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Serena

01 de Fevereiro de 2024

São Paulo, 09:15

Faz cinco anos que eu não vejo minha mãe pessoalmente e depois de ter tido uma conversa com ela durante esses meses, eu decidi finalmente deixar de ter medo da minha avó e ir para o Brasil morar com minha mãe e meu padrasto. Minha mãe ficou feliz com a novidade, meu padrasto nem tanto e eu não esperava menos que isso vindo dele, já que o mesmo me culpa por ser filha de outro homem e ainda ter um par de chifres. Minha vó só faltou mandar a polícia colombiana me prender só para eu não vim pro Brasil. Meus dois únicos melhores amigos que sabem que eu sou filha da Presidente Leila não vêem a hora de me ver desde do dia que disse que iria morar no meu país natal.

— Atenção passageiros, apertem os cintos pois dentro de alguns minutos, estaremos pousando no aeroporto internacional de Guarulhos. - Um sorriso involuntário apareceu nos meus lábios me fazendo perceber que eu estava mesmo em solo brasileiro.

Cinco minutos depois

Quando o avião pousou, eu tirei o cinto de segurança, me levantei e fui pegar as minhas bagagens no compartimento.

Dois minutos depois

Quando saí do avião, pude sentir que esse ano muitas coisas iriam acontecer na minha vida, por isso continuei arrastando minhas malas até chegar no saguão, e quando vi minha mãe me esperando com um sorriso no rosto, fiquei feliz.

— Oi mãe. - Sorri e à abracei.

— Também senti saudades, filha. - Minha mãe retribuiu o abraço e eu me senti segura em seus braços novamente.

— Pensei que estaria no CT. - Nos afastamos do abraço e à olhei.

— Não é todo dia que minha filha vem para o Brasil. - Assenti e percebi a felicidade dela em me ver.

— Quer ir para onde primeiro? No CT ver Gabriel ou ir direto para casa de Brendha? - Minha mãe perguntou e eu fiquei em dúvida de quem veria primeiro.

— Não faço a mínima ideia.

— Te levo para ver Brendha e depois você se acerta com Gabriel. - Sorri enquanto concordava e seguia minha mãe até seu carro.

— Não conta pra ele que já cheguei. - Olhei para minha mãe que estava fechando o porta-malas e assentiu.

— De qualquer jeito, ele vai te matar. - Revirei os olhos sabendo o quanto Gabriel era dramático quando se tratava de esconder as coisas dele.

— Ele ainda não mudou esse modo dramático? - Perguntei, olhei para minha mãe e entrei no carro junto com ela, colocando o cinto de segurança e vendo a mesma ligar o carro e saí de frente do aeroporto.

— É a mesma coisa que te perguntar se você ainda torce pro Flamengo. - Olhei pelo canto do olho para minha mãe que sorriu sabendo minha resposta.

— Eu não tenho culpa se o manto sagrado combina comigo e o Flamengo chamou minha atenção.

— Fala a garota que não vai ao estádio acompanhar o time há cinco anos.

— Gabriel e Brendha também tentaram me fazer ser palmeirense, mas aceita logo que eu sou flamenguista e pronto! - Vi minha mãe balançar a cabeça em negação enquanto prestava atenção na estrada.

— Não sei o que você viu naquele time.

— A mesma coisa que a senhora viu no Palmeiras. - Retruquei e sorri sabendo que tinha ganhado.

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