Sirena

21' - but they love me

🎵 they say I did something bad
then why's it feel so good?

boa leitura!

◾️Christopher◾️

Quando ela foi anunciada no palco, o clima do ambiente mudou completamente. Isso sempre acontece. A maioria se contenta em apenas assisti-la, apesar de eu ouvir muitas coisas sobre o que eles gostariam de fazer com ela. É necessário um certo grau de alto controle da minha parte para que eu não saia distribuindo socos por esse salão.

Como de costume, boa parte dos homens fica de pé e se aproxima do palco quando a voz dela soa pelos altos falantes. A forma que ela canta aqui é fascinante, não apenas por ser atraente, mas principalmente por ser completamente diferente da voz que ela usa em outros lugares. Aqui ela está apenas fazendo um papel e ela o faz muito bem.

Me mantenho sentado à mesma mesa que uso todas as vezes que venho aqui. Noto uma comoção maior do que o esperado, como se os homens estivessem surpresos com alguma coisa. Não consigo ver a Dulce por causa do amontoado de pessoas, mas venço a minha curiosidade e não saio do meu lugar. Mas aí ela vem para a frente do palco e eu compreendo o motivo de todos estarem tão eufóricos.

Ela está usando lingerie. Uma droga de uma lingerie bem safada que a deixa parecida com uma prostituta padrão. Travo meu maxilar, mas não me permito mudar um centímetro da minha expressão facial.

Minha paciência começa a ser testada quando os homens esticam os braços e tentam tocar nela, na sua bunda, suas pernas, qualquer pedaço de pele exposto que esteja ao alcance deles. E ela deixa. A maldita deixa que eles passem a mão como se ela fosse um produto de amostra. E ela ainda ri como se gostasse de cada toque.

A maldade recai sobre os seus olhos quando ela olha para mim. É óbvio que isso tudo é uma provocação, tudo com ela é. E por isso, eu continuo totalmente neutro por fora. Eu sei o quão grande é o ego dela, é óbvio que o meu desinteresse vai fazê-la se frustrar e eu adoraria causar isso. E não demora para a apelação começar.

Percebo um leve deslize em seu rosto, impaciência por eu não demonstrar nada. Então ela desce do palco, sendo ajudada por alguns dos homens, que comemoram quando ela começa a cantar e dançar em volta deles, tocando em seus rostos e lançando olhares fatais. Eu quase tenho vontade de rir sempre que ela desvia o olhar para mim tentando conferir se algo na minha expressão mudou.

Sim, minha querida, eu estou consumido de ódio por esse showzinho, mas você não vai arrancar essa reação de mim.

Ela não chega perto de onde estou e logo começa a segunda música quando a primeira termina. Ela continua pelo salão e senta sobre uma das mesas, cruzando suas pernas e empinando bem a bunda quase nua, com a calcinha de renda não deixando nada para a imaginação. Não deixo de notar que parte dos homens se amontoa atrás dela só para dar uma conferida. Devo ser o único que não está babando como um cão nela.

Os olhares de adoração pesam sobre a imagem dela como se ela fosse uma deusa. E ela ama isso. Dá para ver em sua postura, em seu sorriso, na forma como canta. Mas há um resquício de incômodo toda vez que ela tenta conferir como eu estou. Porque de todos nesse salão, é a minha atenção a que ela mais quer. E parece que não existem limites para o que ela pode fazer para me alfinetar e ter os meus olhos nela, mesmo que a minha intenção seja de lhe dar uma lição. Para ela, o importante é que eu a mantenha em meus pensamentos, para o bem ou para o mal.