13' - little bit of poison in me

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🎵 he chased me and he wouldn't stop
tag, you're it, tag, tag, you're it

boa leitura!

◾️Christopher◾️

Nada disso foi impensado. Desde o início, eu tinha a pretenção de chegar exatamente a este ponto. Tudo está acontecendo conforme eu planejei. Nada de ser domado por ela, estou melhor em domá-la. E foi isso que eu fiz desde o começo, deixando de tocá-la, oferecendo regalias e enigmas sobre quem eu sou e o que eu quero. A instiguei o bastante para que dormir comigo não fosse uma questão de dinheiro. Ela fez isso simplesmente porque me deseja, não por eu ter pago por ela.

Dulce aprendeu muito antes que pode conseguir o que quiser com seu rostinho lindo e o seu corpo delicado. Eu fui o primeiro que ela usou dessa forma, mas o problema é que não era só o corpo dela que me deixava rastejando. Tudo sobre Dulce tirava o meu juízo. Ela sempre foi atrevida a ponto de me fazer rir de coisas absurdas, encarava a vida com uma sombra que apenas eu era capaz de perceber, era autêntica comigo e só comigo. Ela me fez sentir único só para me usar.

E depois de transar com ela por muito tempo esta noite, me pego pensando em como me senti fora do controle enquanto me enterrava dentro dela e a beijava até perder o fôlego. Eu seria um tolo se achasse que estou totalmente blindado. É óbvio que ela ainda me faz agir como um animal, se não fosse assim, eu nem teria vindo atrás dela. Ainda preciso de Dulce como preciso de ar para respirar. Mas para que ela fique, tem que precisar de mim no sentido mais cru da palavra.

Estou parado em pé de frente para a cama, observando ela dormir profundamente entre os meus lençóis, relaxada demais depois de eu ter provado cada pedacinho de sua pele. Uma parte de mim ainda quer fazer tudo mais uma vez, mas eu tenho que me limitar e continuar caminhando a passos lentos. Por isso, vou até ela e a ergo em meu colo com cuidado, o que não é tão necessário, porque ela está realmente bem apagada.

Saio com ela do meu quarto e vou para o quarto que separei especialmente para ela na casa. A deito na cama, a cubro com o cobertor e observo ela abraçar o travesseiro contra o seu corpo nu da mesma forma que tentou me abraçar quando transamos pela última vez. É óbvio que eu me desvencilhei, mas isso não foi difícil de fazer. Nenhum afeto que venha dela me parece sincero.

Saio do quarto após apagar as luzes e quando estou voltando para o outro lado do corredor, Maite abre a porta de seu quarto e esbarra em mim. Ela se afasta bruscamente assim que nota que eu estou usando apenas uma cueca.

— Que merda... — ela não termina a frase, porque deduz sozinha de onde eu estou vindo. — Transou com ela? — a pergunta é feita em um tom cuidadoso.

— O que você acha?

— O que eu acho? — suspira. — Que você está brincando com alguém que já seguiu em frente há muito tempo. Ela não merece isso.

— Você não a conhece.

— Ela é só uma mulher ferida buscando uma vida melhor pra si mesma. — Maite parece cansada por sempre estar repetindo isso para mim. Eu estou cansado de ouvir.

— Ah, veja só. — começo a negar com a cabeça em um gesto de desaprovação. — Ela te enfeitiçou também. Só um conselho de amigo: pare de vê-la como uma ovelhinha perdida procurando por um lar. Quanto antes se der conta de que ela é só uma praga tentando tirar tudo o que há de bom dos outros, menos vai doer quando ela enfiar uma faca nas suas costas.

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