Capítulo 57 - Preparação

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    Agora que já sabíamos que nossa filha seria uma menina e que se chamaria Maria Paula, minha rotina mudou completamente. Eu passava horas mergulhada na internet, explorando ideias para o quartinho dela. Cada imagem que via de berços delicados, paredes decoradas com cores suaves e luminárias encantadoras me fazia suspirar de alegria. E, claro, não conseguia resistir. Comprava roupinhas delicadas, sapatinhos minúsculos e laços adoráveis que logo encheria o guarda-roupa que Juliette e eu estávamos montando.

Maria Paula nem havia nascido, mas já era a bebê mais mimada do mundo. Não só por mim, mas pela Juliette também. Ela sentava ao meu lado no sofá, o notebook no colo, ajudando a escolher itens com o maior entusiasmo. A cada peça que eu mostrava, ela se derretia:

— Olha só isso, amor! Esse vestidinho com as flores é perfeito, não acha?

Eu sorria, porque sabia que, se dependesse dela, Maria Paula teria roupas para cada dia do ano. Mas o mais bonito era ver o brilho no olhar de Juliette enquanto imaginávamos nossa filha usando aquelas roupas.

— Esse laço aqui vai combinar com o macacão que você escolheu antes. — Ela exibia a tela com um laço rosa, sorrindo com aquele ar de quem já estava completamente rendida à nossa menina.

Entre uma compra e outra, dávamos risadas, trocávamos beijos e sonhávamos em voz alta sobre como seria quando Maria Paula finalmente estivesse nos nossos braços. O amor que transbordava naquele pequeno cantinho do nosso lar era o que fazia tudo valer a pena. A cada roupinha comprada, cada detalhe escolhido para o quarto, estávamos construindo um mundo de amor para nossa filha, um mundo onde ela sempre seria cercada de carinho, cuidado e ternura.

Outra coisa que nos entretinha — e muito — era a decoração de Natal. Como a festa seria em nossa casa, já pensávamos em tudo. Ainda mais com a preparação especial do chá revelação natalino.

Sentadas no chão da sala, cercadas por caixas de enfeites e papéis coloridos, discutíamos animadamente cada detalhe. Juliette segurava uma guirlanda cheia de pequenos sinos dourados e a levantava para que eu visse.

— O que acha, amor? Colocamos essa na porta de entrada?

Inclinei a cabeça, avaliando com cuidado, enquanto um sorriso brincava nos meus lábios.

— Com certeza. Quero que a entrada principal tenha aquele toque mágico quando a família chegar — respondi, imaginando o som suave dos sinos recebendo nossos convidados.

Além da decoração natalina tradicional, queríamos que a revelação do sexo do bebê fosse inesquecível. Juliette e eu havíamos planejado algo especial: nossa árvore de Natal seria decorada com bolas e brinquedos cor-de-rosa, mas estaria coberta por um pano vermelho até o momento da grande surpresa.

— E se fizermos cupcakes decorados com glacê branco? — Juliette sugeriu com entusiasmo, os olhos dançando de alegria.

— Perfeito! — concordei, animada. — E que tal uma piñata em forma de estrela? Quando eles estourarem, vai sair uma chuva de confetes rosa!

Ela bateu palmas, rindo como uma criança.

— Vai ser incrível! Nossa família vai adorar.

A ideia de cada detalhe nos envolvia em uma bolha de felicidade. O chão ao nosso redor estava coberto de fitas douradas e papéis brilhantes.

O brilho das luzes piscantes e o calor das risadas foram, por um instante, ofuscados por uma angústia silenciosa que surgiu em meu peito. Enquanto ajeitava um laço dourado em uma caixa de presente, senti um aperto inesperado.

A ideia de ter toda a família de Juliette reunida naquela noite era linda, mas também deixava um vazio difícil de ignorar. Minha família estaria presente apenas por meio de uma tela, em uma chamada de vídeo. Por mais que eu soubesse que a família de Juliette agora também era minha, a saudade começou a pesar. Senti falta do abraço da minha mãe, do sorriso do meu pai, das conversas animadas com meus irmãos e das risadas alegres das minhas sobrinhas. Nada poderia substituir isso.

Além disso, no Rio, eu não tinha nenhuma amiga com quem compartilhar esse momento tão especial. A única que pensei ser minha amiga, Roberta, havia traído minha confiança. A lembrança disso ainda era recente, e a dor de não poder confiar nela me atingiu novamente.

Suspirei fundo, tentando afastar aquele sentimento, mas ele se alojou ali, como uma sombra. A sala continuava cheia de vida, e Juliette, com seu sorriso, ajeitava os enfeites com carinho. Não queria estragar aquele momento, mas o vazio da ausência dos meus estava ali, silencioso e profundo, uma saudade que se mesclava ao amor que eu sentia por tudo o que estávamos vivendo.








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Queria dizer que amo os comentários de vocês e me faz ter várias ideias kkkk isso que me ajuda a escrever.

obrigadaaa

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