Capítulo 73

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Acordei com uma leve mordidinha na bochecha, aquele gostoso gesto tão característico dela. Ao mesmo tempo, senti um carinho suave sobre minha barriga, como se suas mãos quisessem transmitir todo o amor que sentia para a nossa bebê. Um sorriso escapou dos meus lábios, ainda entre o sono, enquanto as mordidinhas continuavam, arrancando de mim uma risada abafada. Era bom saber que as coisas entre nós estavam em paz novamente.

— Bom dia, meu amor. — murmurei, a voz rouca de sono, enquanto tentava abrir os olhos completamente.

Ela riu baixinho e deu mais uma mordidinha antes de se debruçar sobre mim, capturando meus lábios em um selinho demorado, cheio de ternura.

— Bom dia, amorzinho. — respondeu Juliette com sua voz suave, que parecia aquecer ainda mais o momento.

Abri os olhos lentamente e encontrei seu olhar brilhando, cheio de afeto e calma. Era incrível como ela tinha o dom de transformar até mesmo as manhãs mais simples em algo especial.

Ficamos um bom tempo trocando carinhos, sem pressa, aproveitando a calma da manhã. Juliette continuava a acariciar minha barriga com delicadeza, enquanto eu passava meus dedos suavemente por seus cabelos, sentindo a textura macia entre minhas mãos. Às vezes, ela dava breves beijos em meus lábios, e eu respondia com sorrisos ou passando a mão por suas costas.

O silêncio era preenchido apenas pelo som da nossa respiração e trocas de beijos. Momentos assim eram preciosos, como se o mundo lá fora deixasse de existir, e só restasse a tranquilidade que encontrávamos nos braços uma da outra.

Cada toque, cada olhar, era uma reafirmação do amor que sentíamos. Não importava o que tivesse acontecido antes; naquele instante, estávamos apenas nós duas, conectadas de um jeito que só o amor verdadeiro permite.

Quando finalmente decidi despertar para a vida, estiquei o braço e peguei meu celular que estava na mesinha ao lado da cama.

— Vou falar com a minha mãe para ver o que ela quer fazer hoje.

— Podíamos chamá-las para ficar aqui em casa hoje. O que acha? — Juliette sugeriu, ainda acariciando minha barriga. — Elas quase não ficaram aqui. E agora que sua família já conheceu os pontos turísticos principais, talvez queiram descansar um pouco.

— Boa ideia. — falei, com um sorriso.

Peguei o celular, mas, ao desbloqueá-lo, meu semblante mudou imediatamente. Lá estava eu, sendo bombardeada novamente, dessa vez com uma manchete chamativa: "Namorada de Juliette  Freire está grávida!"

— Filha da Puta! — xinguei em voz alta, minha raiva tomando conta.

— O que foi, meu amor? — Juliette perguntou, assustada, sentando-se ao meu lado.

Olhei para ela, o celular ainda em minhas mãos, meu rosto quente de indignação.

— Lembra que eu disse que a Ellen falou que o jantar pagava o silêncio dela? — perguntei, sentindo meu coração bater mais rápido de raiva.

Juliette assentiu, o semblante já começando a se fechar com preocupação.

— Pois bem. Eu não paguei, e olha só o resultado. — Mostrei a tela para ela, a notícia escancarada nos nossos rostos.

Ela pegou o celular das minhas mãos para ler com atenção, e a expressão dela mudou de calma para algo que beirava o furor.

— Não acredito... — sussurrou, cerrando os punhos enquanto encarava a tela.

Juliette começou a deslizar os dedos pela tela do celular, examinando com atenção cada detalhe das reportagens. Sua expressão ficava cada vez mais séria, e o silêncio no quarto era quase ensurdecedor.

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