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Serena

Três anos e seis meses depois

02 de Abril de 2031

Turim, Itália, 22:22

Borgo Po

Nesses últimos três anos, eu passei por experiências que vão ficar marcadas para sempre na minha mente e no meu coração.

Em fevereiro de 2028, Matteo nasceu e junto com o nascimento dele, muitas coisas mudaram na nossa família. Primeiro, tomei vergonha na cara e coloquei o chip anticoncepcional no pulso, segundo, me aproximei mais ainda dos meus filhos, terceiro, me dediquei ao máximo em voltar a advogar enquanto cuidava de quatro crianças e quarto, Richard recebeu uma proposta para jogar na Juventus e, depois de três anos no Real Madrid, ele preferiu não renovar e resolveu se aventurar comigo e a nossa família na Itália.

As crianças por serem ainda pequenas se adaptaram muito bem ao novo país e nos dedicamos ao máximo para fazer eles aprenderem a falar italiano.

Liz está com seis anos, continua fazendo balé, é uma excelente bailarina, vive dizendo que quer ser famosa no mundo das artes e continua sendo o meu maior pesadelo por ser torcedora e fã de carteirinha do maldito Palmeiras.

Ravi está com quatro anos e, desde do ano passado, está nos pedindo para colocar ele em uma escolinha de futebol, já que ele disse que vai ser jogador igual ao pai dele. O menino marrento e debochado continua o mesmo, está cada dia mais parecido com Richard, tem um sorriso encantador, é um garoto bastante travesso e inteligente e o principal é o maior torcedor e fã carteirinha do Flamengo.

Mavi está com três anos, é uma menina muito inteligente, que puxou a minha personalidade e que conquistou o meu coração desde do dia que à vi e à carreguei pela primeira vez. Meu amor por ela não mudou, apenas aumentou e quando eu olho pra ela e vejo quão linda é a amizade dela com Liz, percebo que Deus não errou em ter mandado ela para nossa família. Por influência de Richard e Liz, ela virou torcedora e fã de carteirinha do Palmeiras. Em junho, quando ela fizer quatro anos, vamos contar a ela sobre a Natália e a família biológica dela e eu estou com medo de qual será a reação dela ao saber a verdade.

Matteo fez três anos, é a minha cópia na aparência, tem a minha personalidade e a do Ríos, quer ser jogador de futebol igual ao pai e está nos implorando desde fevereiro para colocar ele na escolinha de futebol junto com Ravi. Além de ser um grude comigo, é outro que me deixou louca ao resolver torcer pro Palmeiras, causando uma certa desigualdade de torcida em casa e uma aposta que perdi.

Meu casamento com Richard não é um mar de rosas, tem seus problemas, pequenas brigas e desavenças que anos atrás nunca iríamos parar para conversar e resolver o motivo de estarmos nos desentendendo.

Estava no quarto dos meninos colocando eles para dormir enquanto Richard estava lendo uma história para as meninas.

— Mamãe, por que o papai não pode voltar a jogar no Flamengo? - Ravi perguntou me tirando dos meus pensamentos.

— Porque o Flamengo não valorizou o habilidade técnica do seu pai e preferiu emprestá-lo ao Mazatlán.

— E o Palmeiras valorizou?

— Se seu pai é o melhor meio-campista ofensivo hoje é graças ao Palmeiras.

— Queria ter visto o papai jogar pelo Flamengo.

— Também queria, moreninho, mas seu pai foi mais feliz jogando no Palmeiras do que pelo Flamengo. - Ajeitei a coberta de Ravi e senti dó ao ver seu semblante triste. — Você prefere ver seu pai sendo feliz jogando pelo Palmeiras ou sendo reserva de algum jogador do Flamengo?

Camisa 27 - Richard Ríos Onde histórias criam vida. Descubra agora