriu e ele começou a esfregar as grades do forno na pia.

"Ele é mesmo seu irmão?", ela perguntou, encostando-se no batente da porta. A cozinha cheirava a um forte agente de limpeza. "É por isso que você está se escondendo na minha cozinha?"

"Eu não estou me escondendo."

"Não estou atirando pedras. Se minha família aparecesse na minha porta, eu provavelmente fugiria do estado."

"Você faria isso?", ele perguntou por cima do ombro.

"...Eu consideraria, no mínimo, mudar de casa."

Ele fez um som de "hn" e se concentrou em esfregar novamente.

Ela esperou um momento, mas ele não disse nada, então ela assumiu que era o fim daquilo. Ela fingiu que não estava curiosa sobre o garoto que ele claramente conhecia, e se virou para deixá-lo em paz.