capítulo dezesseis ~ Jonathan

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Ela me afastou com as mãos, e disse para eu não prosseguir com o que estava prestes a fazer.

Falei para ela própria fazer, e vesti novamente minha jaqueta.

Enquanto isso, observei disfarçadamente ela tirar a camisa que usava, e vi que usava um sutiã vinho.

Só Deus sabe como eu me controlei nesse momento.

Olhei pra frente, respirei fundo, e foi um tempo muito curto, mas que novamente levou minha mente muito longe.

Despertei dos meus pensamentos quando ela disse que já havia colocado o moletom.

Perguntei novamente o que ela fazia na chuva, e dessa vez ela respondeu, dizendo que não chovia quando saiu do seu trabalho, e que tinha ido ao shopping para comer.

Aproveitei que eu também estava com fome para sugerir passarmos no drive tour que tem aqui ao lado, e depois a levaria até sua casa.

E já imaginando que ela tentaria recusar, adiantei que não aceitaria um não, ainda mais com o aumento da chuva.

Mesmo assim ela tentou rejeitar meu convite, e usou como argumento o trânsito.

Apenas disse que até a minha casa a situação estava ainda pior, e ignorei sua recusa, afinal eu sabia que ela não sairia do meu carro com a forte chuva que caia lá fora.

E mesmo que ela tentasse, não conseguiria, porque travei as portas.

No fim ela cedeu, rapidamente chegamos no drive tour, e cada um escolheu o que queria, mas na hora de pagar houve outro conflito entre nós:

- Eu vou pagar, da última vez você pagou as pizzas. - ela disse ainda séria.

- No, eu faço questão, te arrastei pra cá. - respondi com calma.

- Não foi uma pergunta, estou afirmando que vou pagar! - ela falou determinada.

E após a insistência dela, eu ergui as mãos em sinal de rendição, e foi a minha vez de ceder.

Depois que comemos, percebi que ela estava sonolenta, encarando aquele trânsito absurdo.

Dei meu celular pra ela, e pedi pra colocar alguma música pra tocar, e ela deixou numa playlist de uma banda que eu não conhecia.

Parecia ser um pouco de rock com reggae.

A segunda música tinha um ritmo mais lento, ela voltou a brigar com o sono, e logo me perguntou se poderia dormir.

Eu concordei, e reforcei que ainda demoraria ali.

Ela encostou sua cabeça pro lado oposto ao meu, e aparentemente dormiu de imediato.

Já estava exausto de ficar praticamente parado no mesmo lugar, e por curiosidade resolvi trocar a rota do gps, que estava no endereço dela.

Coloquei pra ver quanto demoraria até chegar na minha casa, e me surpreendi com uma rota alternativa, que estava dando um tempo bem menor do que demoraria no caminho que estou agora.

Olhei pra ela, e não tive coragem de lhe acordar, estava tão linda, com um semblante de serenidade.

Teria mais uns minutos pra decidir, até chegar na rua que precisaria entrar, e fazer retorno.

Comecei a pesar numa balança todas as possíveis consequências de levar ela pra minha casa.

Pro lado negativo, óbvio que eu levaria um grande esporro, e com certeza ela ia querer ir embora.

Já do lado positivo, eu teria mais tempo pra passar com ela, com sorte essa chuva não pararia tão cedo, e conseguiria segurar ela bastante na minha casa.

la mejor compañia ~ Jonathan Calleri Onde histórias criam vida. Descubra agora