Court Lights | Buijrol

32. A Grande Família

O sol brilhava intensamente sobre o Rio de Janeiro, e o apartamento de Anne e Carol estava em um estado de agitação e antecipação. A grande chegada das famílias estava programada para aquele dia, e o ambiente estava repleto de uma mistura de excitação e nervosismo.

Anne e Carol estavam na sala, finalizando os últimos preparativos. A sala estava agora um pouco mais abarrotada com as malas e caixas que haviam sido deixadas para a chegada dos pais de Anne, que estavam a caminho da Holanda, e dos pais de Carol, que viriam de São Paulo.

— Eu ainda não consigo acreditar que está acontecendo — comentou Carol, arrumando alguns detalhes na mesa de café. — Está parecendo um turbilhão. Espero que todos se deem bem.

Anne riu nervosamente. — Eu também espero. E também estou um pouco preocupada com o espaço. Não imaginava que nosso apartamento poderia ficar tão pequeno com a chegada de tantas pessoas.

O primeiro a chegar foi o pai de Anne, Teun, e a mãe, Irene. Eles eram altos e loiros, com uma presença imponente que encheu o espaço. Teun carregava uma expressão de curiosidade, enquanto Irene parecia fascinada com o novo ambiente.

— Bem-vindos ao Rio! — disse Anne, tentando esconder sua ansiedade. — Estamos tão felizes por tê-los aqui.

Irene olhou ao redor com um sorriso caloroso. — Oh, é muito acolhedor. Esperamos não causar muito transtorno.

Teun olhou ao redor e balançou a cabeça com um sorriso. — Está ótimo. Acompanhemos o que for preciso.

Poucos minutos depois, o irmão de Anne, Tom, e a cunhada, Jolien, chegaram com a pequena Mia, de apenas um ano. Mia estava adorável em um vestido cor-de-rosa, e o grupo logo se viu envolvido em carinhos e risadas.

— Olá, todo mundo! — exclamou Tom, olhando para o apartamento com um misto de surpresa e diversão. — Este lugar é realmente diferente, mas parece ótimo!

Jolien, segurando Mia com cuidado, sorriu para Anne e Carol. — Estamos tão felizes por estarmos aqui. A pequena Mia estava ansiosa para ver o lugar onde as titias vão se casar.

Anne sorriu, aliviada por ver a família tão animada. — Que bom que chegaram bem. Espero que se sintam em casa.

Alguns minutos depois, a família de Carol chegou. A mãe, Teresa, e o pai, Marcos, eram calorosos e amigáveis, enquanto a irmã, Aline, parecia animada e cheia de energia.

— Finalmente chegamos! — exclamou Teresa, olhando ao redor com entusiasmo. — Este lugar é encantador. Espero que não tenhamos chegado no meio de uma zona de guerra!

Marcos deu uma risada. — Estou ansioso para conhecer todos. O que vamos fazer primeiro?

Aline, com sua energia contagiante, começou a explorar o apartamento e imediatamente começou a sugerir ideias para melhorar a organização. — Vamos fazer disso o melhor possível! Podemos rearranjar tudo para que todos fiquem confortáveis.

À medida que as famílias começavam a se acomodar, o apartamento começava a parecer um verdadeiro campo de batalha. As malas eram empilhadas, as camas eram arrumadas, e o espaço estava começando a se tornar um pouco apertado.

Irene começou a se queixar de que o banheiro não era grande o suficiente para todos, enquanto Teresa tentava encontrar um lugar para os utensílios de cozinha que havia trazido. Teun e Marcos estavam discutindo sobre a melhor forma de organizar as cadeiras e a mesa de jantar, enquanto Tom e Aline tentavam ajudar de maneiras diferentes.

— Talvez devêssemos considerar alugar um lugar maior para as reuniões familiares — sugeriu Irene, com uma expressão preocupada.

— Não se preocupe, temos espaço suficiente. — Carol tentou tranquilizar a todos. — Vamos fazer o melhor possível com o que temos.

Anne estava preocupada com o fato de que as diferenças culturais começavam a se manifestar. Enquanto Teresa já estava familiarizada com os utensílios de cozinha, Irene estava se perguntando por que algumas coisas estavam feitas de maneira diferente do que ela estava acostumada. As duas famílias estavam tentando ajustar-se às novas rotinas e hábitos.

— Anne, você pode me ajudar a entender este fogão? — perguntou Irene, segurando um livro de receitas e olhando para os botões confusos. — Nunca vi algo assim antes.

Anne se aproximou e começou a explicar, mas logo percebeu que Irene estava mais interessada em saber por que alguns ingredientes eram diferentes dos que usavam na Holanda.

— E por que o açúcar no Brasil é tão diferente? — questionou Irene, segurando um pacote de açúcar com um olhar de perplexidade.

Enquanto isso, Teresa estava tentando adaptar uma receita tradicional brasileira com os ingredientes que trouxe de Minas Gerais, mas as diferenças nos temperos e sabores estavam criando um prato que mais parecia uma experiência culinária internacional do que um prato caseiro.

No final do dia, todos estavam cansados, mas ainda não havia uma solução definitiva para os problemas de espaço e organização. A sala estava cheia de conversas animadas e alguns atritos de leve, enquanto cada um tentava se ajustar ao novo ambiente.

— Talvez devêssemos ter planejado melhor a logística — admitiu Carol, enquanto ajudava Anne a arrumar as coisas.

Anne suspirou. — Concordo. Mas vamos conseguir. Isso tudo faz parte da experiência. Vamos aproveitar o tempo que temos para nos conhecer melhor e fazer o melhor possível.

No fim do dia, Anne e Carol se encontraram no canto mais tranquilo do apartamento, o quarto delas. Ambas estavam exaustas, mas aliviadas por estarem juntas.

— Pelo menos estamos aqui — disse Anne, com um sorriso cansado, deitando-se ao lado de Carol. — E isso é o que importa.

Carol deitou em seu peito e se aconchegou ali. — Exatamente. Vamos resolver isso aos poucos e fazer com que todos se sintam em casa.

Sem responder nada, Anne distribui beijinhos no topo da cabeça de Carol, combinados com um cafuné em seus cabelos cacheados, até que a brasileira adormecesse.

A noite chegou com a promessa de que o dia seguinte traria mais desafios e oportunidades para resolver as questões pendentes. As duas famílias estavam agora sob o mesmo teto, e a verdadeira jornada de integração e organização estava apenas começando.