Epílogo 01

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PoV's Orm

Um ano depois...

Era difícil acreditar que tudo o que aconteceu havia se passado em apenas um ano. Quando olho para trás, sinto como se uma vida inteira tivesse sido reduzida em 12 meses. Era estranho pensar que, em meio toda a loucura que vivemos, conseguimos encontrar uma maneira de reconstruir nossas vidas e, mais do que isso, de seguir em frente.

Logo depois do meu retorno para o "presente" vamos dizer assim, procurei por uma ajuda mais psicológica. Claro não contei a Ling sobre minhas aventuras no passado, afinal acho que ela não acreditaria tão fácil... mas devo dizer que a terapia se tornou uma parte essencial na nossa rotina, era realmente reconfortante ter conseguido conversar e abrir meus sentimentos, processar o trauma de quase perder Ling, de lidar com as mudanças no tempo e com o fato de que eu consegui alterá-lo. Foram longos meses, mas que me trouxe um alívio enorme, não tinha mais medo e tentei seguir em frente, negando a existência de Kwang para mim. 

Além dos maiores alívios veio quando fui ao médico para verificar meu cérebro, na verdade Ling me obrigou a ir. Parte de mim estava apavorada com a ideia de que algo pudesse estar errado e meu medo de ir lá só para confirmar isso me deixava apavorada. Depois de toda aquela viagem no tempo, das dores de cabeça e a sensação de desaparecer, achei que meu cérebro tivesse se desintegrando aos poucos. Porém para meu choque, ele estava completamente normal. Nenhuma lesão, nenhuma cicatriz, nada. Era como se tudo aquilo tivesse sido uma grande alucinação... exceto que não foi.

Com o tempo, percebi que minhas memórias haviam se ajustado, depois de tantas mudanças no passado, o que restou foram as novas lembranças daqueles três meses que eu "perdi" ao voltar. Parecia que meu cérebro finalmente substituiu o caos do antigo futuro por uma versão mais... pacífica. Devo admitir que fiquei ainda mais relaxada, estava aliviada na verdade. De alguma forma, tudo correu bem... tirando claro o fato de que acabei perdendo os relógios quando voltei, mas era melhor assim. Não queria tê-los comigo, e sem querer, voltar no passado e passar por tudo aquilo novamente.

Depois que todas essas questões foram resolvidas e passamos pela minha formatura, o trabalho voltou a ocupar seu lugar nas nossas vidas. Ling e eu fizemos mais uma série juntas - Only You. E, para a nossa surpresa, foi outro sucesso estrondoso. As críticas foram positivas, o público amou ver a gente em um romance, e o fato de termos uma química tão forte na tela só fortaleceu o que já sabíamos sobre nós mesmas. A série nos deu a confiança que precisávamos para seguir em frente com nossos planos de vida pessoal.

E bem... foi aí que tomamos uma das maiores decisões das nossas vidas: A gravidez. Depois de meses conversando, decidimos que eu seria a gestora. Sabíamos que isso significaria uma grande mudança, mas estávamos preparadas para isso, tínhamos dois cachorrinhos fofos e um enorme desejo de aumentar a família. E então, a inseminação artificial foi feita, e não demorou muito para descobrirmos que eu estava grávida de gêmeas, eram duas meninas. Podia me lembrar claramente quando o médico deu a notícia, Ling quase caiu da cadeira, confesso que ri tanto que minhas costas começaram a doer, mas ver a alegria no rosto dela era tudo para mim. Meus pais quando descobriram pareciam dois avos eufóricos que não me deixavam fazer mais nada, com medo de me machucar e os pais de Ling ficaram eufóricos ao ponto de já começar a planejar todas as roupas das meninas e os presentes que dariam.

Foram longos dias, até que cinco meses se passaram desde então, e, embora estivéssemos animadas, a gravidez começou a mostrar um lado meio... peculiar. Eu não fazia ideia de que estar grávida incluía desejos tão bizarros. E, naquela noite em particular, o desejo bateu forte... muito forte e completamente louco. Estávamos no sofá da sala, Ling estava com a cabeça apoiada no meu ombro e a mão carinhosamente sobre minha barriga, como se já estivesse em contato com nossas filhas, algo que ela fazia com frequência além de contar histórias a elas.

O tempo entre nós - LINGORMOnde histórias criam vida. Descubra agora