11' - give her want you got

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🎵 you see, music make her dance and
money, money, money make her smile

boa leitura!

◾️Dulce◾️

Chego em casa antes do nascer do sol. Foi a primeira vez que eu saí com o Nicholas sentindo que era só trabalho. É melhor quando eu me divirto com ele, porque cada minuto nunca é demais. Hoje eu até fiquei entediada e torci para que ele se entediasse também e me mandasse embora. Aquele anônimo deve estar me estragado, o que é uma loucura, porque ele mal tocou em mim.

Quando passo pela porta da frente, encontro Jude no sofá. Sua cabeça está deitada no encosto e ela olha para o teto com uma expressão vazia. Percebo a vermelhidão em seu nariz e o brilho marejado de seus olhos.

— O que aconteceu? — minha preocupação aparece no mesmo instante e eu vou até ela, sentando ao seu lado.

Ela pisca algumas vezes e finalmente parece me notar.

— Nada, só... — ela se ajeita e apoia a cabeça em uma das mãos. — Só um cliente difícil.

— O que ele fez com você? Ele te machucou? — seguro seu ombro e tento ver algum resquício em seu rosto que me mostre o que aconteceu.

— Não. — suspira. — Eu não quero falar sobre isso, ok?

— E o que eu posso fazer pra te ajudar?

Ela olha para mim e tenta sorrir.

— Me conte como foi com o Nicholas. Ainda muito bom?

Desvio o olhar e dou de ombros lentamente.

— Ele me mordeu.

— Ai, meu Deus, qual o problema com os seus homens!? — arregala os olhos. — Não pode deixar isso acontecer! — me adverte.

— Eu não deixei. E eu o repreendi depois. Até dei o troco mordendo a bunda dele.

Jude me olha por um instante, talvez esperando que eu diga que é brincadeira. Quando eu não faço isso, ela solta uma risada cobrindo a boca com a mão.

— Nossa, você tem tanta sorte de poder fazer o que quer. — diz parando de rir. — Você poderia pisar nas bolas deles com um salto agulha e os malditos ainda agradeceriam.

— Você vai poder fazer isso também.

— Ah, claro... — bufa ao desdenhar.

— É sério. — a abraço de lado. — Você tem uma voz linda e logo vai conseguir fazer com que vejam o seu potencial.

— Por que você é tão confiante?

— Porque antes de estar aqui, confiança era a única coisa que eu podia ter.

Ela sorri para mim, se inclina um pouco e encosta sua cabeça na minha. Ficamos nesse abraço até estarmos cansadas o bastante para irmos dormir.

Assim que abro a porta do meu quarto, encontro um girassol na minha cama. Não contei para a Jude que as flores continuam aparecendo. Agora eu sei exatamente quem está fazendo isso e não tenho nenhum pouco de medo dele, porque se eu tivesse, isso faria ele ter controle sobre mim. Esse girassol também veio acompanhado de um bilhete.

SirenaOnde histórias criam vida. Descubra agora